Pedro Gordon: Entrada do Grupo Newtour “marca uma nova etapa” na vida da GEA
Foi na BTL de 2003 que começou a história da GEA Portugal. Passados 20 anos é tempo de comemorações e o grupo de gestão tem realizado várias ações nesse sentido, como os Sunset Dinner Party que culminaram com o evento do Guincho na terça feira. A anteceder a festa, Pedro Gordon e Carlos Baptista falaram à imprensa com os olhos postos no futuro do grupo de gestão.
Ao longo deste ano, serão várias as ações comemorativas das duas décadas de existência da GEA Portugal, caso das fam trips exclusivas com todas as agências que fundaram o grupo em 2023 e que ainda integram a GEA. Ao todo, indicou Pedro Gordon, diretor-geral da GEA na conferência de imprensa de terça feira, são ainda 27 as agências que mantêm a marca e duas que mudaram a sociedade. Neste âmbito foram já realizadas duas viagens, estando previstas mais duas para finais de setembro e de outubro, “tanto com as pessoas que acompanharam a GEA desde o início, como com as que têm sido membros de Conselho Assessor durante estes 20 anos”.
Às fam trips juntaram-se os três Sunset Dinner Party, na Figueira da Foz, Matosinhos e Guincho, que abriram as celebrações a todas as agências de viagens do grupo, parceiros e fornecedores, entre outros.
A somar a estas ações, a GEA Portugal espera ainda fazer uma convenção, que deverá ter lugar em novembro e que, segundo avançou Pedro Gordon, será “um pouco diferente das dos anos anteriores”.
No início da conferência de imprensa, Pedro Gordon recordou a criação da GEA Portugal na BTL de 2003, em resultado de uma proposta que lhe foi feita pelo fundador da GEA em Espanha, Prisciliano Fernandez, para constituir em Portugal um grupo de gestão semelhante. Isso aconteceu, Pedro Gordon e Prisciliano Fernandez foram os sócios fundadores e a GEA Portugal chegou ao presente com 502 balcões de 406 empresas.
Recordou, ainda, o facto de, ainda em 2003, a Turangra, do Grupo Newtour, ter entrado na GEA. “Passados 20 anos, o mesmo [Grupo Newtour] voltaria a entrar na qualidade de sócio”, frisou, deixando uma palavra a “Miguel Fonseca que, em conjunto com Tiago Raiano, decidiram aderir ao Grupo GEA”.
O peso da GEA no mercado e o apoio às agências de viagens associadas
Nestes 20 anos “os tempos mudaram, o mercado mudou muito mas as premissas, o modus operandi e as bases de uma empresa como a nossa continuam a ser as mesmas: ajudar a rentabilidade das empresas e dar proteção às agências de viagens”, embora hoje sejam oferecidos serviços, nomeadamente tecnológicos, que há duas décadas não eram necessários.
Assumindo que a GEA tem hoje uma posição de “liderança clara no mercado”, o responsável considera que é esse peso que permite continuar a “dar apoio e proteção aos associados, além de margens que estão ao primeiro nível das praticadas no mercado”, o que passa por “fornecimento de ferramentas que otimizem a produtividade, assessorias jurídica, fiscal e técnica, a criação há já nove anos do nosso consolidador próprio, a TravelGea” cujo volume de negócios deverá andar este ano “em torno dos 35 milhões de euros”.
Marco importante na história recente foi a entrada do Grupo Newtour no capital social, em novembro de 2022, quando adquiriu a participação de Prisciliano Fernandez e passou a ser o acionista maioritário, porque “queria acionistas que pensassem em otimizar a distribuição (…) que entrassem e potenciassem as agências do grupo GEA” e não a vissem como força escoadora do próprio produto, declarou Gordon.
A entrada da Newtour “marca uma nova etapa” na vida da GEA, e “fez disparar a massa crítica e o volume de negócios, nomeadamente ao nível da emissão de bilhetes. Considerando a TravelGea e os IATA do grupo Newtour, passamos a ter uma expressão importante no mercado nacional, o que nos permite ter talvez uma maior capacidade negocial nas tarifas com as companhias aéreas”, afirmou o diretor-geral.
Carlos Baptista explica os projetos novos que estão a ser implementados nas agências
Carlos Baptista, administrador da GEA em representação do sócio maioritário, começou por sublinhar que “a GEA está na história do Grupo Newtour e o Grupo Newtour está na história da GEA”, enfatizando, também ele, o facto de a Turangra, ter sido, em 2003 “uma das primeiras agências a tornar-se associada no ano de fundação da GEA, acreditando e acarinhando o projeto e trabalhando para o seu sucesso” por intermédio, na altura, de Miguel Fonseca que “assumiu uma posição no conselho consultivo da GEA”.
“É com essa responsabilidade, carinho e com o acreditar no projeto GEA que encaramos esta nova fase como acionistas”, sabendo que “temos mais responsabilidades e que o mercado tem novas necessidades, há desafios claramente diferentes dos que pautaram os últimos 20 anos da GEA”.
Garantindo que “estamos a trabalhar conjuntamente nesses desafios, para que os próximos 20 ano da GEA possam, pelo menos, ter o mesmo sucesso” das duas décadas que passaram, Carlos Baptista assegurou, “já há muito trabalho feito” e “há alguns projetos que já lançámos”, nomeadamente, um backoffice de gestão GEA com base tecnologia SIGAV – uma ferramenta que visa tornar as agências mais competitivas e eficientes no seu dia a dia – e as GEA Tv’s, projeto que ultrapassou as expectativas. “Tínhamos a expectativa de atingirmos à volta de 150 pontos de venda com TVs instaladas numa primeira fase mas temos requerimentos para cerca de 230 TVs”, sublinha.
Esta é, segundo o responsável, “mais uma forma de ajudar todas as nossas agências a digitalizarem toda a sua comunicação com os seus clientes e a potenciar uma dinâmica de comunicação no ponto de venda, ajudando-as a atingir mais clientes de forma mais efetiva e com um produto sempre atualizado”.
GEA vai continuar com a política de distribuição anual de rapéis
No período de perguntas dos jornalistas e respondendo a uma questão sobre o crescimento que a entrada do Grupo Newtour aportou à GEA, até pelo facto de ser constituído por vários operadores turísticos, Carlos Baptista afirmou que “tem havido um crescimento orgânico da GEA que não parou com a nossa entrada mas mais do que um crescimento, satisfaz-nos que, quem cá está, demonstra vontade em continuar”. Assim, continuou, “com a dimensão da GEA, as agências são muito suscetíveis de abordagens de diversos players, e temos ficado satisfeitos com a demonstração das agências que são abordadas, no sentido de continuam e percebem que se está a trabalhar em prol das agências enquanto GEA e darem-nos o voto de confiança”.
Já Pedro Gordon deixaria claro que “estamos aqui para trabalhar em prol das agências, para as potenciar, e não para as utilizar para proteger interesses que não sejam das agências”, lembrando que “já antes da entrada da Newtour, a Soltrópico já era fornecedor da GEA”.
“Felizmente, no caminho do grupo Newtour, aprendemos que a independência das empresas é valor acrescentado para cada uma delas. Vivemos num mercado concorrencial e, quando assim é, todas as empresas se superam para ganhar a sua quota de mercado”, afirmou ainda Carlos Baptista, reforçando que “a GEA é completamente independente nas suas tomadas de decisão”.
Crescer por crescer está fora dos objetivos da GEA, segundo ambos os responsáveis que consideram que o objetivo número um do grupo de gestão é entregar valor às agências. “A ideia é agregar valor às agências, fazendo isso, o caminho é natural “, defendeu Carlos Baptista.
Inquiridos sobre se os acordos estratégicos entre o grupo Ávoris e a DIT Portugal, vão fazer com que a GEA esteja mais atenta e atuante, Carlos Baptista considerou que “o mercado espanhol está muito dinâmico e a GEA goza de uma relação com os fornecedores de longo prazo, de respeito, mas também de resultados obtidos para ambas as partes”. Foi, aliás, perentório, ao afirmar que “não vamos permitir que o equilíbrio das nossas agências seja afetado por qualquer situação”. Assim, “estamos atentos, estamos dialogantes com todos os players e a perceber o que é que podem ser os próximos passos nestas parcerias, aquisições ou joint ventures que venham a ser criadas”.
Pedro Gordon está confiante: “Conhecemos muito bem as pessoas da Ávoris, são pessoas com cabeça e sabemos perfeitamente que na sua ideia não está a intenção de agredir o grupo GEA. Entre os quatro ou cinco operadores que o grupo tem em Portugal, provavelmente somos o principal cliente, por isso não vejo que possam adotar estratégias que possam prejudicar o grupo GEA, pelo contrário, estou convencido que continuaremos a manter uma muito boa relação como temos até agora”. Aliás, acrescentou, “não vão agredir a GEA como não vão agredir os outros”.
Em entrevista ao Turisver, em outubro do ano passado, Pedro Gordon tinha anunciado que o Grupo GEA iria distribuir rapéis pelas agências do grupo. Respondendo a uma questão colocada na conferência de imprensa, o responsável afirmou que esta política vai continuar, precisando mesmo que “durante este ano de 2023 estamos a distribuir rapéis superiores àqueles que tinha antecipado na entrevista [uma média de 4.500€ por agência]”. “Continuamos com essa política de otimizar a rentabilidade seja de forma direta, em comissão, seja diferida, em incentivos ou rapéis”, esclareceu.
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