Na tomada de posse da ERT-RL Vítor Costa mostra porque é que a região de Lisboa é a nº1 nacional
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A ideia sobre o excesso de turistas em Lisboa e a situação do aeroporto são os dois grandes problemas que a Região de Lisboa enfrenta, disse Vítor Costa na tomada de posse dos novos órgãos da ERT-RT. O ex-presidente e atual presidente da Mesa da Assembleia, destacou igualmente o crescimento turístico da região.
Vítor Costa, que presidia à Comissão Executiva da Entidade Regional de Turismo – Região de Lisboa, e assume agora a presidência da Mesa da Assembleia, aproveitou a cerimónia da tomada de posse dos novos corpos sociais para ‘prestar contas’ do trabalho efetuado durante o seu último mandato e dos seus resultados obtidos, ressaltando da sua intervenção a ideia de liderança da Região de Lisboa no seio daquilo que é o turismo no país.
Números avançados por Vítor Costa indicam que o turismo na Região de Lisboa representa hoje mais de 14.000 milhões de Euros em termos de riqueza gerada, o que significa “mais de 20% do PIB bruto”, além de a atividade turística ser responsável por 200 mil postos de trabalho, ou seja, “15% do emprego” na região.
Nos últimos 10 anos, afirmou o ex-presidente da entidade regional, “tivemos um crescimento médio anual de 6,5% em hóspedes, de 7% nas dormidas, de 6,9% de no RevPAR e o gasto médio por turista aumentou 7,5%”. Porque os últimos 10 anos representam o período em que Vítor Costa assumiu a presidência da Região de Turismo, o responsável vincou bem que “não queria que [estes números] fossem considerados como uma herança dos corpos sociais anteriores, mas que sejam vistos como uma realidade que hoje existe com a evolução que o turismo teve na nossa região”.
No que se refere ao posicionamento da Região de Lisboa, assegurou que “ganhámos, em termos nacionais, dois pontos percentuais de quota de mercado”, o que faz da Região de Lisboa Somos a região líder no número de hóspedes e no RevPAR, ao mesmo tempo que “também temos a Região de Lisboa como a primeira do país”, afirmou.
Com municípios que são dos mais importantes do país em termos turísticos, como Lisboa, Cascais, Sintra e Mafra, a Região de Lisboa integra outros que estão bastante menos evoluídos sendo, portanto, uma região de assimetrias, que Vítor Costa não esqueceu e sobre as quais falaria também a nova presidente, Carla Salsinha (ler aqui).
Ainda assim, vincou o ex-presidente, “dentro da região conseguimos um consenso estratégico sobre a marca, sobre os polos e na nossa região, que tem bastantes assimetrias em termos do turismo, todos cresceram, cresceram os pequenos ou médios”, garantiu.
“No primeiro trimestre deste ano, crescemos mais de 10% do que a média nacional e a nível internacional só estamos acompanhados nessa taxa de crescimento por Copenhaga”, referiu, defendendo que, “todos aqueles que de alguma forma participaram com a direção anterior, acompanham estes resultados”.
Aeroporto e ideia de turistificação: os dois “grandes problemas” da região
Mas nem só das coisas positivas falou Vítor Costa que se referiu, também, àqueles que considera serem os “dois grandes problemas que nós temos na nossa região e não só”.
O primeiro, disse, prende-se com a denominada pressão turística “com o chamado excesso do turismo que mistura uma versão elitista com posições por vezes xenófobas e com uma tendência para desvalorizar aquilo que funciona”. Referia-se, assim, à ideia que regressou agora na pós-pandemia, de que Lisboa, em particular, tem demasiados turistas.
No que se refere a este tipo de posições, considerou que não devem ser escamoteadas, defendendo ser “importante” atentar naqueles que “não aceitam de bom grado que os turistas tenham acesso ao lazer e, consequentemente, ao turismo”, disse. E reconheceu mesmo que “este é um debate difícil porque contamina sectores importantes da nossa sociedade, inclusivamente influencia decisões políticas”.
A última nota que deixou foi referente à situação do aeroporto de Lisboa, que prejudica não apenas toda a região de Lisboa mas todo o país. “Muitas vezes esquece-se que uma capital europeia, ainda mais uma capital localização de alguma forma periférica na Europa, tem o direito de ter um aeroporto na sua região”, referiu, defendendo que este é mesmo “um direito quase fundamental”.
Por isso espera que “o processo algo esotérico em curso, para mais uma decisão sobre o aeroporto de Lisboa, seja efetivamente tomada pela Comissão Técnica, mesmo que essa decisão possa ser estranha e aponte para destruir o que existe e construir outro a dezenas de quilómetros, acompanhado das necessárias infraestruturas e de uma nova cidade aeroportuária que mais cedo ou mais tarde terá os mesmos problemas”.
“Mesmo que a decisão não seja a melhor – continuou -, queremos que ela seja tomada. É aquilo que pretendemos e também que haja a noção de que uma decisão pode levar mais de uma década” sendo por isso necessário encontrar uma solução intermédia que, sem comprometer essa tomada de posição, viabilize toda a atividade do turismo”.
Aos novos corpos sociais da ERT-RL, o ex-presidente, que continua agora como presidente da Mesa da Assembleia, desejou o maior sucesso, alertando que “há muita coisa para fazer”. Mostrou-se, no entanto, confiante em que “com novas ideias e as novas dinâmicas que existem quando se fazem alterações”, o trabalho seja levado a bom porto.