Maior conexão entre a academia e a indústria é chave para um setor do turismo mais sustentável
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Esta foi uma das principais conclusões do Congresso Diversidade & Sustentabilidade – Oportunidades e Ameaças (DSOTT) que decorreu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, nos passados dias 30 e 31 de maio e 1 de junho.
Com o objetivo de marcar no mapa internacional o papel de Portugal como um país onde a investigação e indústria do turismo são uma referência, o Congresso Diversidade & Sustentabilidade – Oportunidades e Ameaças (DSOTT) reuniu uma panóplia de investigadores nacionais e internacionais e representantes da indústria turística portuguesa que discutiram o presente e o futuro da indústria turística.
Uma das principais conclusões, segundo os organizadores, a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, a Universidade Europeia e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, é que definitivamente existe potencial para uma maior conexão entre a academia e o mundo de negócios e que só assim se avançará para um setor mais sustentável, segundorefere Cláudia Seabra, Professora da FLUC.
No primeiro painel, dedicado ao tema “Atrair talento e lucro”, ficou claro que a Academia vê potencial de crescimento investindo em duas áreas de ensino e pesquisa especialmente relevantes para a indústria do Turismo: inteligência emocional e tecnologia. Por outro lado, concluiu-se que os alunos procuram empresas que privilegiam a sustentabilidade e que permitam um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
“As empresas precisam, por isso de estar atentas a estes sinais do novo mercado de trabalho para reter talento”, indica Sofia Almeida, Professora da Universidade Europeia.
As conclusões da segunda sessão, dedicada ao tema da “Sustentabilidade” indicam que a estratégia de sustentabilidade turística para Portugal depende do envolvimento de todos os stakeholders para promover uma mudança a todos os níveis. Nomeadamente ao nível do planeamento e desenvolvimento urbano com a integração do turismo dos Planos Diretores Municipais, aposta nas energias renováveis, criação de estratégias de comunicação mais consistentes e baseadas em fatos a nível local sobre a importância do Turismo para a economia e desenvolvimento do país.
“Um dos maiores desafios será manter a nossa autenticidade e singularidade cultural – tão importante para atrair uma forma sustentável de turismo”, aponta Rita Peres da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril.
Já na 3ª sessão, dedicada ao tema “Diversidade”, concluiu-se que a diversidade é a razão pela qual o turismo existe, as pessoas viajam para conhecer outros lugares, outras pessoas, outras culturas. Mas a diversidade deve também ser considerada nas equipas profissionais de turismo e hotelaria.
No último debate, sobre “Tendências Futuras” estivaram em cima da mesa aspetos como a governança do turismo, paz e cultura, sustentabilidade e acessibilidade foram discutidos concluindo-se que a academia e as empresas têm falado muito, mas ainda há muito a ser feito.
Cláudia Seabra, Professora da FLUC e investigadora do Centre do Estudos de Geografia e Ordenamento do Território afirma: “precisamos de nos focar nas pessoas, ouvir e envolver as comunidades e organizações não-governamentais. Este não é um discurso de ‘nós’ e ‘eles’; deve ser um discurso centrado apenas no ‘nós’, através da cocriação e colaboração. Este é o único caminho para uma governança efetiva do turismo”.
No congresso participaram 181 investigadores de 26 países que apresentaram os seus trabalhos em 36 sessões paralelas.