Avis vai ter mais “dois hotéis de pequena dimensão”, avançou a vice-presidente da Câmara
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A Câmara Municipal de Avis convidou um grupo de agentes de viagens a visitar o concelho, a fim de lhes dar a conhecer um pouco do muito que tem para oferecer a quem procura o concelho. O Turisver acompanhou essa visita, que decorreu no passado fim de semana, e esteve à conversa com a vice-presidente da Câmara que tem o pelouro do turismo, Inês Fonseca, para saber mais sobre os projetos em curso.
Esta foi a primeira iniciativa que a Câmara Municipal de Avis fez com operadores turísticos e com a imprensa, em que apresentaram os vossos produtos e projetos?
Com imprensa e operadores turísticos nacionais foi a primeira vez porque fruto do trabalho com a Rede de Estações Náuticas do Alentejo já tínhamos recebido operadores estrangeiros, nomeadamente suecos, espanhóis e dos Países Baixos.
O que nos motivou a organizar esta visita foi perceber que tínhamos dado um salto maior para a internacionalização sem chegar ao mercado interno, até porque quando começámos a comunicar e a vender este conceito da estação náutica, verificámos que as pessoas não entendiam muito bem do que se tratava.
A estação náutica é o vosso cartão de visita para atraírem mais turistas, até porque possibilita uma série de atividades que têm a ver com a água que são sempre muito atrativas para o período de verão mas querem complementar isso com outros produtos?
A estação náutica trouxe-nos a oportunidade de diversificarmos a oferta turística, ou seja, não ficarmos apenas pelas experiências na água mas poder agregar a isso as experiências gastronómicas, o conhecimento das adegas e dos lagares que existem no nosso concelho, dando a conhecer um pouco de todos os produtos endógenos do nosso concelho. Neste sentido, desafiámos mesmo tanto as adegas como o lagar a disponibilizarem visitas para o público, e temos conseguido fazer isso.
No fundo, estamos a criar um produto turístico que leve as pessoas a permanecerem no nosso concelho mais do que um dia porque verificamos que há muitas pessoas que chegam aqui no sábado e vão embora no domingo. O que nós queremos é que eles permaneçam mais tempo no nosso território, dizendo-lhes que há muita coisa para fazer e que devem ficar para as experimentar.
Penso que o facto de termos criado esta Rede, porque no fundo a Estação Náutica é uma rede de parceiros em que todos contribuem para um mesmo fim, fez com que conseguíssemos uma maior oferta e diversidade de produtos.
Nos últimos cinco anos o número de camas quase triplicou em Avis
Ao longo da visita verifiquei que têm tido vários investimentos, nomeadamente no que se refere a unidades de alojamento. Esta oferta tem crescido ano após ano? Há a intenção por parte de novos investidores de virem para cá?
Além dos investimentos realizados nos últimos anos, com o número de camas quase a triplicar no concelho nos últimos cinco anos, muito por via da facilidade que dá o Alojamento Local, também há novos projetos em curso. Temos dois hotéis de pequena dimensão a serem construídos, concretamente dois hotéis rurais – um que ainda não iniciou a construção mas já fez as demolições do que existia, e outro que é o Monte dos Bordalos, nas margens da albufeira, que está neste momento em construção. Trata-se de uma unidade de turismo rural, de grande simplicidade, muito ao jeito de um monte alentejano moderno, que vai ficar um produto muito interessante.
A Câmara Municipal tem algum Gabinete para dar apoio a potenciais investidores?
Temos um Gabinete de Turismo que não se limita às visitas – isso até é mais feito pelos funcionários do Posto de Turismo – e que dá muito apoio aos empresários na área do alojamento, nomeadamente ao nível das certificações, da instrução de procedimentos…
Se ao nível do alojamento, o concelho não tem problemas, já ao nível da restauração a situação não é a mesma…
É verdade, faltam-nos estabelecimentos de restauração, acho que os que temos tem boa restauração ao nível tradicional mas precisávamos de uma restauração mais moderna que permitisse uma maior diversificação. Penso que uma falha que existe no nosso concelho é exatamente o número de restaurantes de qualidade.
“A mais-valia de Avis reside no facto de poder proporcionar um conjunto de experiências diferentes, que abrangem vários gostos, o que permite passar três ou quatro dias no concelho sem que ninguém se aborreça”
Têm uma marca forte que é Visit Avis porque tem como referência não apenas o nome do concelho mas também a dinastia de Avis. É essa a marca que vai continuar?
Depois desta experiência da Estação Náutica e de termos dado o ‘pontapé de saída’ para o Visit Avis, acho que é uma marca que devemos agarrar porque nos diferencia e remete as pessoas para a História de Portugal, para a Ordem de Avis e para todo um legado que o nosso concelho tem. Penso que tem muito mais força do que Estação Náutica de Avis porque isso acaba por remeter para o Centro Náutico e atualmente não faz muito sentido.
Já estão a monitorizar os turistas que pernoitam no concelho?
No âmbito de uma parceria que temos com a Universidade de Évora, estamos a desenvolver um trabalho para a monitorização, em todos os alojamentos, do número de turistas que vêm ao nosso concelho. Estamos, neste momento, a desenvolver um questionário simples que vamos disponibilizar a todas as unidades de alojamento para podermos ter essa noção porque os alojamentos locais ficam fora das estatísticas e o maior número de unidades que temos é exatamente Alojamento Local.
O que é que gostaria de transmitir aos agentes de viagens que que não tiveram a oportunidade de conhecer Avis, a fim de poderem potenciar as suas vendas e enviar turistas para o concelho?
A mais-valia de Avis reside no facto de poder proporcionar um conjunto de experiências diferentes, que abrangem vários gostos, o que permite passar três ou quatro dias no concelho sem que ninguém se aborreça. Mas para quem apenas quer descansar, Avis também é o sítio indicado. Temos ofertas para desportos mais radicais e temos o ‘outro lado’, o relax à beira da piscina ou nas margens de uma albufeira e com isso conseguimos atingir públicos muito diversificados e permite vender o nosso território.