Dia Nacional do Agente de Viagens: Maria José Silva considera que é um “sinal de que há uma valorização da atividade”
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No evento com que a APAVT assinalou o Dia Nacional do Agente de Viagens que se celebrou este ano pela primeira vez, o Turisver aproveitou para falar com Maria José Silva, fundadora e CEO da ZENTravel, para saber o que este dia representa para os profissionais das agências de viagens.
Maria José, hoje [terça-feira, dia 28 de maio] temos a comemoração da existência das agências de viagens em Portugal e vamos ter, no dia 30, a celebração do Dia Nacional do Agente de Viagens. Como é que se sente com isto?
Antes de mais, devo dizer “finalmente”. É importante termos um dia do Agente de Viagens, porque é sinal que há uma valorização da atividade ou deste subsetor, e neste caso é um subsetor que tem trazido imenso a Portugal a nível económico, a nível social, a nível empresarial, cada vez mais com um grande desenvolvimento e, portanto, acho que é um reconhecimento, finalmente.
Quando se fala em agências de viagens e agentes de viagens pensa-se sempre no outgoing mas os agentes de viagens também exercem um importante papel no incoming ?
As agências de viagens têm várias atividades e, realmente, a maior parte das vezes a atividade que é reconhecida é a do porta-a-porta, o chamado tradicional, mas estas, de facto, são só retalhistas, essencialmente de outgoing. Mas nós temos o Incoming, temos os GSAs, temos os especialistas na organização de eventos, temos os que têm especialização em animação turística, que já era antes daquela licença – hoje – separada. Há uma quantidade muito grande de atividades e há também a operação turística, que são os nossos grossistas. Portanto, se nós realmente analisarmos todas estas atividade, vemos que é um dos principais motores da economia e, até agora, não tão valorizado quanto devia ser.
“Este Dia do Agente de Viagens é também para dizer que o agente de viagens é, efetivamente, uma profissão ainda de futuro e que é uma profissão que vale a pena e que tem que ser cada vez mais reconhecida”
O agente de viagens que está no “batente”, no dia-a-dia, que não é o dono da agência de viagens, como é que pode sentir mais este seu ‘Dia’?
Acho que passa também por dar a importância devida à sua especialização, porque antigamente o agente de viagens tinha as suas técnicas mas era difícil entrar na área, não era tão profissional.
Hoje em dia temos tantos concorrentes, desde logo com os canais online, as próprias OTAs, que também são agentes de viagem mas operam na parte online, que exige uma grande especialização, um grande know-how, um grande trabalho, muito mais informação por parte do cliente, o cliente está muito mais informado, é necessário dar até mais garantias, mais proteção, e, portanto, acho que este Dia do Agente de Viagens é também para dizer que o agente de viagens é, efetivamente, uma profissão ainda de futuro e que é uma profissão que vale a pena e que tem que ser cada vez mais reconhecida.
Trata-se, também, do futuro das agências de viagens. Está consolidado esse futuro?
É o futuro das agências de viagens, sem dúvida mas não está consolidado, nada está consolidado, até porque a área do turismo é uma área que está sempre a alterar, o mundo está sempre a alterar, nós dependemos de muitos fatores externos e temos que nos saber ajustar. Estão sempre a entrar novos concorrentes, novos tipos de empresas, novos projetos, e, portanto, consolidado não está, nós temos sempre que continuar a trabalhar, continuar a fazer melhor, continuar a adaptar-nos.
No entanto, este é um claro sinal em que nós estamos bem, estamos em união, estamos bem implantados e não vamos morrer no dia de amanhã, porque somos o motor, efetivamente, entre os produtores e os consumidores.