Viagem a Cuba com a Solférias foi importante “para termos consciência de alguns hotéis” considera Pedro Pinheiro
É proprietário e diretor da Naturviagens, em Penafiel, há 15 anos, uma agência de viagens vocacionada essencialmente para grupos, mas também para a assessoria de eventos. Chama-se Pedro Pinheiro e foi um dos agentes convidados pelo operador Solférias para uma famtrip a Cuba, entre 13 e 21 de maio.
O Pedro tem uma agência de viagens em Penafiel que se dedica sobretudo a grupos. Como é que se diferenciam de outras agências?
Nós temos a Naturviagens e dentro dela a NaturEmpresas e a NaturEvents, porque embora o nosso segmento de mercado seja os grupos, também já começam a aparecer muitas reservas individuais e para além disso, também damos assessoria aos eventos quer em Penafiel quer em outras localidades ao redor.
Somos mesmo especializados em grupos e por isso temos guias, que trabalham “com afinco e amor à camisola”. Somos sete pessoas no escritório e 25 guias. O facto de termos alguns guias vinculados à empresa diferencia-nos dos demais.
Como eu adoro ser turista, tento transmitir isso para todas as pessoas que estão connosco a trabalhar e temos a sorte de mantê-las desde que abrimos. Portanto, já somos quase uma família muito grande, que faz viagens constantemente. E temos alguns organizadores espalhados pelo país, que angariam pessoas para viajar connosco.
Tentamos transportar para todos os nossos clientes uma experiência de todos os locais a que vamos, que seja uma experiência local, que saia um bocadinho do circuito formatado. Tentamos sempre fazer um contacto com a comunidade, que seja o mais próximo possível, assim como com a cultura local.
Já tinha vindo a Cuba?
Já sim, mas há 20 anos, ainda o Fidel Castro estava vivo, mas senti várias diferenças, apesar de agora ter vindo com um olhar mais de turismo profissional.
“Surpreendeu-me Trinidad, porque a oferta turística está a aumentar e eu penso que pode vir a ser um pouco diferente no turismo de Cuba“
Dos programas que fizemos e dos destinos que visitámos – Trinidad, Cayo Santa Maria e Havana – o que é que gostou mais e qual ou quais é que se aplicariam mais ao seu cliente?
Eu tinha alguma curiosidade com Cayo Santa Maria, pelas praias e pela questão do sossego. Surpreendeu-me Trinidad, porque a oferta turística está a aumentar e eu penso que pode vir a ser um pouco diferenciadora no turismo de Cuba. Normalmente, os programas estão formatados para serem dois dias em Havana e um dia de visita a Trinidad. Na minha opinião pode muito bem vir a ser um Havana-Trinidad, tal como acontece com Havana-Varadero, até porque em termos de hotelaria gostei do Meliá Trinidad Península. Há sempre a possibilidade de se sair, beber uns mojitos e o transporte para o hotel é fácil de arranjar.
A sua agência costuma vender muito o destino Cuba?
Nós vendemos Cuba, tenho agora um grupo que virá em novembro e estamos a ver se conseguimos fazer um outro grupo. Também temos alguns clientes individuais que vêm para cá, mesmo a nível corporativo.
E fazem este programa ou preferem Varadero?
Quase sempre fazem Havana-Varadero, sendo que alguns querem ir a Trinidad pela questão colonial, mas fazem-no com o transfere. Já os Cayos tenho alguma dificuldade em vender, porque em Varadero a oferta e animação turística é superior.
No entanto, gostei muito do Meliá Buenavista em Cayo Santa Maria, achei-o muito diferenciado e com uma oferta muito completa para o segmento corporate. Penso que o conseguirei vender facilmente aos empresários.
Por outro lado, o The One Gallery Resort, com classificação de cinco estrelas, pode ser uma opção para os clientes mais novos, é tudo uma questão de divulgação, de promoção. Mas acredito que seja difícil vender o Cayo a uma pessoa que venha pela primeira vez a Cuba, porque Varadero já está muito implementado na cabeça das pessoas.
Da oferta hoteleira que visitámos, qual ou quais é que gostou menos?
Dos que gostei menos foram os Memories – Grand Memories Santa Maria Hotel, Sanctuary at Grand Memories Santa Maria e Memories Paraíso Beach Resort. Achei-os muito fraquinhos.
Apesar dos sucessivos embargos e das dificuldades que Cuba tem para responder à oferta turística eu fiquei agradavelmente surpreendido
A alimentação é algo a que os portugueses dão sempre muita importância. O que é que achou da oferta dos hotéis, a este nível?
Apesar dos sucessivos embargos e das dificuldades que Cuba tem para responder à oferta turística eu fiquei agradavelmente surpreendido. Pensei que fossemos encontrar pior, principalmente no Cayo Santa Maria, onde é mais difícil de fazer chegar mantimentos.
Eu vou sugerir o Meliá Buenavista aos meus clientes ou então o Meliá Cayo Santa Maria, porque a praia é fantástica e o resort não é muito grande, penso que esta cadeia hoteleira está mais preparada para responder à oferta para o turismo de Cuba e oferecem a oportunidade de o cliente escolher três restaurantes temáticos para além do buffet.
As limitações, aqui, a nível de comida, são mais na variedade das carnes, come-se muito frango e porco, mas se explicarmos aos clientes as dificuldades que Cuba atravessa, penso que serão compreensivos.
Regressando à Naturviagens, como estão a decorrer as vendas este ano? Melhor do que no ano passado?
Estão a correr otimamente, felizmente. Penso que 2024 vai ser melhor do que o ano passado. No entanto, estamos a crescer mais lentamente se formos a comparar com o período pós-Covid, em que houve um “boom” na procura de viagens.
Ainda há muita oferta para este verão?
Eu já tenho quase tudo vendido, agora lá está, é crescer. Já estou a vender 2025, porque como trabalho com grupos e grande parte dos meus clientes já está comigo há 15 anos, sei o que é que eles vão querer no próximo ano e já estou a trabalhar nisso.
Esta famtrip a Cuba foi um “prémio” para os agentes que mais venderam Cuba no mês de abril com a Solférias. Acha que este um bom incentivo?
Eu penso que não é só um bom incentivo, como é também muito importante para nós agentes de viagens podermos vir a Cuba, para termos consciência de alguns hotéis e não perdermos clientes.