Christine Ourmières-Widener: TAP vive a sua “última oportunidade” e “não podemos falhar”
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Numa intervenção na cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, a CEO da TAP recordou que a companhia nunca foi uma empresa lucrativa, mas que existe agora uma oportunidade para criar uma TAP melhor e mais forte. Na conferência, a responsável enumerou também as suas preocupações para 2023.
“A inflação galopante, o disparar do preço do combustível, bem como as incertezas em relação à procura no próximo ano, são preocupações presentes e de futuro”, afirmou a presidente da comissão executiva da transportadora aérea nacional, Christine Ourmières-Widener, numa intervenção proferida no Portugal Air Summit, que teve início esta quarta feira em Ponte de Sor.
Na sua intervenção, a responsável da TAP disse estar a preparar o verão de 2023 e lembrou que a companhia está limitada a uma frota de 99 aeronaves até 2025 e que teve de ceder alguns dos seus ‘slots’. Com esta restrição de ‘slots’ em Lisboa, “o aumento da nossa frota para voar aviões maiores é a forma mais eficiente de lidar com a procura prevista”, defendeu Christine Ourmières-Widener, que afirmou que, apesar destas limitações “vamos conseguir aumentar a nossa capacidade no próximo verão, o que é muito positivo”.
Segundo a presidente executiva da TAP, “a devolução da maioria dos ATR, aviões de menor capacidade”, vai permitir que a companhia passe “a operar com uma frota estável de 19 E-Jets e aumentar em quatro o número de Airbus” que opera atualmente.
Christine Ourmières-Widener fez ainda questão de recordar que “há muitos anos que a TAP não é uma empresa lucrativa” e que, “na verdade, nunca foi, apesar de ter tido resultados positivos em 2017 e de, em 2019, estar em expansão”.
“A pandemia parou o negócio quase totalmente e, com isso, agravou ainda mais as dificuldades da companhia, mas todos reconhecem que a TAP é uma empresa estratégica para Portugal e, por isso mesmo, o Estado português resolveu intervir para a salvar”, disse.
Reconhecendo que a intervenção feita na TAP teve “um preço alto para os contribuintes”, sublinhou que “tudo será feito para tornar a companhia aérea nacional uma empresa sustentável a longo prazo”, deixando claro que, apesar de todas as dificuldades, existe hoje “uma oportunidade para criar uma TAP melhor, mais forte”.
“É, na realidade, a última oportunidade. Depois da injeção de capital do Estado este ano, a TAP não poderá receber mais apoios durante 10 anos. Como não recebia há mais de 20. Não podemos falhar”, garantiu.