Álvaro Vilhena: “Este ano ultrapassámos a fasquia dos 17.000 passageiros” em voos charter e regulares
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O balanço das operações de verão foi o ponto de partida para a conversa do Turisver com Álvaro Vilhena, diretor-geral do operador turístico Viajar Tours, com quem também falámos, entre outros assuntos, das apostas que o operador está a fazer para a época baixa e do que está a ser pensado para a época alta de 2024.
Agora que as operações charter de verão terminaram, qual o balanço que se pode fazer em termos de ocupação e de rentabilidade?
Um balanço positivo. Houve uma maior oferta de lugares, e de uma forma geral a taxa de ocupação foi bastante elevada, à exceção do mês de junho, durante o qual se refletiu o excesso de oferta existente no mercado. Quanto à rentabilidade, naturalmente que havendo muita oferta, a rentabilidade é afetada de forma negativa, mas mesmo assim, foi positiva.
As promoções de vendas antecipadas correram muito bem este ano, mas alguns operadores podem ter sofrido uma baixa de rentabilidade com isso. Qual foi o vosso caso?
Sentimos o mercado a responder muitíssimo bem às vendas antecipadas. Já prevíamos que haveria uma quebra a partir de maio, o que se veio a verificar, daí termos apostado numa dinamização forte a nível de campanhas. Claro que a rentabilidade foi afetada, mas dentro do expectável.
Aproximadamente quantos turistas fizeram férias este verão com o Viajar Tours ?
Este ano ultrapassámos a fasquia dos 17.000 passageiros que se dividiram entre a nossa oferta em voos charter e regulares.
Nos vossos voos charter tiveram partidas do aeroporto de Lisboa e do Porto. Os clientes a sul já aceitam a opção de irem apanhar o voo ao aeroporto do Porto ou sentiram que podem ter perdido vendas por esse facto?
Há sempre vendas que se perdem. No entanto, e pelo que ouvimos nas agências, o mercado sabe que, mantendo-se a atual situação no aeroporto de Lisboa, haverá cada vez menos oferta charter. O que o mercado a norte do país sentiu durante muitos anos, certamente será sentido a sul, e a deslocação para o aeroporto do Porto será inevitável.
“Sardenha e Creta são operações exclusivas do Viajar Tours, são destinos onde existe uma forte notoriedade no mercado com o Viajar Tours. Já em Saïdia, Djerba e Tunísia Continental, essa notoriedade existe, mas a oferta existente no mercado leva a que tenhamos de controlar o risco”
Nas ofertas que o Viajar Tours apresentou este verão ao mercado em voos charter, podemos dizer que houve dois grandes destinos na Europa (Sardenha e Creta) e outros dois no norte de África (Saïdia em Marrocos e Djerba na Tunísia). Quais são as principais diferenças entre estas operações?
Sardenha e Creta são operações exclusivas do Viajar Tours, são destinos onde existe uma forte notoriedade no mercado com o Viajar Tours. Já em Saïdia, Djerba e Tunísia Continental, essa notoriedade existe, mas a oferta existente no mercado leva a que tenhamos de controlar o risco e fazer uma “pool” com outros operadores por forma a podermos maximizar o esforço e salvaguardar rentabilidades.
Um operador trabalha com muitos parceiros de negócios mas no geral hoje está a ser reconhecido por muitos que a qualidade do serviço desde a aviação à hotelaria está mais baixo, ao contrário do preço dos pacotes de viagens. Como está o Viajar Tours a acompanhar esta situação?
Com apreensão. Existe, de facto, um problema transversal de falta de mão-de-obra qualificada e formada na hotelaria e na aviação, e que se traduz na quebra da qualidade oferecida. Por outro lado, há um aumento generalizado de preços, e o resultado não podia ser mais desastroso para todos: viagens mais caras e com menos qualidade. Não havendo uma responsabilidade direta nesta situação no que diz respeito aos operadores, somos os primeiros a ser responsabilizados…
Este ano tiveram várias iniciativas de contacto direto com as agências de viagens. Agora que entramos na época baixa, essas iniciativas vão continuar? Que iniciativas vão pôr em prática?
Vamos continuar, queremos que o agente de viagens tenha cada vez mais facilidade em vender o produto Viajar Tours. Criar confiança é, sem dúvida, um objetivo para este outono/inverno. Vamos por isso desenvolver algumas ações para reforçar a confiança e cumplicidade com os nossos destinos.
Vasta programação em voos regulares para a época baixa e novidades para 2024 a serem trabalhadas
Para este período de época baixa quais são as principais apostas da vossa programação? Que propostas têm para o fim de ano?
Para esta época baixa apostámos na programação com voos regulares, com destaque para companhias como a TAP Air Portugal, Turkish Airlines, Air Europa e Emirates, e para destinos que vão das Caraíbas à Ásia, todos já disponíveis no nosso site.
Vão manter para o próximo ano os destinos charter que programaram este ano? Vão alargar a oferta?
Os destinos que apresentamos este ano serão para manter em 2024, com alguns ajustes para termos uma boa relação qualidade/preço nas nossas ofertas. Quanto a novos destinos e/ou operações, está no nosso ADN a constante procura de novidades. Existem algumas pensadas, mas tudo dependerá do mercado e das condições sociais e económicas do país…
O Viajar Tours é um dos operadores que tem um histórico de programar destinos em Marrocos. Face à catástrofe que este país sofreu recentemente, o que vão fazer em termos de programação para o destino?
Marrocos sentiu bastante a catástrofe que se abateu sobre o Reino, mas felizmente, a sua recuperação foi extraordinariamente célere nos principais pontos turísticos do território. Mesmo na hotelaria, continua a existir uma oferta alargada de empreendimentos que continuam abertos e a oferecer os seus serviços sem qualquer perturbação, pelo que continuamos e continuaremos a desenvolver os nossos programas de forma natural para um país com o qual temos uma ligação histórica e com muitos amigos que nunca deixaremos de apoiar.