Hotelaria liderou investimentos imobiliários no 1º semestre

Dados do ‘Marketbeat Portugal Investment Q2 2022’ da consultora imobiliária Cushman & Wakefield, indicam que, no primeiro semestre do ano, os investimentos imobiliários em Portugal totalizaram 615 milhões de euros, com a hotelaria a representar a maior fatia, com 217 milhões de euros.
O documento recentemente publicado pela consultora, onde é dada uma panorâmica geral sobre o investimento em Portugal, indica que “os setores hoteleiro e industrial foram os mais dinâmicos no segundo trimestre de 2022”. Num período em que as transações alcançaram os 364 milhões e euros, a hotelaria esteve em destaque, já que representou 48% do investimento.
“A recuperação do investimento institucional que já se tinha registado ao longo da ano de 2021, continuou ao longo do primeiro semestre de 2022, com 364 milhões de euros transacionados no 2º trimestre”. No entanto, sublinha a consultora, este total reflete “um ligeiro decréscimo de 3% face ao 1º trimestre de 2021”.
No acumulado dos primeiros seis meses deste ano, o investimento imobiliário em Portugal totalizou 615 milhões de euros, com a consultora a fazer notar que “algumas transações que estavam quase fechadas no segundo trimestre acabaram por ser adiadas para o terceiro trimestre de 2022”.
Para o total dos 615 milhões de euros transacionados no semestre, a hotelaria foi o setor que mais contribuiu, com 217 milhões de euros de investimentos. O setor industrial ocupou a segunda posição com 203 milhões.

O Marketbeat Portugal Investment indica também que foram os grandes negócios que catapultaram os resultados do investimento imobiliário. “Assim como nos trimestres anteriores, foram os grandes negócios que contribuíram para este resultado, com os três primeiros a representarem cerca de 60% do valor total investido”, adianta a consultora.
A propósito explica que o volume de transações no segundo trimestre de 2022 “foi fortemente influenciado pelo setor hoteleiro, que representou 48% do volume de investimento – com a aquisição pela Azora do Pestana Blue Alvor Hotel por 75-85 milhões de euros, e a compra pela GawCapital do Hotel Infante Sagres (Porto) à Fladgate por 34-38 milhões de euros”.

A consultora estima que o investimento imobiliário no corrente ano possa vir a atingir os 2,7 mil milhões de euros, número que se compara aos 2,1 mil milhões alcançados em 2021.
Em declarações à Lusa, Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield em Portugal, destacou que no primeiro semestre houve um volume de investimento superior a 600 milhões de euros, mas em julho e agosto estes valores “quase que duplicaram e regista-se 1,2 mil milhões de euros de investimento concluído em 2022”. Referiu ainda que, tendo em conta os negócios anunciados, há mais cerca de 1,5 mil milhões de euros de investimento na calha até ao final do ano, totalizando 2,7 mil milhões de euros.
“O mercado português tem-se portado muito bem nestes últimos seis meses contrariamente a outros mercados europeus que claramente se ressentiram da guerra, da incerteza, do aumento dos custos e da taxa de juro, que não deixa de ser muito importante no imobiliário”, sublinhou o responsável.
Quando a perspetivas para 2023, admitiu que poderá haver “uma retração no mercado imobiliário”, tanto em volume como em valores e principalmente na primeira metade do ano. Tudo dependerá do que irá acontecer com os preços, a crise energética ou a guerra da Ucrânia, efeitos que, para já, ainda não se estão a fazer sentir no imobiliário em Portugal.