TAP registou piores resultados de sempre em 2021
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A TAP registou, em 2021, prejuízos históricos de aproximadamente 1,6 mil milhões de euros. Ainda assim, a companhia sublinha que os resultados foram melhores que os previstos no Plano de Restruturação da empresa.
Em comunicado, a TAP informa ter tido, em 2021, um resultado líquido negativo de 1,6 mil milhões de euros “melhor que o previsto no Plano (EUR 1,75 mil milhões), incluindo o reconhecimento de custos não recorrentes de mil milhões de euros”.
Estes resultados, de 1.599,1 milhões de euros negativos são, no entanto, ainda piores que os verificados em 2020, quando a empresa registou prejuízos que ficaram em menos 360 melhores que os registados o ano passado. Isto apesar de, em 2021, ter aumentado o número de passageiros transportados bem como o nível de receitas, em comparação com o ano anterior: “em termos operacionais, o número de passageiros da TAP cresceu 25,1% (YoY) em 2021, ainda cerca de 34,2% do nível de 2019. A procura (medida em RPK) aumentou 25,6% (YoY), apesar de ainda ser de 35,5% dos números de 2019. As receitas de passageiros aumentaram 25,8% em 2021, acima do crescimento global de 20,1% (de acordo com a IATA) das receitas de passageiros da indústria”, lê-se no comunicado emitido pela empresa.
Destaca ainda a empresa que foi conseguida uma “recuperação significativa do EBITDA [lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização] recorrente no segundo semestre de 2021, anulando as perdas operacionais registadas durante o primeiro semestre, permitindo que o ano de 2021 fosse encerrado com um EBITDA recorrente positivo de 11,7 milhões de euros”.
Na justificação dos resultados negativos, a TAP lembra que o primeiro semestre de 2021 foi marcado “por severas restrições à mobilidade doméstica e internacional devido à pandemia de covid-19, levando a uma imobilização quase total dos aviões da companhia aérea durante vários meses”. Já no segundo semestre “foi-se verificando a reabertura gradual das fronteiras, apesar de dois dos principais mercados da TAP, Brasil e EUA, só terem retomado os voos internacionais com Portugal durante o último trimestre do ano”.
No mesmo comunicado, a TAP lembra ainda que a guerra na Ucrânia tem originado impactos macroeconómicos relevantes, como a subida das taxas de juro e o aumento do preço dos combustíveis, incluindo do jet fuel, “que registou um crescimento de mais de 30% desde o início do conflito, e de um conjunto de bens e serviços o que tem originado uma crescente inflação”.
Ainda relativamente ao tema da guerra na Ucrânia, o comunicado sublinha que “adicionalmente, o conflito originou restrições de circulação do espaço aéreo próximo daquela região, restrições essas que se mantêm à data de aprovação destas demonstrações financeiras, bem como a imposição de sanções de natureza económica, financeira e outras à Federação Russa e a indivíduos associados ao regime Russo por parte da União Europeia, dos Estados Unidos e outros países, com impactos ao nível da circulação de pessoas, mercadorias e fluxos financeiros”.