Fernando Duarte: “Conheço quase todas as ilhas das Caraíbas mas não troco Cabo Verde por nenhuma delas!”
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Fernando Duarte, gerente da Clickviaja na Parede, concelho de Cascais, é um apaixonado por Cabo Verde e o sentimento que nutre pela ilha da Boavista é prova disso mesmo. Foi sobre esta ilha que recebeu recentemente uma viagem de familiarização da Solférias, que incidiu a nossa conversa.
Por Fernando Borges
Qual a importância da participação em fam trips para a sua agência?
São fundamentais para conhecermos o destino, aprofundarmos o conhecimento sobre as unidades hoteleiras, sobre as excursões facultativas que os clientes podem fazer, e principalmente para podermos ter um leque de opiniões sobre tudo o que envolve esse mesmo destino no sentido de podermos aconselhar em consciência os nossos clientes.
A ilha da Boavista é tida como um destino essencialmente de sol e praia. Que outros atrativos encontrou nesta viagem que possam fazer aumentar o interesse dos portugueses?
O primeiro atrativo é o povo. Mas este é um atrativo transversal a todas as ilhas de Cabo Verde. É um povo de uma gentileza, de uma amabilidade e de uma beleza interior natural inesquecível. Em relação à Boavista em si eu acho que é uma ilha suficientemente grande e muito pouco povoada que a transforma num destino muito atrativo.
Saber que uma ilha que tem quase a área da ilha da Madeira e que não chega a ter 13.000 habitantes é uma coisa inacreditável E depois há as diversas atividades para descobrir os seus encantos naturais, como o chamado deserto e as suas fascinantes praias, atividades como a moto4, que é sem dúvida nenhuma muito divertida e atrativa, o passeio de catamarã que permite olhar para a ilha a partir de um outro ângulo, para além do profundo relax que oferece.
Salientava o city tour a Sal Rei que permite ter um conhecimento mais profundo sobre a cidade e sobre este povo, pois é aqui que a maioria mora, que a maioria trabalha e vive a realidade, e que os turistas têm mais contacto com os locais. E claro há que descobrir a zona norte e a zona sul da ilha, descobertas que nos enriquecem.
Visitámos diversos hotéis, quais vai aconselhar aos teus clientes? Como olha para a relação preço/qualidade?
Na realidade visitámos o que poderei chamar de hotéis principais. Considero os três hotéis RIU, o Touareg, o Palace e o Karanboa muito bons, destacando o Touareg pela sua dimensão e pelo número de quartos, que são 1151 quartos, o que não deixa de impressionar. E claro que não nos podemos esquecer do Voi e do Royal Horizon, hotéis diferentes, que considero serem um pouco inferiores aos Riu, mas com uma localização que direi perfeita. Mas são os RIU, para mim, que estão no topo da lista e mais direcionados para o mercado português. São hotéis que se diferenciam entre eles, ou seja, complementam-se, com o Palace a ser apenas para adultos, o Karamboa para famílias e o Touareg, que chamarei de misto, pois tem uma zona para famílias e uma outra reservada para adultos. Portanto são três hotéis que abrangem todas as hipóteses.
“Penso que falta mais e melhor divulgação do destino. Não só da Boavista mas igualmente de Cabo Verde. E se pensarmos que estamos apenas a quatro horas de Portugal, o que significa metade do tempo que se demora a chegar às Caraíbas, encontramos logo uma vantagem”
E o que falta para que mais portugueses venham à Boavista?
Penso que falta mais e melhor divulgação do destino. Não só da Boavista mas igualmente de Cabo Verde. E se pensarmos que estamos apenas a quatro horas de Portugal, o que significa metade do tempo que se demora a chegar às Caraíbas, encontramos logo uma vantagem. Conheço quase todas as ilhas das Caraíbas mas não troco Cabo Verde por nenhuma delas, até porque aqui fala-se português o que representa desde logo uma enorme vantagem. E há o povo para ajudar a que este destino seja preferível.
Já esteve na ilha do Sal. Que diferenças encontra entre as duas ilhas que são os principais destinos dos portugueses em Cabo Verde?
No Sal, infelizmente, existe um fenómeno que são os garotos que abordam os turistas na rua para pedir, enquanto aqui, na Boavista, não vi isso uma única vez. Só isso diferencia tudo ou muito. Depois, a Boavista por ser uma ilha com um índice populacional muito pequeno, talvez traga e talvez permita que não haja uma distância em relação ao turista, mas sim que haja uma preocupação da parte deles, das suas gentes, que o turista não se sinta turista.
E o que lhe falta para cativar mais turistas?
É difícil responder a essa pergunta, que para mim tem dois tipos de resposta. Se olharmos pelo lado económico, pelo lado financeiro, teríamos aqui muitas hipóteses para investimentos, e muitas potencialidades para desenvolver o turismo e nessa base chamar mais turistas. Se olharmos pelo lado da proteção da natureza poderíamos, pensar que com a vinda de muitos mais turistas, se pode degradar o que é tão bonito e natural, esta beleza que está tão inexplorada, esta beleza que é pura, que é genuína. É difícil dizer “vamos fazer isto”, “vamos melhorar” porque já sabemos, tendo outros destinos como exemplo, que vai ter a contrapartida de ir estragar qualquer coisa.
E como balanço final…
Para além de tudo o que já disse gostaria de acrescentar que foi um privilégio, porque é mesmo um privilégio, ter conhecido algumas pessoas durante esta viagem que direi de ótimo trato e realçar a forma muito transparente, muito profissional e muito tranquila com que o Paulo Almeida, o responsável da Solférias que nos acompanhou, dirigiu e comandou esta fam, realçando igualmente a simpatia da Tânia Martins, o outro elemento da Solférias que fez parte desta viagem fantástica à Boavista.