Turismo vira as costas à Rússia
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Da aviação ao alojamento, da distribuição às plataformas de reservas, há grandes multinacionais do turismo que estão a juntar-se ao boicote à Rússia – um número que cresce de dia para dia.
Conhecido desde sempre como indústria da paz, o Turismo está a deixar clara a sua posição de discordância face à invasão da Ucrânia pela Rússia, sendo já conhecidas as medidas tomadas por algumas das maiores empresas internacionais do setor, que se aliam ao boicote à Federação Russa.
Cancelamento de rotas aéreas, alteração de itinerários, suspensão de envio de peças, congelamento de negócios na Rússia e, em alguns casos na Bielorrússia, são algumas das medidas que muitas empresas de turismo estão a tomar para vincarem a sua oposição à invasão da Ucrânia.
Começando pela aviação, e sem falar nas ligações aéreas já interrompidas, os dois gigantes da construção aeronáutica, Airbus e Boeing, anunciaram a suspensão do envio de peças para a Rússia, bem como do suporte técnico e manutenção de aeronaves às companhias russas. No que toca à Airbus, o fabricante anunciou estar ainda a analisar se o seu centro de engenharia em Moscovo poderá continuar a operar.
Os gigantes da distribuição estão a ir pelo mesmo caminho. Como pode ler na notícia que publicamos (ler aqui), a norte-americana Sabre Corporation fez saber na passada quinta feira, que rescindiu, unilateralmente, o contrato de distribuição que tinha com a companhia Aeroflot, eliminando todos os conteúdos da transportadora aérea russa do seu GDS.
À Sabre juntou-se a Amadeus, que já anunciou a eliminação da Aeroflot do seu sistema de tarifas e não irá proceder a nenhum novo contrato na Rússia. “Já começámos a suspender a distribuição de tarifas da Aeroflot dos nossos sistemas”, confirmou a Amadeus à agência espanhola de notícias, Efe. Além disso, de acordo com o site de notícias Skift, o gigante tecnológico de distribuição está também a “avaliar” a sua “carteira de negócios” naquele país.
Já a Travelport, admitiu, segundo o site Skift, que está a “trabalhar com os governos de todo o mundo para manter as sanções impostas contra a Rússia” tendo decidido “suspender imediatamente da plataforma as vendas da Aeroflot”.
Bastante antes, no início da semana passada, já o Grupo Expedia tinha feito saber que ia deixar de vender viagens para a Rússia e a partir daquele país.
A Tripadvisor, e a sua marca Viator, cancelaram as reservas na Rússia e na Bielorrússia, entre outros negócios, o mesmo acontecendo com a Airbnb que anunciou no final da semana passada o congelamento dos seus negócios, naqueles dois países. A Booking Holdings tinha já feito saber de idêntica medida. No mesmo sentido foi a decisão da eDreams Odigeo que, a 28 de Fevereiro, fechou o seu site na Rússia e removeu, tanto a Rússia como a Bielorrússia do seu inventário aéreo, tendo parado, dia 4 de março, de oferecer alojamentos naqueles países.
As sanções impostas pela União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos, tinham já ditado o cancelamento das ligações aéreas para a Rússia e durante a semana passada as maiores companhias de cruzeiros foram dando conta da alteração dos seus itinerários. Foi o caso da MSC Cruzeiros, Carnival Corporation, Royal Caribbean, Aida, Norwegian Cruises, entre outras.
A lista não é, nem pretende ser, exaustiva. Há outras empresas que já se juntaram ao boicote, e outras irão provavelmente fazê-lo nos dias seguintes.
Entretanto, para dia 8, terça feira, e tal como o Turisver.pt noticiou, é esperada a decisão do Conselho Executivo da Organização Mundial do Turismo sobre a suspensão da Rússia esta Organização.