Ryanair apela a abertura imediata do Aeroporto do Montijo
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A companhia aérea low cost, Ryanair, apelou esta quinta-feira, 7 de dezembro, ao Governo português para não perder tempo “com estudos e comissões e entregar o tão necessário crescimento no transporte aéreo e turismo para Lisboa”, pedindo a abertura urgente do Aeroporto do Montijo.
O apelo surge um dia depois da Comissão Técnica Independente ter apresentado o relatório sobre o novo aeroporto na área de Lisboa e que segundo a Ryanair “já não atende às necessidades e o do Montijo deve ser aberto urgentemente para proporcionar a Lisboa e Portugal a conectividade adicional e o crescimento do turismo/empregos necessários para estimular a economia”.
Segundo a companhia irlandesa, o “Aeroporto de Montijo deveria ser reaberto para quebrar o monopólio da ANA, empresa detentora do aeroporto de Lisboa”, acrescentando que a ANA “está a aumentar as taxas aeroportuárias em 17% a partir de 2024, está a prejudicar a conectividade de Portugal, o crescimento do turismo, o crescimento do emprego e a prejudicar as tarifas baixas para os consumidores e visitantes portugueses. Não é mais aceitável que os cidadãos e visitantes de Portugal sejam explorados pela recusa da ANA em acomodar mais crescimento ou eficiências no aeroporto de Lisboa Portela”.
“O monopólio da ANA, de propriedade francesa, não enfrenta concorrência em Portugal, o que permite aumentar os preços sem penalidade”, prossegue ainda a mesma companhia, afirmando que “apenas em Lisboa, as taxas de passageiros aumentaram em +50% desde 2019, apesar de a maioria dos aeroportos europeus ter reduzido as taxas de passageiros pós-Covid para recuperar o tráfego e o crescimento. O Governo português falhou em garantir que os aeroportos, que desempenham um papel vital na infraestrutura nacional, sejam usados para impulsionar o crescimento em benefício dos cidadãos e da economia de Portugal, em vez de enriquecer um operador de monopólio de aeroporto de propriedade francesa”.
Segundo a Ryanair já foi “forçada” a retirar uma aeronave da sua base na Madeira este inverno (um investimento de $100 milhões), enquanto também reduz o tráfego em Faro e Porto em resposta ao aumento de 17% nas taxas aeroportuárias pela ANA a partir de 2024.
E acredita que uma decisão do Governo português de conceder a concessão para o Montijo a um concorrente da AFA aceleraria a abertura de Montijo e traria mais tráfego e crescimento do turismo, bem como milhares de novos empregos para Lisboa e para Portugal.
Michael O’Leary, CEO do Grupo Ryanair, adverte mesmo que “o Governo português tem estado de braços cruzados há anos falando sobre um segundo aeroporto para Lisboa, enquanto Montijo deveria ter sido aberto há anos. Estamos quase em 2024 e ainda estamos à espera de que o Governo português tome uma decisão sobre onde colocará um novo aeroporto para Lisboa. A ANA, o monopólio francês de aeroportos, alega que a Portela está cheia e não pode emitir mais slots. Qualquer governo sensato garantiria que o aeroporto da capital tivesse capacidade para crescer. O Governo português falhou em fazer isso, e a solução está do outro lado da baía no Montijo”.
O aeroporto em Montijo já existe, precisa de um investimento modesto em infraestrutura terminal e poderia estar pronto para o verão de 2024 ou 2025 se o Governo português apenas tomasse uma decisão, alerta o mesmo responsável.