Francisco Calheiros: “É tempo de se dizer ‘basta’ e de se tomarem decisões”
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal tem esperanças em que a situação aeroportuária de Lisboa possa ser decidida este ano, mas porque esperança não é realidade, continua a apelar a uma decisão rápida já que a discussão já dura há mais de 50 anos.
“Há 53 anos que estamos a discutir o novo aeroporto e é tempo de se dizer ‘basta’ e de se tomarem decisões”, afirmou o presidente da Confederação do Turismo de Portugal após a apresentação do estudo. “O que está em cima da mesa, é se tomamos uma decisão a seis ou a 12 anos porque estes impactos já os vamos ter”, mesmo no cenário mais otimista porque “a decisão ainda não está tomada”.
Respondendo a questões colocadas pelos jornalistas sobre o despacho do Ministério de Pedro Nuno Santos que viria a ser revogado pelo primeiro-ministro, Francisco Calheiros afirmou que a CTP aplaudiu a decisão “e voltávamos a aplaudir” porque aquela era a “decisão rápida” que “estamos a pedir”, a que permitiria, juntando a Portela e o Montijo, chegar a “perto de 60 milhões de passageiros, o que é a capacidade do aeroporto de Madrid”. O presidente da CTP reforçou mesmo que “aquilo que eu entendi das palavras do senhor ministro foi: para não estarmos mais 53 anosa decidir um futuro aeroporto, quando Portela+Montijo se esgotarem, seja daqui a 10, 20 ou 30 anos, a nossa alternativa é fazer em Alcochete”.
Sobre o facto de Beja não estar contemplado no estudo como alternativa, o responsável sublinhou que “não estamos aqui a apresentar alternativas, os cenários mais plausíveis no momento são Montijo e Alcochete e foi ai que nos centrámos. (…) É isto que este estudo tem de novo, estamos a pôr em cima da mesa o custo de uma não decisão, seja ela qual for. Aquilo a que nós estamos aqui a apelar é que tem que haver uma decisão”.
Respondendo a uma questão do Turisver sobre a possibilidade de haver um impacto positivo de cerca de 20% se rapidamente serem feitas obras na Portela, nomeadamente através da mudança da torre de controlo e a extensão da pista, o presidente da CTP disse que “há obras na Portela que deviam estar a ser feitas” mas, que mesmo que sejam feitas “a capacidade da Portela não vai mudar e isso é dito pela própria concessionária”.
Francisco Calheiros sublinhou ainda que “o turismo está, este ano, a ser responsável por 60% do nosso crescimento e não é possível estarmos todos a fazer o melhor que sabemos e podemos para nos depararmos um dia com o cenário que não podemos ter mais turistas porque não há aeroporto”.
O estudo que foi dado a conhecer à comunicação social esta quinta feira, foi apresentado na passada semana ao Presidente da República, ao governo e ao PSD. “Todos conhecem estes números, e a todos foi explicado que a recuperação lenta já não está em cima da mesa. Um como partido de Governo e outro como maior partido da oposição têm a consciência do que está em cima da mesa e que urge uma decisão”, afirmou Francisco Calheiros.
Por isso, frisa, “acho que o bom senso tem que imperar e não tenho duvida nenhuma que quer o governo quer a oposição sabem que é fundamental fazer uma nova infraestrutura” pelo que assume ter esperança que ainda este ano possa haver uma decisão.