Presidente da APAVT tranquiliza operadores turísticos quanto à mudança de voos charter da Portela para Beja
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Numa informação enviada pelo presidente da APAVT ao Capítulo dos Operadores, a que o Turisver teve acesso, Pedro Costa Ferreira diz que “não existirão, por agora, razões para pensar que se produzirá uma rutura nas operações charter da Portela, no próximo ano”. Em causa está um parecer da Comissão Técnica Independente que apontou a deslocalização dos charters para Beja como uma das medidas para a redução do tráfego na Portela.
As recentes notícias sobre a eventual deslocalização da operação charter para Beja, apontada pela Comissão Técnica Independente (ler aqui) têm causado apreensão junto dos operadores turísticos, uma vez que muitos estão já contratar as suas operações para o verão de 2024. Neste sentido, a APAVT está a acompanhar de perto o assunto, tendo mesmo já realizado uma reunião com a administração da ANA, de cujos resultados informou o Capítulo dos Operadores, através de um email a que o Turisver teve acesso.
Neste documento, Pedro Costa Ferreira faz notar que a reunião com a Administração da ANA permitiu esclarecer vários aspetos, nomeadamente, que “a Comissão Técnica Independente não tem nenhum mandato para emitir opiniões sobre soluções de curto prazo para a Portela” e que “a “solução” “Charters para Beja” vem acompanhada de uma outra série de opiniões e supostas soluções, consideradas simplesmente surreais pelas empresas supostamente envolvidas nessas mesmas soluções”.
Segundo informa o presidente da APAVT, “a ANA não tem qualquer interesse em desenvolver a proposta incluída no relatório da CTI” uma vez que essa solução não seria relevante, pois apenas serviria para deslocalizar “ 0,6% do movimento do aeroporto”, e em segundo lugar porque hoje “a tipologia dos voos charter, segundo a ANA, até ajuda a gerir slots, preenchendo pontas soltas, por períodos relativamente curtos de tempo”.
“Ou seja, não existirão, por agora, razões para pensar que se produzirá uma rutura nas operações charter da Portela, no próximo ano”, conclui Pedro Costa Ferreira.
O presidente da APAVT deixa claro que a Associação irá continuar a acompanhar este assunto “em todas as reuniões da CTP, onde tanto a APAVT como a ANA têm assento”. Além disso, a APAVT irá também fazer chegar ao secretário de Estado uma missiva com esclarecimentos sobre os referidos pontos, e “explicando que uma decisão neste sentido colocaria em risco um importante destino português, o Porto Santo ”, um ponto sobre o qual a Associação já falou com o Governo Regional da Madeira “que desenvolverá idêntica ação junto do SET”.
No texto a que o Turisver teve acesso, Pedro Costa Ferreira explica ainda que “na opinião da ANA, o aeroporto do Porto está longe de se esgotar, pelo que, face às dificuldades em desenvolver a operação charter em Lisboa, manter-se-á uma boa opção no próximo futuro”.
Foto: ANA-Aeroportos de Portugal