Comissão Técnica Independente propõe que charters passem para Beja

A Comissão Técnica Independente apresentou esta segunda feira várias medidas tendentes a reduzir o congestionamento de tráfego aéreo no Aeroporto Humberto Delgado. Entre as propostas que constam do relatório já entregue ao Governo e agora divulgado, está o desvio dos voos charter “não regulares” para Beja até que seja construído um novo aeroporto.
O documento, que apresenta soluções para atenuar os impactos negativos das limitações do aeroporto de Lisboa num horizonte de cinco a sete anos, aponta para “ineficiências operacionais e de layout” no Aeroporto Humberto Delgado, as quais “condicionam o uso da capacidade instalada e a possibilidade de uma solução de médio prazo de incremento de capacidades”.
“Ficou claro que o AHD [Aeroporto Humberto Delgado]apresenta ineficiência operacional e de layout que condicionam o uso da capacidade instalada e a possibilidade de uma solução de médio prazo de incremento de capacidades. Assim o foco das intervenções no AHD deve ser orientado para soluções de novas infraestruturas com implementação no curto-prazo, expeditas e não limitativas da operação corrente, bem como para soluções de otimização operacional que promovam a eficiência do uso da capacidade instalada“, aponta o relatório.
Para minorar estas condicionantes, o relatório aponta diversas medidas, entre as quais se contam o desvio dos voos de carga e dos voos charter “não regulares” para o Aeroporto de Beja. Segundo a CTI, esta medida iria ter impactos favoráveis não apenas no descongestionamento do Aeroporto de Lisboa mas também do de Faro.
“A Base Aérea de Beja, nas condições atuais de acessibilidade, não pode ser uma alternativa comercial para gestão das pontas de tráfego de passageiros do AHD e do Aeroporto de Faro, mas pode ser considerada para acolher operações exclusivas de carga e de charters não regulares, libertando espaços do AHD“, lê-se no documento.
Entre as propostas da CTI está a criação de um terceiro terminal no Aeroporto de Lisboa que, preferencialmente, deverá ter acesso direto ao exterior e plataformas e taxiway de acesso.
Defendendo a reavaliação do projeto já apresentado pela ANA para a expansão do cais sul, bem como a criação de uma placa de estacionamento dedicada a cargueiros, o relatório propõe que todo o tráfego não comercial saia do Aeroporto de Lisboa, sendo redistribuído por várias infraestruturas aeroportuárias. Para isso, a comissão defende que as regras de atribuição de slots sejam redefinidas.
A CTI defende igualmente a urgência da construção de um novo aeroporto: “Finalmente conclui-se que a decisão e aceleração de uma primeira fase de um novo aeroporto assume um carácter de urgência, que se materializa no spillage decorrente da atual situação de congestionamento do AHD, que poderá ser reduzido com as ações propostas, mas não eliminado”, lê-se no relatório.
Pode consultar o relatório aqui.
Foto: ANA – Aeroportos de Portugal