Presidente da AHETA defende criação de uma “via verde para projetos estruturantes”
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O presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, falava no painel “Algarve e o futuro do turismo” da conferência promovida pela CTP e pela AHETA, no Algarve, para assinalar o Dia Mundial do Turismo.
No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Turismo Hélder Martins participou no painel “Algarve e o futuro do turismo” e foi respondendo a uma questão que lhe foi colocada neste âmbito que defendeu uma “via verde para projectos estruturantes”.
Recordando que no dia anterior, 26 de setembro, tinha decorrido no Algarve uma sessão com mais de 100 empresários onde o Turismo de Portugal apresentou as formas de financiamento que tem à disposição do setor, o presidente da AHETA frisou que no que toca a estes apoios, “às vezes há alguns problemas, em especial para apoiar empresas que estão com algumas dificuldades” e que, por isso “não conseguem aceder a estes financiamentos”. E exemplificou: “empresas que tenham um euro de divida à Segurança Social, ficam logo impedidas de tudo”.
“O sector precisa de apoios”, afirmou Hélder Martins, precisando que “o setor tem apoios à tesouraria, tem apoios ao investimento, o problema é que estes apoios são raros no Turismo Portugal e difíceis na aprovação e na sua concretização” nomeadamente no que se refere aos ”apoios que o secretário de Estado tem inseridos na agenda para o interior”.
O Algarve, disse, “tem uma grande concentração de hotéis no litoral e não no interior, e tem um interior fantástico, mas os empresários se quiserem aprovar um projeto no interior deparam-nos com as dificuldades que são conhecidas”, porque, afirmou, “pode haver financiamento mas não há agilização” nos processos.
Referindo-se à burocracia na aprovação de projetos, o presidente da AHETA vincou que “hoje, como sabemos, o prazo normal para aprovar uma unidade hoteleira são sete anos por isso não acredito que de repente o interior vá ficar cheio de unidades hoteleiras”.
Hélder Martins deu mesmo o exemplo de um caso próprio para ilustrar a crítica à burocracia: “Eu liderei um projeto para o interior aqui no Algarve que demorou 30 anos para ser aprovado, está neste momento em fase final. Para se fazer um projeto aqui no interior é preciso uma grande resiliência, são processos que têm o seu tempo e demoram muito e é preciso que os investidores não desistam pelo caminho”.
Por isso, na opinião do presidente da AHETA, “o que devia haver era uma via verde para projetos estruturantes”, tal como “devia puder ser dito aos empresários que se querem avançar, podem concretizar e têm estas condições definidas. Isso nós não conseguimos pois basta ver que a CCDR e as Câmaras Municipais têm de consultar cerca de 25 entidades para obterem as aprovações”, concluiu.