AHRESP diz que setor perdeu 40 a 60% das vendas em janeiro
Em janeiro, segundo a AHRESP, metade das empresas da restauração tiveram quebras acima dos 40% e um terço do Alojamento reportou perdas acima dos 60%. Os números, divulgados esta segunda feira, resultam do inquérito que a Associação realizou em fevereiro.
Para a AHRESP, “o ano de 2022 começou pior que 2021 para as empresas da restauração, similares e do alojamento turístico”, com as quebras registadas em Janeiro a resultarem “em muito” da 5ª vaga da pandemia, com a Associação a avançar que 43% das empresas registaram quebras de faturação acima dos 40% face a janeiro de 2021, enquanto para fevereiro 26% das empresas estimam registar quebras de faturação acima dos 50%.
Restauração e alojamento sentem os mesmos efeitos mas com graduação diferente. Assim, e acordo com os números avançados pela AHRESP, “31% das empresas de restauração e similares pondera encerrar definitivamente” , enquanto no alojamento são 8% que avançam a mesma intenção. Isto porque, de acordo com os dados publicados pela Associação, em Fevereiro “41% das empresas não irão conseguir suportar os encargos habituais (pessoal, energia, fornecedores e outros),
A afetar as empresas está, também, a falta de mão de obra, com 90% das que tiveram que recrutar a assumirem “fortes dificuldades”, principalmente em áreas como a cozinha e mesa/balcão. No alojamento, foram 78% as empresas a reportarem dificuldades, com foco em funções como limpeza, cozinha e receção. O mesmo inquérito dá a conhecer que a falta de recursos humanos foi a causa do adiamento de investimentos, justificação que é dada por 52% das empresas da restauração e 28% do alojamento.
Aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas (85%), apoios a fundo perdido para a tesouraria e redução do endividamento das empresas (66%) e redução do IRC (43%), são as medidas que as empresas de restauração preconizam como imprescindíveis.
Já no setor do Alojamento, onde 29% das empresas reportaram quebras acima dos 60% na faturação de Janeiro e 26% estima reduções acima dos 50% em Fevereiro, são 20% as empresas que dizem não conseguir pagar os encargos em Fevereiro. De realçar que, segundo os resultados do inquérito, em Janeiro “32% das empresas não registaram qualquer taxa de ocupação e 21% indicaram uma ocupação até 10%”, com 24% das empresas indicarem que a “taxa de ocupação de janeiro 2022 foi inferior em mais de 60% face a janeiro 2021”. Redução do IRC (52%), apoios a fundo perdido para a tesouraria e redução do endividamento das empresas (50%) e mecanismos financeiros para novos investimentos e requalificação das empresas (42%), são as medidas preconizadas pelo setor.