Face a 2019 mercado alemão só cresce para Turquia e Egito
A conclusão é de um estudo da Mabrian empresa que fornece serviços de “travel intelligence”. A análise teve por base o número de lugares de avião disponíveis entre a Alemanha e os vários destinos mediterrânicos, incluindo Portugal e a comparação com 2022 e 2019.
Comparando com o ano de 2022, o número de lugares disponíveis a 28 de fevereiro para o período compreendido entre 1 de março e 30 de junho, entre oito destinos do Mediterrâneo (Turquia, Grécia, Egito, França, Itália, Tunísia, Espanha e Portugal) e a Alemanha, cresce em praticamente todos os mercados, à exceção da Grécia e de Portugal.
No entanto, se a comparação for feita com o ano de 2019, a Turquia e o Egito são os únicos países que aumentaram sua capacidade aérea com a Alemanha. No caso da Turquia, o aumento atinge quase os 20% face ao mesmo período de 2019 (+19,35), com o acréscimo face ao ano passado a situar-se nos 14,52%.
No caso do Egito, a oferta de lugares de avião aumentou 9,66% comparativamente a 2019 e 22,76% se a comparação for feita com 2022.
O destino mediterrânico que mais cai em termos da disponibilidade aérea é a Tunísia que conta com menos 28,17% de lugares do que no mesmo período de 2019, apesar de a oferta apresentar um crescimento de 1,84% face ao ano passado.
Enquanto a Itália e a França melhoraram a conectividade aérea com a Alemanha em comparação com 2022, as quedas face a 2019 são ainda de assinalar, tanto mais que ambos os destinos apenas recuperaram cerca de 75% dos lugares que disponibilizavam na pré-pandemia.
Ainda de acordo com a análise da Mabrian, a grande surpresa é a Grécia que está a registar uma queda de aproximadamente 10% na sua capacidade aérea para a Alemanha comparativamente ao ano passado em que tinha superado os níveis de 2019.
A primeira opção de férias dos turistas alemãs n o Mediterrâneo continua a ser Espanha, sendo disponibilizados mais de cinco milhões de lugares de avião entre os dois países. Este número, no entanto, está ainda 13% abaixo do registado em 2019, apesar de representar um crescimento residual (+0,61%) relativamente ao ano passado.
Quanto a Portugal, sabe-se que o mercado alemão ainda não atingiu os níveis de 2019. Em termos da oferta de lugares de avião, os números previstos para esta ano apontam para uma quebra de 12,60% em comparação com 2019 mas há também uma descida de 1,49% face à oferta do ano passado, o que poderá implicar uma nova retração do mercado alemão para o nosso país.
Carlos Cendra, diretor de Vendas e Marketing da Mabrian, comenta que “embora ninguém espere que voltemos o relógio para 2019 e que absolutamente tudo permaneça igual, em alguns mercados ao redor do mundo estamos a assistir a um retorno a padrões de tendências bastante semelhantes. Mas no caso da Alemanha isso não está a acontecer: a recuperação é desigual e mais lenta”.
Esta recuperação mais lenta e desigual do mercado alemão pode ter várias razões de ser, sublinha o responsável: “Isso pode ser influenciado pelas condições económicas e sociais, pelo caos aéreo do verão de 2022 e outros fatores. Não só há menos viagens, como os destinos recuperam a diferentes velocidades”.