AHP: Impacto da JMJ na hotelaria foi positivo embora aquém do previsto
Tanto ao nível da ocupação como dos preços, o impacto da Jornada Mundial da Juventude na hotelaria de Lisboa e da Área Metropolitana “ficou aquém” das perspetivas. Ainda assim, não há grandes razões para queixas pois apesar da menor ocupação, os preços dispararam face a agosto do ano passado, como concluiu o inquérito a AHP.
Realizado de 4 a 18 de setembro, o inquérito da AHP, que contou com a participação de 152 unidades hoteleiras, dividiu-se em duas partes, concretamente a semana em que decorreu a JMJ e o mês de agosto, sendo que tanto num caso noutro há uma discrepância entre aquilo que eras as estimativas dos hoteleiros e o que aconteceu na realidade.
Começando pela semana em que decorreu a JMJ “a taxa de ocupação ficou bastante aquém das perspetivas”, afirmou a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, na apresentação à imprensa do Inquérito que decorreu online, referindo-se aos resultados de um inquérito realizado em inícios de junho.
Assim, na cidade de Lisboa, a taxa de ocupação ficou-se pelos 77% quando as perspetivas apontavam para 91%, enquanto na Área Metropolitana de Lisboa (AML) foi registada uma taxa de ocupação de 85% quando se perspetivavam 89%.
Os preços médios também ficaram abaixo do perspetivado. Na cidade, o preço médio fixou-se nos 221€ (previam-se 225€) e na AML alcançaram os 196€ (no inquérito anterior as estimativas apontavam para 219€). Em ambos os casos, os preços verificados na semana da JMJ ficaram acima da média do total do mês de agosto.
No acumulado do mês de agosto, a taxa de ocupação ficou abaixo da verificada em agosto de 2022, tendo sido de 80% na cidade (-3 pp) e de 88% na AML (- 2pp). Ainda assim, os preços médios tiveram o movimento contrário, tendo aumentado 12% na cidade de Lisboa para 196€ (175€ no mês homólogo do ano passado). Já na Área Metropolitana de Lisboa (AML) a subida foi de 10,2%, atingindo os 183€ (166€ em agosto de 2022).
Estes valores levaram a vice-presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira a afirmar que “foi a semana [da JMJ] que puxou o preço médio [em agosto] para cima”, ao contrário do que aconteceu com a ocupação, em que “foram as outras três semanas que puxaram o mês para cima”.
No que se refere ao impacto do evento na região de Lisboa, 44% dos hoteleiros da cidade de Lisboa e 56% dos inquiridos na AML, afirmam que foi positivo, enquanto 37% e 16%, respetivamente na cidade de Lisboa e na AML, manifestaram opinião negativa.
Já no que se refere à apreciação global do mês de agosto, 44% dos inquiridos da cidade e 56% na AML considerou que mês foi melhor enquanto 33% na cidade e 28% na AML consideraram que o mês foi pior
“É um copo meio cheio e meio vazio”, sublinhou Cristina Siza Vieira, justificando que na AML a opinião é mais positiva por não se terem feito sentir os constrangimentos, nomeadamente de trânsito, que se sentiram na cidade de Lisboa.
Ainda assim, Cristina Siza Vieira reconhece que “a operação não tem do que se queixar. Foi uma performance interessante para a hotelaria da cidade e da Área Metropolitana”.
Destaque ainda para os mercados de origem que durante a semana da JMJ revelaram uma “diferença marcante”, com Estados Unidos, Espanha, Brasil, França e Portugal, a ocuparem os cinco primeiros lugares na cidade, enquanto na AML estes lugares foram ocupados pelos mercados Espanha, Portugal, EUA, França e Alemanha.
Quanto ao mês de agosto, os principais mercados na cidade de Lisboa foram EUA, França, Espanha, Portugal e Brasil, enquanto na AML o Top5 foi composto por Espanha, Portugal, França, EUA e Alemanha.