Hotelaria foi responsável por 42% do investimento imobiliário em Portugal no ano passado, segundo a C&W
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Motivado pela subida das taxas de juros, o investimento imobiliário em Portugal em 2023 registou uma quebra homóloga de 42%, para 1.730 milhões de euros. O setor da hotelaria não se ressentiu, tendo sido a área que mais investimento captou, atingindo os 750 milhões de euros, segundo a consultora Cushman & Wakefield.
Segundo os dados da consultora, dos 1.730 milhões de euros de investimento, o sector da hotelaria agregou 42% do total do investimento imobiliário em Portugal no ano que findou, totalizando os 750 milhões de euros.
“O setor de hotelaria registou o maior crescimento, com um aumento transversal de todos os indicadores, inclusive para valores acima dos registados em 2019”, sublinha a Cushman & Wakefield, precisando que o total de 730 milhões de euro “foi particularmente influenciado” pela compra por parte da Arrow Global do portfólio da Dom Pedro à Saviotti S.A. “por €250 milhões”
Eric van Leuven, diretor-geral da C&W em Portugal, classifica 2023 como um “ano desafiante”, referindo que a “expressiva” quebra homóloga verificada no volume de investimento esteve em linha com o verificado noutros mercados europeus, refletindo sobretudo o enquadramento de subida das taxas de juro, determinada pelo Banco Central Europeu (BCE) como forma de controlar a inflação.
“Embalado” pelos bons resultados da actividade turística ao longo de todos os meses do ano, a hotelaria cresceu em número de unidades disponíveis no mercado, com a inauguração de mais de meia centena de novas unidades com 3.300 quartos, mais de metade dos quais com classificação 4 estrelas. Entre as maiores aberturas, a consultora destaca o Moov Lisboa Oriente (2 estrelas) com 180 quartos, o Renaissance Porto Lapa Hotel (4 estrelas) com 160 quartos e o Masa Hotel Campo Grande (4 estrelas) com 150 quartos.
Perspetivas para 2024 são de crescimento
Antecipando que o setor hoteleiro continue a crescer durante 2024, suportado pela competitividade do País enquanto destino turístico, particularmente entre os turistas internacionais, a consultora avança que estão atualmente em fase de projeto e/ou construção mais de 100 novos projetos hoteleiros, que totalizam 10.200 quartos, com abertura prevista para os próximos 3 anos. “Esta oferta futura continua a concentrar-se maioritariamente em hotéis de 4 e 5 estrelas (30% e 38% respetivamente) e nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”, explica a C&W.
Na expectativa de que o aumento das taxas e juro tenha já atingido o seu pico, e que no segundo semestre deste ano se inicie um movimento contrário, Eric van Leuven afirma que “as expetativas apontam para que o impacto no mercado imobiliário comercial nacional se traduza em comportamentos distintos durante este ano, com o primeiro semestre a refletir ainda contração em alguns indicadores, particularmente nos setores mais afetados em 2023, seguido de uma segunda metade do ano com uma retoma gradual generalizada”.
Ao nível do investimento imobiliário comercial, as estimativas apontam para um aumento de 10%,atingindo-se no final de 2024 os 1.800 milhões de euros, com a hotelaria a representar cerca de 30% do total dos investimentos efetuados.