2023 foi um dos piores anos de sempre em atrasos de voos
De acordo com o Relatório de Revisão de Desempenho (PRR) da Eurocontrol, recentemente lançado, mais de um quarto dos voos não chegaram dentro do horário programado, incluindo os 15 minutos de tolerância em que um voo é considerado no horário. A Airlines for Europe (A4E) pede medidas urgentes.
Segundo a análise da Eurocontrol, veiculada pela Airlines for Europe (A4E) o desempenho do espaço aéreo da Europa caiu em 2023 com “um aumento notável em atrasos e custos” e custos a eles referentes, impactando as companhias aéreas e prejudicando milhões de passageiros.
Os atrasos verificados em 2023 na Gestão de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM) foram os segundos maiores nos últimos 20 anos e superaram o número de 2019, que teve um nível maior de tráfego aéreo. “O número total de atrasos verificados em 2023 atingiram 18,1 milhões de minutos, o que equivale a 301.000 horas ou 12.569 dias de atraso”, lê-se na nota enviada à imprensa pela A4E, onde é avançado que “planos insuficientes e níveis inadequados de recrutamento de controladores só aumentarão a pressão sobre o espaço aéreo europeu”.
O relatório também prevê que os atrasos não irão diminuir significativamente na próxima década, algo que a Eurocontrol considera “altamente preocupante, uma vez que o espaço aéreo europeu se aproxima, podendo mesmo exceder este verão, os níveis de tráfego de 2019”.
Neste sentido, a Airlines for Europe está a pedir que a forma como está a ser gerido o espaço aéreo europeu seja revista, para que seja possivel atingir as metas de desempenho definidas.
“O espaço aéreo é uma infraestrutura crítica para a Europa e o último relatório de revisão de desempenho da Eurocontrol mostra que ele está a ”rebentar pelas costuras”. Mais de um em cada quatro voos tem um atraso acima dos 15 minutos e isso é simplesmente inaceitável para as companhias aéreas e para os seus passageiros. Enquanto a tecnologia de navegação de aeronaves avançou rapidamente, as companhias aéreas voam por uma estrada regional esburacada, cheia de desvios e semáforos. A Europa precisa de uma rodovia suave e eficiente no ar”, afirma Ourania Georgoutsakou, diretora-geral da A4E.