Turismo de Portugal “muito focado” em que 2024 aproxime “o mais possível dos valores projetados para 2027”
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Qualificando de “absurda” a ideia de que o turismo está a chegar ao limite, o presidente do Turismo de Portugal afirmou esta segunda-feira, num almoço da AHP, que tudo aponta para que 2024 seja de novo um ano de crescimento, em particular nas receitas. A aposta em mercados de maior valor acrescentado é uma das “chaves” para que isso possa acontecer, mas há outras.
Num almoço promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal, o presidente do Turismo de Portugal fez o balanço de 2023 e falou dos desafios que se colocam à atividade turística em 2024 e daquelas que são as “chaves” para a continuidade do crescimento do turismo.
Classificando o ano de 2023 como “particularmente positivo para o turismo” que em Portugal “cresceu muito acima da média de crescimento mundial e numa conjuntura que mesmo agora, após a pandemia, não é fácil”, Carlos Abade destacou particularmente o “crescimento muito significativo das receitas” verificado no ano que há pouco terminou.
No âmbito das receitas turísticas precisou que “tivemos um crescimento de quase 19% relativamente aos dados de 2022, e 37,2% face a 2019, atingindo os 25 mil milhões de euros, que é um valor muito perto do valor que foi previsto para 2027 que era de 27 mil milhões de euros”. Contas feitas, “estamos a 7,6% de atingirmos em 2024 as receitas turísticas de 27 mil milhões de euros, o que é bastante significativo visto que saímos de 2019 com 18 mil milhões de euros”, acrescentou.
Mas o crescimento foi também significativo ao nível das dormidas que se estimam em 77 milhões para o ano que findou, reflectindo um aumento de 11% face a 2020 e 10% comparativamente a 2019.
A contribuir particularmente para estes crescimentos esteve o mercado norte-americano que registou um aumento de 70%, muito embora praticamente todos os principais mercados geradores de turistas para o nosso país tenham tido um bom comportamento. Houve, no entanto, um sinal negativo que foi dado pelo mercado brasileiro, que ainda não atingiu os valores de 2019 o que o responsável atribui à “falta de capacidade aérea” o que, acredita, não irá verificar-se este ano.
Apesar de dizer que não se podem fazer previsões para 2024 no dia 15 de janeiro, Carlos Abade acredita, no entanto, que o turismo vai continuar a crescer em 2024 face aos resultados de 2023. “Estamos muito focados no sentido de continuarmos a crescer em 2024 e de nos aproximarmos o mais possível daquilo que foram os valores projetados para 2027”, afirmou.
Para esta expectativa positiva conta o facto de Portugal ser um destino “particularmente competitivo“, mas não só. “Vamos continuar a crescer porque vamos continuar a apostar em mercados de maior valor acrescentado, porque as próprias empresas vão tornar-se cada vez mais eficientes, vão continuar a investir, e vamos ter uma aposta cada vez maior noutros territórios”, defendeu, refutando a ideia de que o turismo está a chegar ao limite em termos de crescimento. “Isso é um absurdo”, considerou.
Além da aposta em mercados de maior valor acrescentado, como os EUA, Canadá, mercados asiáticos e da América do Sul, o crescimento terá que ser feito através da criação de valor para os residentes – “O turismo é bom na exata medida em que for bom para as pessoas e o turismo tem sido muito bom para as pessoas”, defendeu –, da aposta noutros territórios e num turismo ao longo de todo o ano e também da valorização e qualificação dos profissionais do setor, sempre tendo como foco a sustentabilidade e a autenticidade do produto turístico.
Mercado nacional com campanhas promocionais específicas
Questionado sobre as expectativas relativas ao mercado nacional, o presidente do Turismo de Portugal começou por referir que “o mercado nacional corresponde a cerca de 30% daquilo que é o nosso turismo e o nosso propósito é que continue a crescer”. Isso significa “que os portugueses continuem a visitar Portugal, todo o território, durante todo o ano”.
Inquirido sobre se está a ser preparada alguma campanha de promoção turística direcionada ao mercado português, para além da que foi recentemente apresentada e que tem também como alvos os mercados internacionais, Carlos Abade informou que está já “uma campanha no ar com as rádios portuguesas relativamente ao tema do interior”, assegurando que “durante o ano iremos fazer novas campanhas para promover uma motivação maior relativamente àquilo que é a visitação de Portugal por parte dos portugueses”.