Turismo mundial recupera bem em 2022 mas não chega ao patamar de 2019

Esta é uma das conclusões do estudo do WTTC (World Travel and Tourism Council) que aponta o ano de 2024 para a recuperação total do setor, apesar de algumas regiões poderem atingi-la ainda no próximo ano, caso da Ásia-Pacífico. Daí para a frente, o setor deverá crescer 5,8% ao ano até 2032.
Segundo o último relatório do WTTC sobre o impacto económico do turismo, estima-se que o turismo recupere este ano a uma taxa de 43,7% em relação a 2021 mas “o setor deverá regressar aos níveis pré-pandémicos por volta do final de 2023”, embora seja em 2024 que todas as regiões devem “recuperar completamente”, acrescenta a análise.
A exceção é a região Ásia-Pacífico, que deverá ser a primeira a regressar aos níveis de 2019, o que deverá acontecer já no próximo ano. Já na Europa, a recuperação total deverá acontecer apenas em 2024, ano em que o contributo da atividade turística para o PIB deverá regressar aos níveis anteriores à pandemia, com 4,1%.
De acordo com o relatório, em 2019, o turismo representou 10,3% do PIB mundial, em 2020 caiu para 5,3%, devido à pandemia, mas em 2021 atingiu já os 6,1%, com o WTTC a prever que entre 2022 e 2032, o contributo do setor do turismo para a economia global cresça a uma taxa média anual de 5,8%, mais do dobro da média de 2,7% estimada para a economia mundial.
Apesar do “ambiente desafiador, o sector das viagens e turismo recuperou-se. O mundo, com poucas exceções, volta a viajar. E estamos a observar um ressurgimento das viagens de negócios. Nos próximos 10 anos, o crescimento de viagens e turismo ultrapassará a economia global”, disse Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC.
Nesse mesmo período, o setor deverá gerar 126 milhões de novos empregos, a maior parte na região Ásia-Pacífico (64,8%), especialmente na China (25,5%) e na Índia (20,4%).
Apesar das estimativas positivas, o WTTC alerta para as ameaças que se colocam à recuperação, a começar pela guerra na Ucrânia que está a ter consequências muito negativas na economia, com o preço da energia e dos bens de consumo a subirem vertiginosamente e a inflação a atingir níveis históricos. “Os preços estão a subir e a renda disponível para as famílias nos principais mercados de origem está a diminuir”, alerta o WTTC. Outro desafio apontado é o da escassez de recursos humanos.
Europa no horizonte 2022-2032
No que se refere à Europa, o relatório recorda que antes da pandemia a contribuição do setor das viagens e turismo para a economia era de 9,2%. Em 2020, essa participação caiu para 5,2%. O ano de 2021 marcou o início da recuperação, aumentando 28% em comparação com o ano anterior, tendo sido como sua “a taxa de recuperação mais rápida entre todas as principais regiões do mundo”, com o relatório a apontar que este “forte crescimento foi suportado por um aumento de 23,9% nos gastos de visitantes internacionais e de 34,2% nas receitas de turistas domésticos”.
Em 2022, estima-se que o setor das viagens e turismo na Europa acelere seu ritmo de recuperação para 31,4%, quase atingindo os níveis da pré-pandemia até o final de 2023.
Entre 2022 e 2032, o setor deverá crescer a uma taxa média anual de 3,3%, superando o crescimento de 1,5% estimado para a economia da região. Também até ao final de 2032, o setor deverá criar perto de oito milhões de novos empregos face a 2022.