Consórcio Newtour/MS Aviation refuta declarações do presidente do SPAC
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No dia em que o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil manifestou dúvidas sobre o processo de privatização da Azores Airlines e pediu a sua suspensão, o seu presidente, Tiago Faria Lopes, em declarações à RTP Açores, pôs em causa a idoneidade da Bestfly, empresa que em conjunto com a Newtour adquiriu este ano a MS Aviation. Na sequência, o consórcio emitiu um esclarecimento público.
No esclarecimento público, a MS Aviation GmbH e a Newtour Azores, S.A., agrupamento que apresentou uma proposta à aquisição do capital social da SATA Internacional, S.A., e que, segundo decisão do júri é o único a manter-se no concurso, manifesta-se “totalmente surpreendido, quer na forma quer na substância, pelas declarações prestadas pelo Presidente do SPAC – Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil”.
Em causa estão declarações que Tiago Faria Lopes prestou à RTP Açores, nas quais acusa a Bestfly, uma “empresa angolana” de ter sido “proibida de voar em Cabo Verde por incumprimentos laborais, incumprimentos operacionais e incumprimentos da legislação” e de ser “uma empresa que está, de uma forma muito duvidosa, no mercado”.
Na sequência destas declarações, “sem prejuízo de as declarações prestadas serem factualmente erradas e infundadas” e “sem prejuízo da confidencialidade a que todos os documentos do procedimento estão sujeitos”, o agrupamento de concorrentes, que se afirma “particularmente sensível às preocupações de todos os intervenientes” decidiu prestar vários esclarecimentos, que transcrevemos:
1. “O Agrupamento de Concorrentes prestou todas as informações e esclarecimentos ao Júri do Procedimento, designadamente sobre todas as empresas, respetivos sócios e acionistas, que integram os grupos Newtour e Bestfly;
2. “O beneficiário último da sociedade MS Aviation GmbH é, como sempre foi assumido, o Comandante Nuno Pereira;
3. “A sociedade Bestfly Worldwide AVV, da qual o Comandante Nuno Pereira é acionista maioritário, detém 70% do capital social dos TICV – Transportes Interilhas de Cabo Verde, S.A.;
4. “Nenhuma empresa do Universo Bestfly, ou detida pelo Comandante Nuno Pereira – incluindo, portanto, a TICV e a MS Aviation GmbH – foram, em nenhum momento, proibidas de operar em Cabo Verde;
5. “O Comandante Nuno Pereira é um profissional com vasta experiência na aviação sendo, inclusivamente, associado do SPAC há cerca de duas décadas sem nunca a sua idoneidade ter sido colocada em causa;
6. “Nenhum sócio de qualquer das empresas que integram o Universo Bestfly foi condenado ou sequer acusado por corrupção;
7. “O Universo Bestfly é internacional, encontrando-se representado e operando em diversas geografias, entre as quais Angola, da qual é originária, sendo que atualmente a maioria das receitas do Universo Bestfly é gerada fora de Angola”.
O Agrupamento Newtour/MS Aviation afirma estar certo de que estes esclarecimentos “contribuirão para a clarificação das dúvidas manifestadas pelo Presidente do SPAC” e manifesta-se “disponível” para outros que sejam “necessários”.
O Agrupamento de Concorrentes, que aguarda com expectativa o momento em que “possamos todos discutir publicamente a visão e estratégia que protagonizamos para elevar ainda mais a SATA Internacional, S.A” integra, além do grupo Bestfly, o grupo Newtour liderado por Tiago Raiano, açoriano, e com amplos investimentos estratégicos nos Açores e no Continente.
O agrupamento concorrente à privatização da SATA Internacional, deixa ainda claro que “os pilotos e o SPAC têm uma importância significativa” na estratégia futura da Azores Airlines e ”na sua missão de servir os Açores e os açorianos”.
SPAC pede suspensão da privatização por considerar o processo “duvidoso”
Esta terça-feira o SPAC-Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil informou ter enviado uma Carta Aberta à Administração da SATA e ao Governo Regional dos Açores, em que apela à suspensão do processo de privatização da SATA Internacional por considerar que o processo “apenas com dois consórcios a apresentar propostas, é motivo bastante para apreensão”.
Na análise do SPAC, “os dois consórcios que participaram no concurso possuem perfil empresarial longe do que seria o mais desejável” e acusa um deles de “reputação bastante duvidosa junto da indústria de transporte aéreo”, o que poderá vir a “limitar negativamente a capacidade da SATA de manter os seus elevados níveis de serviço no futuro, comprometendo a sua capacidade de crescimento operacional e comercial, impedindo-a de continuar a garantir emprego e a gerar de riqueza para a Região e para a economia nacional”.
O Sindicato defende também que o processo que levou à selecção de um único concorrente que “aparenta uma capacidade de investimento questionável” “levanta igualmente dúvidas sobre a robustez e validade deste concurso de privatização”.
“Perante a manifesta falta de condições para garantir o futuro da SATA Internacional no processo atual de privatização [por parte do único concorrente que c9onti8nua na corrida]o SPAC recomenda o imediato cancelamento do processo, para uma revisão aprofundada da operação e adoção de critérios de seleção mais rigorosos, para o perfil dos futuros investidores”, lê-se na nota de esclarecimento.