48º Congresso APAVT: “É urgente renovar os orçamentos” das ERTs, defende Luís Pedro Martins
Na abertura do 48º Congresso da APAVT, o presidente do Turismo do Porto e Norte, Luís Pedro Martins, fez eco de uma das reivindicações que as ERTs mais têm feito nos últimos tempos e considerou ser “urgente” renovar os orçamentos das Entidades Regionais de Turismo e dar às regiões maior autonomia administrativa e financeira.
Tendo em conta a “mudança de ciclo” que Portugal vive, Luís Pedro Martins fez questão de sublinhar a importância que o turismo tem para o país e para a sua economia e, acima de tudo, a importância das regiões para o crescimento do turismo, mesmo num contexto que, como o dos últimos anos, tem sido adverso, primeiro por via da pandemia e, depois dela, por via das guerras, na Europa e no Médio Oriente.
“Tivemos pandemia, temos uma guerra na Europa, uma guerra no Médio Oriente, temos queda de governos, mas mesmo assim, perante todas estas dificuldades, este setor tem sido a alavanca da economia”, frisou, para sublinhar, ainda, que mesmo perante tais adversidades, o turismo conseguiu gerar 21 mil milhões de euros de receitas, o que equivale a “um PRR por ano”.
Defendeu, por isso, que “é urgente que os próximos protagonistas tenham este valor [em mente] e percebam que é urgente também – porque podemos fazer ainda mais e melhor – renovar os nossos orçamentos”.
Ainda sobre as regiões de turismo, o presidente do Turismo do Porto e Norte aproveitou, também, para lançar um repto aos governantes que se irão seguir: ”continuar a acreditar nas regiões, como tem sido feito nos últimos anos, continuar a acreditar em todas as regiões que têm provado serem marcas muito fortes de atração para o nosso território e por isso está na hora também, porque o merecem, de terem mais autonomia administrativa e mais autonomia financeira”.
Na sua intervenção, Luís Pedro Martins referiu-se ao tema da inovação tecnológica e à sua importância na transformação do turismo na região, uma vez que possibilitam o aumento da eficiência na gestão do destino e a produção de experiências personalizadas em tempo real.
“Queremos tirar partido da tecnologia, e assim moldar a promoção turística do Porto e Norte, através da imersão do destino e da personalização do marketing, não só por via da inovação nos instrumentos de comunicação, mas também pela utilização da análise de dados para compreender as preferências da procura e deste modo criar campanhas de marketing altamente personalizadas através de algoritmos e análise de dados”, afirmou. Isto permitirá, segundo explicou, “segmentar a procura em grupos específicos e assim desenhar produtos altamente personalizados”.
A propósito, o responsável anunciou que será apresentado em dezembro, um projeto de marketplace de experiências turísticas que estará disponível a 9 de Janeiro. Este projeto, adiantou, terá como objetivo melhorar “a maturidade digital, aumentar a visibilidade e gerar receita através da comercialização de experiências autênticas”, especialmente em territórios de baixa densidade.