48º Congresso APAVT: “Vamos ter o melhor ano de sempre da história do turismo”, acredita Nuno Fazenda

“O melhor ano de sempre da história do turismo” português. Foi assim que o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços classificou o ano de 2023. Na sua intervenção na abertura do 48º Congresso da APAVT, o governante deixou os números do setor, fez o balanço do mandato e falou de desafios.
Há um ano, em Ponta Delgada, no Congresso da APAVT, Nuno Fazenda fazia a estreia nas funções de secretário de Estado do Turismo, Comércio e Turismo, esta quinta-feira, no Porto, terá feito uma das suas últimas intervenções como titular da pasta. Neste ano que passou, o responsável do Turismo tentou sobretudo, segundo disse, “fazer o que ainda não foi feito” – e este foi o repto para o balanço que fez do seu mandato.
Nuno Fazendo recordou, ele próprio, esta realidade, para vincar que se há um ano, no Congresso realizado nos Açores, a palavra mais ouvida foi “incerteza”, por via de uma conjuntura pós-pandémica afetada pela guerra na Ucrânia e pela inflação galopantes, hoje os números do crescimento do turismo são reais e ultrapassam mesmo as mais otimistas previsões.
“Agora que termina 2023 podemos afirmar que esse sentimento de incerteza se transformou numa quase certeza de que vamos ter o melhor ano de sempre da história do turismo”, afirmou Nuno Fazenda referindo-se aos dados divulgados na quinta-feira, 30 de novembro pelo INE que “confirmam que tornámos a crescer em todos os indicadores da procura, reforçando o crescimento do turismo em todo o país”.
Este é um crescimento que, sublinhou, “supera as previsões da OMT que preveem uma recuperação de 85% a 95% dos números da pandemia”, quando Portugal já tem hoje mais 37% das receitas turísticas face a 2019, que tinha sido o melhor ano de sempre”.
Nuno Fazenda recordou algumas das medidas tomadas ao longo destes 12 meses e recuou até dezembro passado para recordar o tema do congresso da APAVT nos Açores: “Fazer” – um verbo que perpassou todas as sessões e que o governante relembrou para dizer, parafraseando uma letra do músico Pedro Abrunhosa, que o seu compromisso era o de “fazer o que ainda não foi feito”, importando também agora saber o que ainda falta fazer.
“Temos hoje mais interior nas políticas de turismo”
Resolver os problemas do imediato; construir futuro e fazê-lo em proximidade, eram três eixos que tinha e, em jeito de balanço de mandato. Quanto ao primeiro ponto, recordou que “em três semanas pagámos mais de 70 milhões de euros a mais de 25 mil empresas” e que, para responder aos apelos das associações, “com sentido de urgência, criámos a linha Consolidar+Turismo”.
No eixo “construir futuro”, havia que responder ao desafio da coesão territorial, dando mais força ao interior. Nesse sentido, afirmou que, passado um ano, “temos hoje mais interior nas políticas de turismo”, “elaborámos uma agenda para o turismo no interior percorrendo o território de norte a sul” e “lançámos as medidas para concretizar essa estratégia”.
Os apoios às empresas, a Agenda das Profissões e a Agenda Estratégica do PRR na Área do Turismo, foram também citadas por Nuno Fazenda que se referiu ainda à projeção de Portugal no mundo. A este nível, sublinhou o reforço, em 25 milhões de euros, dos recursos para a promoção turística e a atribuição de mais recursos às regiões. Ainda neste ponto, recordou que “tivemos a maior presença de sempre na ITB”, a presença no WTM foi ampliada com o “maior número de empresas de sempre”.
“Procurámos fazer o que ainda não foi feito e muito foi feito, mas também posso fizer que há ainda muito por fazer” pelo que “temos muitos desafios para enfrentar no futuro, nomeadamente: “prosseguir a aposta no desenvolvimento turístico do interior”; “a valorização e melhoria das condições dos nossos trabalhadores”; e “valorização dos aspectos que remetem para a autenticidade, para a genuinidade” porque “o turismo é real e não artificial. O que conta no turismo é o autêntico, é o genuíno”, defendeu.