Lisboa é o destino eleito para a retoma da Cabo Verde Airlines
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A Cabo Verde Airlines retomou, no final de 2021, as ligações a Lisboa, único destino para onde está a voar. O Turisver falou com Carlos Salgueiral, administrador executivo comercial e marketing da Cabo Verde Airlines, para saber como corre a operação e quais os planos da companhia para o futuro próximo.
Começava por lhe perguntar qual é a situação atual da Cabo Verde Airlines?
Após quase ano e meio de paragem, nós retomámos a operação em dezembro de 2021. Houve uma suspensão da operação em junho de 2020 e, por questões de regulamentação era nossa obrigação retomar a operação ainda durante o ano de 2021. Devido a essa situação, iniciámos um processo de retomar a certificação, foi-nos dado um prazo bastante apertado para retomar e iniciámos uma operação muito pequena, apenas com uma ligação a Lisboa e é com esta que continuamos. Temos previsões de crescimento para outras rotas mas ainda sem data definitiva.
Que tipo de operação estão neste momento a fazer para Lisboa?
Neste momento, temos apenas duas ligações semanais da Praia para Lisboa, temos uma ligação semanal de Lisboa para o Sal e também uma ligação semanal de São Vicente para Lisboa. É nossa intenção aumentar essas frequências a partir do início de Julho, passando para duas ligações por semana no que toca às rotas de São Vicente e do Sal e, pelo menos, três ligações por semana à partida da Praia.
Esta é, para já a nossa programação porque também só temos uma aeronave, no entanto estamos a trabalhar para conseguirmos o reforço da frota, com mais uma aeronave, o mais rapidamente possível. O processo está já a decorrer mas ainda levará algum tempo até termos a segunda aeronave disponível. A partir do momento e que tivermos datas mais definitivas para o reforço da frota, iremos avançar com novas rotas e novos destinos, nomeadamente na Europa e, provavelmente, para o Brasil e os Estados Unidos.
Na Europa, estão a pensar em que países?
Numa fase inicial será França, com voo para Paris mas temos algumas solicitações, que ainda estamos a analisar, para Itália, mas neste caso será um misto de voo regular e charter. Para já, o objetivo principal, para além de Portugal, será mesmo a rota de Paris. A partir daí, consoante a disponibilidade de frota, veremos para que outros destinos iremos retomar a operação.
Avião com mais capacidade é a prioridade da companhia
A aeronave com que estão a voar atualmente para Lisboa ainda é a da TAAG?
Sim, é um Boeing 737-700 que opera em regime de wet lease, ou seja, o operador fornece tripulação, aeronave, manutenção e seguro. Trata-se de um acordo apenas pelo período de certificação da aeronave, ou seja, no máximo dois meses que se vão esgotar já no final de abril, pelo que já no início de maio queremos estar a operar com o avião sob registo e certificação de Cabo Verde, com tripulação da Cabo Verde Airlines.
O avião tem uma capacidade de 120 lugares, 12 em executiva e 108 em económica o que serve bem a operação de Lisboa mas para uma operação mais turística, em misto charter, ainda não é a aeronave ideal, temos que ter um avião com maior capacidade e é nisso que estamos a trabalhar, conseguir uma segunda aeronave com maior capacidade e autonomia.
Em Lisboa, que estrutura é que têm para comercialização e apoio ao cliente, por exemplo?
Em Lisboa vamos ficar apenas com o suporte do handling que nos presta serviço, neste caso a Portway. Houve uma política de reduzir as delegações no exterior e apenas vamos trabalhar com empresas contratadas.
Como é que está a decorrer a ocupação dos voos que estão a fazer para Lisboa?
Atualmente, temos sentido um crescimento notório da procura, vai havendo recuperação da confiança dos clientes, ainda temos algumas limitações nos canais de venda e distribuição porque apenas estamos a vender através do site da empresa e os métodos de pagamento ainda são limitados. Acabámos, há cerca de uma semana, de ficar disponíveis nos GDS, através de uma parceria com a Hahn Air, e neste momento as agências de viagens em Portugal já podem comprar Cabo Verde Airlines através da Hahn Air e dos sistemas GDS. Estamos a trabalhar com alguns acordos para poderem utilizar a plataforma da empresa – o portal do agente da plataforma da companhia, que possibilita que os agentes de viagens acedam diretamente a todos os conteúdos da empresa e carregar os créditos para poderem emitir – mas nos mercados fora de Cabo Verde isso é um pouco difícil porque a adesão não é fácil.
Para já, a solução mais rápida que encontrámos foi o acordo com a Hahn Air, a distribuição GDS direta ainda vai demorar algum tempo mas gradualmente estamos a recuperar a confiança, sentimos que já há alguma adesão, portanto, é uma questão de tempo. As ocupações estão a melhorar e vamos ter que reforçar voos em algumas datas.