“Defesa do setor”, “independência”, “equidistância”: Os três pilares da ação da APAVT no próximo mandato
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Na cerimónia de tomada de posse dos novos corpos sociais da APAVT, esta quinta-feira, 11 de janeiro, o presidente, Pedro Costa Ferreira, afirmou que a defesa do setor, a independência e a equidistância, são os três pilares em que irá assentar a atuação da Associação nos próximos três anos – um período para o qual Pedro Costa Ferreira antecipa uma agenda “ampla, diversificada, intensa e exigente”.
Sobre o primeiro pilar de atuação, Pedro Costa Ferreira garantiu que a APAVT irá continuar a defender de forma “intransigente” os “interesses legítimos do setor” mas sempre em diálogo com a Tutela, a CTP, congéneres associativas e demais entidades do turismo.
Sobre o segundo pilar, assegurou que a Associação vai continuar a ser independente. “Ninguém nos pode comprar”, afirmou, acrescentando que “somos uma associação que nunca vai estar à venda, nem no palco, nem atrás da cortina, e bem sabemos que uma boa dose do respeito que têm por nós se deve a esse facto”.
O último pilar é a “equidistância consciente e transparentemente assumida”, porque, assegurou, “somos a Associação de todas as empresas do sector, de todos os planos de negócio, de todas as estratégias comerciais, de todos os empresários e de todos os colaboradores”.
Agenda do mandato será “ampla, diversificada, intensa e exigente”
foi como o presidente da APAVT classificou a agenda da Associação para os próximos três anos, período em que terá que ser transposta para a lei portuguesa uma nova diretiva europeia sobre viagens organizadas.
Mas este é um dossier sobre o qual Pedro Costa Ferreira não está pessimista, até porque, como afirmou, “será a terceira transposição da minha presidência”, com a segunda a ter sido mesmo “um case-study na comunidade europeia”, recordou a propósito.
Outro dossier exigente tem a ver com o que denominou de “revolução na relação da indústria aérea com o sector”, a anunciada introdução do NDC no mercado português, acrescida da pressão que a IATA mantém “sobre uma relação já de si injusta, totalmente desequilibrada, desenhada pelos poderosos lobbies europeus da indústria aérea”.
Sobre este tema, deixou claro que “em sede do capítulo aéreo da APAVT, tentaremos construir as pontes de diálogo que permitam estabelecer o tempo e o modo de tão profundas alterações”.
Dossier que vai manter-se é o das questões relacionadas com a solução aeroportuária nacional, “não apenas a lamentável inexistência de uma solução para o novo aeroporto, (…) como também as dificuldades de obtenção de slots, as más experiências de turistas nacionais e internacionais, e mesmo a capacidade de desenvolvimento de operações noutros aeroportos, concretamente o do Porto”, a que acrescem “as dificuldades de operação no aeroporto da Madeira”, referiu.
As dificuldades de mobilidade da operação turística em Lisboa e a “inexistência de uma estratégia integradora do Património Cultural, no Turismo”, foram outros dos tópicos apontados pelo presidente da APAVT”, garantindo que “estamos interessados em participar num trabalho multidisciplinar que aproxime o património Cultural do turismo e, sobretudo, das pessoas”. Para isso, no entanto, “seria importante que alguém entendesse a efectiva transição da tutela da DGCP para as novas entidades gestoras do Património em Portugal, a Património Cultural, I.P. e a Museus e Monumentos de Portugal, E.P.”, defendeu.
Pedro Costa Ferreira referiu ainda a “batalha da modernização do sector”, que terá que se evada a efeito de forma “constante”, nomeadamente no que se refere ao apoio da inserção da Inteligência Artificial no sector.
“Vamos querer um governo e uma tutela que olhe para o sector da distribuição, sabendo que representamos entre efeitos diretos, indiretos e induzidos, cerca de 5 mil milhões de euros (…) à data em que foram calculados, 2019 (em 2023, este valor será ultrapassado), cerca de 2,5% do PIB”.
Relação com o cliente, desenvolvimento do modelo de certificação da DECO, sustentabilidade – “iniciaremos com o Turismo de Portugal, já o acordámos, um trabalho conjunto em redor do programa 360”, adiantou -, e modernização das carreiras profissionais” fazem também parte da Agenda da APAVT no novo mandato que agora se inicia – uma “agenda complexa” que, disse Pedro Costa Ferreira, “terá de ser desenvolvida junto dos nossos associados e naturalmente, em diálogo com todos os stakeholders. Com o novo Governo também”.
A dois meses das eleições legislativas, Pedro Costa Ferreira espera que o novo governo dure quatro anos, que decida e inicie as obras do novo aeroporto, que dê estabilidade aos empresários e que “atue sobre as empresas clandestinas que se apresentam como agências de viagens, sem o necessário RNAVT, e, o que é mais, sem a devida proteção ao consumidor”.
Acima de tudo, declarou, “vamos querer um governo e uma tutela que olhe para o sector da distribuição, sabendo que representamos entre efeitos diretos, indiretos e induzidos, cerca de 5 mil milhões de euros (…) à data em que foram calculados, 2019 (em 2023, este valor será ultrapassado), cerca de 2,5% do PIB”.
Por último, dirigindo-se aos associados, prometeu que a descentralizar dos mecanismos da Associação irá continuar, bem como a estratégia de captação de mais associados no sentido de fortalecer ainda mais a Associação.