Yorgos Tzakis apaixonou-se pela língua portuguesa através da MPB e hoje recebe os portugueses em Creta
Yorgos Tzakis foi o guia que acompanhou o grupo de agentes de viagens convidados pelo Viajar Tours na recente fam trip à ilha de Creta, antecipando a operação charter que o operador turístico vai realizar de 26 de junho a 11 de setembro, em voos da Aegean à partida de Lisboa. O Turisver falou com ele para ficar a saber um pouco mais sobre este profissional.
Ao Turisver, Yorgos Tzakis confessou que o seu “primeiro contacto com a língua portuguesa foi através da música brasileira”, mais concretamente da MPB. O interesse pela língua ficou para sempre, levando a viesse para Portugal ter aulas “em Lisboa, depois na Faculdade em Coimbra, e mais tarde rumasse a Salvador da Bahia”.
Ser guia turístico não foi uma escolha imediata deste profissional que começou por licenciar-se em Agronomia e só depois, de regresso à sua terra natal, Heraklion, a primeira cidade da ilha de Creta – “cidade principal e não capital porque “a Grécia tem uma capital, que é Atenas, e não faz sentido falar em capitais de ilhas”, como explicou – é que ingressou na escola de guias “uma escola profissional do Ministério do Turismo” da Grécia.
O trabalho com o mercado português não começou logo, como nos conta: “No princípio da década de 2000, eu fazia passeios e circuitos com os turistas espanhóis, clientes da Iberojet. Depois, quando o número de turistas espanhóis diminuiu e os turistas portugueses foram aumentando, começou a haver maior necessidade de fazer os passeios em português e eu comecei a acompanhar os turistas portugueses como guia em língua portuguesa, já depois de 2010”.
Excursão a Spinalonga a mais procurada pelos portugueses na ilha de Creta
Pouco depois, quando o Viajar Tours começou a operação para Creta, começou a trabalhar com este operador e já o faz “há oito ou 10 anos”, disse.
Sobre os turistas portugueses que chegam a Creta, disse-nos que “embora muitos cheguem aqui para fazerem turismo de praia, ficando nos hotéis da costa e pouco mais, há outros que chegam já a conhecer alguma coisa da ilha e da sua história e fazem alguns passeios mais culturais, por exemplo o do museu arqueológico”.
Outro dos passeios muito procurado pelos turistas lusos é o de Spinalonga (ilha nas proximidades de Elunda, no noroeste de Creta). “O passeio de Spinalonga é mesmo o mais procurado pelos portugueses em Creta porque combina o mar, a paisagem, a história da ilhota, a possibilidade se darem um belo mergulho nas águas transparentes e o almoço. O sítio é muito bonito e há muitos portugueses que conhecem a ilha por causa do livro “A Ilha” de Victoria Hislop”, explica Yorgos Tzakis.
Em Creta, as praias são bastante diferentes das de Portugal, no entanto, “os portugueses gostam das nossas praias, principalmente das menos procuradas porque estão mais longe do centro e são menos concorridas. A complicação, aqui em Creta, é que as melhores praias são as que estão um pouco mais longe dos centros turísticos mas os portugueses gostam muito de ir visitá-las”.
Yorgos Tzakis classifica os portugueses como “pessoas simpáticas” que “dizem sempre que sentem uma grande proximidade com o povo grego, gostam de conhecer a nossa cultura, apreciam a nossa gastronomia”. Neste campo, Creta tem muito para oferecer porque, como nos explicou o nosso guia, “Creta tem uma culinária muito rica, muito mediterrânica e isso agrada aos turistas portugueses”.
Para conhecer a gastronomia mais típica o melhor, afirma, é comer nas Tavernas que “são locais típicos onde se pode experimentar a cozinha grega mais genuína, enquanto os restaurantes têm uma cozinha mais internacional”. Explica-nos também que “a culinária local assenta em vegetais, produtos do campo, carne e queijo, ou seja, é uma cozinha mais do interior e não tanto de costa mas também temos peixe, só que é um peixe local que não é da mesma qualidade dos peixes do Atlântico porque o mar aqui não nos dá o tipo de peixe de que os portugueses mais gostam. No entanto, também temos alguma sardinha”.
Muitas vezes, a Grécia é classificada como um destino caro, mas o nosso guia não partilha dessa opinião: “No que se refere à comida penso que não é um destino caro. Talvez o seja ao nível dos locais de diversão e das bebidas … Comparado com Portugal talvez esses preços sejam mais elevados, mas a comida não é mais cara, até porque há que ter em conta a qualidade que aqui é boa”, afirma.