XIX Congresso da ADHP: Revisão das categorias profissionais é prioridade para o Governo, afirmou Nuno Fazenda
Na sessão de encerramento do Congresso da ADHP que terminou sexta feira no Algarve, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, respondendo a um repto lançado pelo presidente da Associação, frisou que o Governo tem como prioridade a revisão das categorias profissionais no turismo, bem como a valorização dos profissionais do setor.
Ao encerrar o congresso, o presidente da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, Fernando Garrido, pôs a tónica nas pessoas, ou seja nos profissionais do sector. “O nosso foco são os profissionais. Não poderemos deixar de continuarmos a focar-nos nas pessoas”, afirmou, acrescentando que a dificuldade em recrutar trabalhadores “continua a ser o nosso principal problema”.
Referindo-se aos profissionais e às profissões, Fernando Garrido deixou claro que a ADHP “continua focada na necessidade de reconhecer as profissões e os profissionais”, uma vez que, acentuou, “não podemos ter por base uma estrutura de remuneração que tem nos seus alicerces as categorias profissionais que hoje já não existem”.
Embora reconhecendo que as categorias podem não ser hoje a forma mais correta de reconhecimento das profissões, o presidente da ADHP defendeu que há que “garantir que as profissões são desempenhadas por profissionais competentes e altamente formados”.
Para que isso aconteça, declarou, “é fulcral que o reconhecimento público, social e financeiro exista. Caso contrário estamos a entregar na mão de qualquer pessoa o bem que nas últimas crises foi o motor da retoma”.
Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços responde às questões do presidente da ADHP
A encerrar o Congresso, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, responderia às preocupações deixadas pelo presidente da ADHP, começando por afirmar que “as pessoas são o maior ativo do turismo, são um ativo único, aquilo que marca a diferença, não só porque o turismo é uma indústria de pessoas para pessoas”. Por isso, defendeu, “se queremos continuar a ser competitivos, temos que ter as pessoas no centro da ação política”.
Por via dessa importância, recordou que uma das prioridades que estabeleceu foi a da criação de uma Agenda Estratégica para as Profissões do Turismo, documento que tinha sido apresentado dias antes e que inclui um conjunto de 20 medidas e projetos.
Nuno Fazenda garantiu que entre os temas priorizados pelo documento está “a revisão das categorias dos profissionais de turismo”, com a Agenda para as Profissões do Turismo a incluir também uma “campanha de valorização” dos profissionais do setor.
Ainda no que se refere aos recursos humanos, o governante anunciou que “temos já inscrito no Portugal 2030 e vamos reforçar ainda mais nas linhas de apoio do Turismo de Portugal: a majoração do financiamento para as empresas que têm boas práticas laborais” porque, sublinhou, “também temos de diferenciar positivamente as empresas que acolhem e empregam melhor, que têm uma empregabilidade positiva e inclusiva”.
Já no domínio da formação, Nuno Fazenda disse haver “um plano nacional para modernizar e equipar ainda mais as Escolas do Turismo de Portugal”, além de haver a intenção de “intensificar os programas de formação no domínio da internacionalização das nossas empresas, na capacitação dos empresários e dos gestores”. Ao mesmo tempo, no âmbito do PRR “temos incentivos à contratação estável”.
Estas são, disse, apenas algumas das medidas inscritas na Agenda Estratégica para as Profissões do Turismo que “não é um documento fechado” pelo que “mais projetos e iniciativas” vão poder juntar-se-lhe. Neste âmbito sublinhou que existe uma comissão de acompanhamento para esta Agenda “onde a ADHP é uma das entidades” a ter assento e que “será chamada a dar o seu contributo, a escrutinar, a exigir, a dar opinião e a sugerir, para que possamos implementar esta Agenda e outros projetos.
“Podemos ter uma estratégia – que temos -, podemos ter as prioridades definidas, podemos ter os instrumentos de financiamento – que também temos -, mas só os conseguimos implementar se trabalharmos em conjunto”, concluiu o governante.