Web Summit gerou receitas diárias de 5,6M€ na hotelaria da Área Metropolitana de Lisboa
Com 71.033 participantes de 160 nacionalidades, a Web Summit, que se realizou em Lisboa de 1 a 4 de Novembro, terá gerado receitas da ordem dos 5,6 milhões de euros por dia nos empreendimentos hoteleiros da Área Metropolitana de Lisboa, sendo que 4,7M€ / dia foram registados na cidade. Os números foram divulgados pela Associação da Hotelaria de Portugal.
A AHP apresentou esta quinta feira as conclusões de um inquérito realizado no pós Web Summit, concretamente de 7 a 21 de Novembro, junto de 120 estabelecimentos empreendimentos hoteleiros na capital e na Área metropolitana de Lisboa, concluindo-se que, tanto ao nível da ocupação como dos preços e das receitas geradas, o impacto do evento deste ano foi superior ao registado em 2019, antes da pandemia.
O estudo, apresentado por Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP, estima que o evento tenha gerado diariamente receitas de 4,73 milhões de euros nos empreendimentos turísticos da capital, sendo que, quando se alarga a área de influência do evento à Área Metropolitana de Lisboa, o impacto terá sido de 5,6 milhões por dia (apenas no que se refere a alojamento). Cristina Siza Vieira frisou, no entanto, que a estimativa foi feita apenas com base nos “quartos de empreendimentos turísticos, ou seja estabelecimentos hoteleiros, hotéis, hotéis apartamentos, pousadas e algum turismo de habitação” e que, se fossem incluídas no estudo as unidades de alojamento local coletivo, com mais de 10 quartos, “as receitas chegariam, aproximadamente, aos sete milhões de euros” por cada um dos quatro dias do evento.
Contas feitas, para os quatro dias da Web Summit, “estima-se que a receita de alojamento nos empreendimentos turísticos possa ter atingido cerca de 19 milhões de euros, em Lisboa cidade, e de 22 milhões de euros, na Área Metropolitana de Lisboa”, sublinha a AHP.
Para estes resultados contribuiu tanto o aumento das taxas de ocupação, acima dos níveis registados em 2019, como os preços, também bastante mais elevados do que aquando da última Web Summit realizada presencialmente, em 2019.
No que se refere às taxas de ocupação, 93% dos inquiridos na Área Metropolitana de Lisboa afirmou ter registado uma taxa de ocupação superior a 80% durante os dias do evento, enquanto apenas 3% revelaram ter ficado abaixo dos 70%. Já na cidade de Lisboa, e no mesmo período, 82% dos inquiridos registou uma taxa de ocupação superior a 90% e apenas 1% disse ter ficado abaixo dos 70%.
Comparativamente a 2019, 51% das unidades hoteleiras da AML tiveram uma ocupação melhor ou muito melhor este ano, 30% não tiveram alterações e apenas 10% disse ter tido ocupação mais baixa. Já na cidade, 49% dos respondentes afirmaram que a taxa de ocupação foi melhor ou muito melhor, 31% ficaram na mesma, enquanto 9% afirmou ter registado uma taxa de ocupação mais baixa do que nos dias do Web Summit de 2019.
Preços médios deram “salto muito grande” face a 2019
O grande destaque vai, no entanto, para os preços médios que, na cidade de Lisboa, ascenderam a 210€, contra os 155€ de 2019. Já na Área Metropolitana de Lisboa, o preço médio aumentou de 142€ para 193€. Assim, para 85% dos inquiridos na cidade de Lisboa, os preços durante a Web Summit foram melhores ou muito melhores do que em 2019, o mesmo acontecendo com 88% dos respondentes da Área Metropolitana de Lisboa.
“Em termos do preço médio deu-se um salto muito grande”, sublinhou Cristina Siza Vieira, explicando que “dentro da Área Metropolitana de Lisboa está incluída a cidade e é esta que puxa muito a média para cima”.
Mercado dos Estados Unidos no “top 3”
No que toca a mercados, a presidente executiva da AHP sublinhou ter havido movimentações interessantes, a começar pelo facto de 52% dos inquiridos ter colocado os Estados Unidos no seu Top3. Outra novidade face a 2019 residiu no mercado espanhol que este ano nem sequer figurou no Top 5 (quando em 2019 integrava o Top3), bem como “o desaparecimento do mercado italiano”. O que se nota nos dados revelados esta quinta feira é a queda do mercado brasileiro.
De referir ainda que 86% das unidades hoteleiras da AML e 93% das localizadas na cidade teve reservas de participantes na Web Summit sendo que 67% dessas reservas foram feitas através da Booking; 14% através de websites próprios; 8% através da Expedia (muito utilizado pelos norte-americanos); 6% por outros canais online e 5% através do DMC da Web Summit.
A propósito dos canais utilizados para reservar alojamento hoteleiro, Cristina Siza Vieira sublinhou que “as reservas através das OTAs cresceram” com a Booking a ganhar terreno, destacando também que as reservas “no website próprio dos hotéis tem ainda uma performance relativamente modesta neste evento”, havendo no entanto a expectativa de que “venha a ganhar escala, quer para este evento quer geral” porque, justificou, “quanto menos intermediação, melhor”.