Voos diretos para Creta do Viajar Tours “facilitam-nos a vida”, diz António Gonçalves

António Gonçalves, da Click Viagens Abrantes, foi um dos 10 agentes de viagens convidados pelo Viajar Tours para a sua fam trip a Creta. No final da viagem o Turisver falou com este profissional para saber a sua opinião sobre o destino turístico e a forma como o vai propor aos seus clientes. Aproveitámos também para saber como vão as vendas para o verão.
Ao contrário da maior parte dos agentes de viagens que viajaram connosco, o António já conhecia algumas regiões da Grécia, não é assim?
Sim, é verdade, já tive o prazer de fazer alguns cruzeiros, passei por algumas ilhas gregas e por Atenas e sou um grande fã da Grécia e dos gregos.
Já pensava que fazia sentido os portugueses poderem ir de férias uma semana ou 15 dias, para uma ou duas ilhas da Grécia?
Os voos diretos para a ilha de Creta da operação do Viajar Tours, facilitam a vida às agências de viagens e aos clientes, na perspetiva de podermos incentivar os clientes não só a fazerem Creta e Santorini, mas também outras ilhas, como é o caso de Mikonos, com a possibilidade de dormirem lá. Obviamente que esta operação abre-nos opções para podermos oferecer ao cliente um produto turístico de qualidade e diferente daquele que nós temos no resto da Europa.
Creta, enquanto destino turístico, tem muitas das características que o português procura quando vai de férias?
A paisagem é muito semelhante à nossa, desde as oliveiras, os citrinos, o limoeiro, a figueira, portanto todas as árvores são muito parecidas com as nossas das diferentes regiões. Em termos culturais são povos diferentes, com línguas diferentes, naturalmente, mas com métodos e ritmos de vida muito similares. A gastronomia é muito parecida, come-se muito bem aqui na Grécia, a comida é muito saborosa e sentimo-nos aqui em casa.


A ilha de Creta parece, junto à orla costeira, um grande resort porque a oferta hoteleira é tanta e tão diversificada, desde hotéis de 3, 4, 5 estrelas, e alguns já na faixa do luxo, ou seja, existe uma oferta idêntica à que temos no nosso Algarve…
Temos aqui de tudo um pouco, efetivamente, temos hotéis muito bons, de excelente qualidade e outros muito medianos. Em termos de hotelaria, toda ela é muito construída na base das encostas. Por isso, os hotéis oferecem uma paisagem linda, já que os hotéis estão na ravina, virados para o mar. As praias são pequeninas, não são de grande dimensão como as nossas, mas como as águas são transparentes, muito tranquilas e quentes no verão, acabam por fazer pequenas piscinas naturais que são ótimas para se dar uns mergulhos.
Comparando Creta, em termos de qualidade/preço, com outros destinos que estão a ser mais procurados para o verão, como é que ficamos?
Em termos de custo a Grécia está acima da média, efetivamente é para um cliente que já tenha alguma capacidade financeira para poder desfrutar deste destino na sua plenitude. Naturalmente que o português ainda tem uma média de rendimento per capita baixa e provavelmente será por isso que existem quatro ou cinco charters para Saïdia e só um para Creta – isso diz tudo sobre a nossa capacidade financeira.
Opção pelo fly and drive deve ser feita assim como é obrigatória a excursão a Santorini
Este charter que o Viajar Tours põe no mercado, está bem dimensionado quanto às opções de hotéis e ao horário dos voos?
Eu penso que o voo noturno pode ser agradável porque o cliente chega cedo e se tiver logo o hotel disponível pode descansar, mas efetivamente é fora do normal. No entanto, eu continuo a achar que é preferível chegar mais cedo e desfrutar de mais tempo no destino, e sair o mais tarde possível. O charter está bem dimensionado, porque está a atirar para “a fatia do lombo do verão”, como se costuma dizer, começando em finais de junho e terminando em meados de setembro, e portanto, sendo para um tipo de cliente que tem de ter mais algum capital no bolso para investir nas suas férias, isso é bom para as agências de viagens.



Pensa que os clientes devem entrar na opção do fly & drive logo à partida ou quando chegarem a Creta logo fazem as suas opções? O que é que vai aconselhar aos clientes da Click Viagens?
Eu recomendo claramente o fly & drive mas um pouco diferente da habitual, mais do tipo ‘fique uns dias aqui outros acolá’, porque a ilha é grande, com muito para oferecer a quem a visita, e assim tem a facilidade de se deslocar de uma zona para outra e não estar limitado só a uma zona da ilha. Quem vem para este destino numa perspetiva que não seja só de sol e praia mas também para conhecer, tem sentido que o faça de uma forma correta, não faz sentido que ande a “fazer piscinas” ou seja quilómetros e mais quilómetros, aproveitando assim para conhecer pelo menos duas unidades hoteleiras. Outra recomendação que vou dar aos meus clientes é que experimentem mais do que uma ilha, ou pelo menos não deixem de fazer a excursão de dia inteiro a Santorini.
Um ano bom apesar da “espertice” que se instalou no mercado
Como estão a correr as vendas para a suas agências este ano?
Nas nossas quatro lojas (duas em Abrantes, uma em Tomar e outra em Torres Novas), não nos podemos queixar das vendas e neste momento já vendemos 80% daquilo que vendemos em 2022. O ano está a correr muito bem, é bom que haja muito produto para vender, que se façam campanhas, e que os nossos grupos de gestão estejam atentos, para criarem dinâmicas que façam com que mercado mexa também para o lado das agências de viagens e tudo vai correr bem.
E as tendências são idênticas às do ano passado?
As tendências têm mudado, por exemplo temos a novidade do destino Albânia, que está completamente cheio, e os produtos novos que têm aparecido no mercado estão a vender-se muito bem. À semelhança do que aconteceu o ano passado com o Senegal que também encheu no verão, tudo o que há de novo no mercado o nosso cliente tenta assimilar.
A operação de Zanzibar tanto quanto sei também está a correr muito bem. E, portanto, haja produto novo e iniciativa dos nossos fornecedores e os clientes vão aderir e numa perspetiva de quererem passar férias diferentes, tranquilos, sem chatices.
O problema do nosso mercado e da má concorrência é a “chico-espertice” de alguns que querem fazer algumas coisas na internet e aqui e acolá mas quando as coisas correm mal, corre mesmo muito mal e fecham, prejudicando a imagem de todos. Por outro lado, estas “chico-espertices” até levaram a que clientes tivessem chegado a hotéis onde não estava a reserva feita e ficaram sem hotéis, nem carros, nem nada. Não quer dizer que isto também não aconteça aos agentes de viagens, quer dizer é que a probabilidade é menor e cá estamos nós para ajudar os clientes e programar as férias de forma correta.
Tem as suas agências a cento e tal quilómetros para norte de Lisboa. Sente-se tranquilo se cada vez mais se os seus clientes tiverem de ir apanhar os voos especiais ao Porto?
Para nós é uma contrariedade. A maior parte dos nossos clientes não aceita ir ao Porto, alguns já preferem ir a Madrid, mas não ao Porto. Algumas destas situações que aconteceram agora com Saïdia, com a operação de Lisboa a ser cancelada, posso dizer que pelo menos 20% das reservas foram à vida ou os clientes alteraram para outros destinos, o que para nós resulta numa contrariedade em termos de vendas. O aeroporto do Porto pode ser bom para as agências de Coimbra para cima, mas é mau de Coimbra para baixo. No nosso caso ansiamos pela construção do novo aeroporto ou em Santarém ou em Tancos. Pessoalmente defendo a posição de Tancos como deve compreender e se isso acontecer irei fazer novos, até porque é uma vantagem estratégica para a região e até mesmo para a Região de Lisboa e Vale do Tejo em termos de desenvolvimento. Acima de tudo, é um equipamento que nos faz falta, não para hoje, era mesmo para ontem.
O Turisver acompanhou a fam trip a Creta a convite do operador turístico Viajar Tours.