Viseu Dão Lafões levou à Expo 2025 no Japão o ritual da Soenga

A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões levou à Expo 2025 – Exposição Mundial de Osaka, no Japão, uma das tradições cerâmicas de Portugal, o ritual da Soenga, que durante dois dias, 29 e 30 de abril, foi a estrela do Pavilhão de Portugal. Segundo a CIM, a participação “superou as melhores expectativas”.
Através de uma instalação imersiva centrada na Soenga, um ritual de cozedura cerâmica comunitária ao ar livre, em que o barro é transformado pelas chamas e pelo tempo, os visitantes são convidados a mergulhar num ambiente sensorial e simbólico em torno do “casal”, a pilha de peças cerâmicas organizadas dentro da Soenga, que constitui o coração desta arte.
Este núcleo, esculpido em cerâmica negra de Molelos, é envolto por bancos de madeira tradicionais e por uma projeção imersiva, com som, imagem e vozes, que transporta os visitantes para o universo da Soenga.
A experiência sensorial incluiu ainda uma instalação fotográfica com peças artesanais dos 14 municípios da CIM Viseu Dão Lafões. As imagens documentam a diversidade e riqueza do artesanato regional, oferecendo aos visitantes um contexto geográfico mais amplo.
A valorização do ritual da Soenga, considerado por especialistas internacionais como “um tesouro único” da cultura portuguesa, ganha ainda mais relevo com a recente inscrição do processo de produção do Barro Negro de Molelos no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Esta inscrição oficial reconhece “a importância da manifestação do património cultural imaterial e respetivo saber-fazer enquanto prática identitária da comunidade dos oleiros” e a sua relevância “para o desenvolvimento sustentável nos territórios onde se pratica”.
A participação da CIM contou ainda com um momento performativo gastronómico, onde o chef Diogo Rocha preparou e deu a saborear produtos de Viseu Dão Lafões aos visitantes do Pavilhão de Portugal, naturalmente servidos em louça de barro negro de Molelos, numa fusão entre gastronomia e tradição.
Mais do que uma presença institucional, a participação da CIM inaugura um ciclo de dois anos de promoção do património artesanal de Viseu Dão Lafões, que tem como foco a cerâmica de mesa – uma vertente contemporânea da tradição oleira da região. A CIM pretende dar a conhecer esta herança em feiras nacionais e internacionais, promovendo-a como ativo turístico e fator de identidade para as comunidades locais.
Fernando Ruas, Presidente da CIM Viseu Dão Lafões, não esconde a satisfação pelos resultados obtidos: “A adesão foi extraordinária e superou todas as nossas expetativas. Em dois dias, milhares de visitantes do Pavilhão de Portugal conheceram uma tradição da nossa região que é única no mundo. O entusiasmo e os elogios à autenticidade da experiência foram unânimes. Foi uma oportunidade única para afirmar o valor simbólico e económico do nosso património cultural”.
Também Nuno Martinho, Secretário Executivo da CIM, destaca o acolhimento entusiástico por parte do público japonês: “A resposta do público japonês foi extraordinária. Há no Japão uma profunda valorização da cerâmica e do saber-fazer ancestral, o que criou uma ligação imediata com a proposta de Viseu Dão Lafões. Acreditamos que esta presença irá traduzir-se em novos fluxos turísticos e oportunidades de mercado para os nossos artesãos. Mostrámos que é possível inovar a partir da tradição, promovendo a nossa cultura como motor de desenvolvimento e de afirmação internacional”.
O sucesso da participação na Expo Osaka reforça o posicionamento estratégico das artes tradicionais como elemento diferenciador da oferta turística e cultural da região. Esta ação marca o início de um ciclo de dois anos de promoção internacional do património artesanal de Viseu Dão Lafões, com destaque para a cerâmica de mesa — uma vertente contemporânea da tradição oleira local — que será promovida em feiras e eventos nacionais e internacionais.
A Expo 2025, que decorre até outubro em Osaka, deverá acolher mais de 28 milhões de visitantes de todo o mundo.