Vila Galé à procura de “começar um namoro mais alongado em Espanha”

Depois de, em 2024, ter aberto uma unidade em Isla Canela, que marcou a sua estreia em Espanha, a Vila Galé continua interessada em expandir-se no país vizinho, onde está a “namorar” tanto destinos urbanos como de resort, indicou Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo, num almoço com a imprensa, na terça-feira.
“Estamos a procurar começar um namoro mais alongado em Espanha. Temos procurado muito. Vão chegando algumas abordagens, mas ainda não conseguimos concretizar nada”, disse Gonçalo Rebelo de Almeida.
Sobre as localizações onde tem sido feito essa procura, o responsável adiantou que “estamos obviamente interessados nos principais destinos espanhóis. O que faz sentido é entrar e ter presença nos principais destinos espanhóis”, pelo que “Madrid, Barcelona, Sevilha ou Bilbau deverão estar em cima da mesa porque são geografias que, do ponto de vista do turismo urbano, nos interessam”.
Mas não são apenas os destinos urbanos que interessam à Vila Galé, que também vai olhando para oportunidades que possam surgir nas costas espanholas, tal como aconteceu com Isla Canela.
A questão, explicou o administrador do Grupo, é que, “à semelhança do que acontece hoje com investidores que queiram desenvolver projetos em Lisboa ou em Porto, Espanha é um destino consolidado, portanto, as oportunidades de desenvolver projetos de raiz são muito menores do que noutras geografias”.
Daí que a Vila Galé esteja atenta a oportunidades que possam surgir ao nível da “aquisição de unidades existentes, de unidades que precisem de renovação, ou, eventualmente, de um ou outro edifício que esteja em outra organização, que seja escritório ou habitação, e que possa ser reconvertido”, uma vez que “à semelhança do que acontece já no Algarve, na Madeira, em Lisboa ou no Porto, as áreas de terreno para desenvolver projetos de raiz escasseiam”.
Em suma “a nossa entrada em Espanha está muito dependente de haver alguma coisa no mercado” e também isso vai escasseando porque “os anos positivos para o turismo são bons para quem está instalado mas são maus para quem quer encontrar oportunidades de investimento”, uma vez que “há menos produto, quem está a operar está satisfeito e quem está satisfeito ou não vende ou pede um valor tal que é o mesmo que dizer que não quer vender”.
A propósito recordou que, no caso do Brasil, quando o Grupo fez o seu primeiro investimento em Fortaleza, em 2001, já estava decidido a investir “quase de seguida” em São Paulo e no Rio de Janeiro e o que aconteceu foi que “demorámos 13 anos a encontrar uma oportunidade boa para o Rio de Janeiro e em São Paulo, viemos a abrir em 2020, depois de andarmos à procura durante 19 anos”. Ou seja “maus negócios podem fazer-se a qualquer momento mas como não tem sido essa a nossa estratégia, às vezes demora mais tempo”.