Viagens El Corte Inglés atingiu os três objetivos que tinha para a BTL, diz Ricardo Cardia

A Viagens El Corte Inglés esteve este ano presente, pela primeira vez, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) onde ocupou um stand de 72m². O Turisver falou com Ricardo Cardia, diretor-geral da empresa em Portugal, para saber qual o balanço desta participação.
A Viagens El Corte Inglés participou pela primeira vez na Bolsa de Turismo de Lisboa. Que balanço é que faz dos primeiros três dias em que a feira apenas esteve aberta a profissionais?
Dado que esta foi a nossa primeira participação na BTL, quisemos aproveitar os dias para profissionais para dar o máximo de informações sobre a fusão do Grupo e também para trazer à feira um conjunto de parceiros para que pudessem ficar com uma ideia da dimensão que tem neste momento o Grupo Viagens El Corte Inglés após a fusão da Logitravel, apresentando todo o portefólio de marcas.
Por outro lado, aproveitámos também para estreitar relações e para fazer novos contactos e acabámos mesmo por fazer algumas vendas na quarta e na quinta feira – e não tão poucas como pensávamos – porque nestes dias aparece sempre algum profissional de outras áreas do turismo que quer comprar.
Durante esse período conseguira fechar alguns negócios com hotéis, operadores ou outros parceiros, ou já foram para a feira com tudo tratado?
Fechámos alguns negócios mesmo para vender na feira nos dias do público e abrimos algumas possibilidades de novos negócios em que identificámos várias oportunidades de aprofundamento de relações com algumas cadeias e hotéis, no sentido de podermos ter mais camas porque este ano vai isto vai ser uma complicação, especialmente no mercado nacional. Eu já não estou nessa área mas fui acompanhando os processos.


No fim de semana, em que a feira era direcionada ao público, o vosso foco estava na venda de viagens. Como é que correu? Os objetivos foram cumpridos?
Nós tínhamos três objetivos e acho que conseguimos cumpri-los todos. O primeiro era, naturalmente, vender, o que dependia de vários fatores, entre os quais a agressividade do produto que apresentámos e da adesão do público à feira e acho que o facto de a feira ter sido muito divulgada, tanto pela organização como pelos parceiros, levou a que houvesse uma afluência bastante grande de público. Dentro daquilo que era a perspetiva de vendas, acho que cumprimos.
O segundo objetivo era a ativação da marca, a criação de leads e poder entrar num mercado em que não tínhamos tido ainda a oportunidade de entrar e garantidamente também conseguimos isso.
Quem não conhece o setor, quando entra numa feira e vê três ou quatro marcas interessante e uma delas é a Viagens El Corte Inglés, é garantido que vai querer saber o que é que estão a oferecer, que preço estão a apresentar, em que condições, porque a marca gera credibilidade. Neste sentido em termos de ativação e posicionamento da marca, o objetivo também foi cumprido.
O terceiro objetivo era a conexão da equipa. Depois de dois anos de pandemia e de muitos problemas, houve muita gente que se desligou um pouco, que deixou de ter orgulho nas empresas em que estavam a trabalhar e deixou de ver os projetos também como seus. Neste caso, eu tenho a sorte de liderar uma equipa que se mobilizou totalmente, que se apaixonou pelo projeto e que desde o primeiro dia se disponibilizou de uma maneira incrível e acho que qualquer pessoa que passasse no stand via trabalho, via satisfação.
Conjugando todos estes fatores, diria que esta nossa primeira presença na BTL foi uma presença de sucesso.
Procura por Grandes Viagens foi a surpresa no stand das Viagens El Corte Inglês
Sentiram que a vossa participação na feira também serviu para desmistificar um pouco a ideia que muita gente te de que a Viagens El Corte Inglés é algo elitista?
Houve uma coisa que me surpreendeu bastante porque nós estivemos na feira com o produto mais imediato, o produto tour operado, em charter, que tem uma maior procura no mercado nacional mas aquilo que muitas vezes as pessoas procuravam era aquilo que nós estamos mais habituados a vender, as grandes viagens, o produto “tailor made”, que tem uma complexidade diferente. Penso que foi a credibilidade da marca e o serviço que damos aos nossos clientes que acabou por ditar essa procura.
Houve algumas surpresas em termos dos destinos procurados?
A grande procura incidiu sobre os destinos das Caraíbas, mas também houve muita procura por cruzeiros, um produto a que a nossa marca está muito associada. Os destinos de médio curso como a Tunísia e Saidia também tiveram alguma saída mas, como disse há pouco, o produto de grandes viagens também foi muito procurado, como a Polinésia, Tailândia, Maldivas, combinados de Sri Lanka com Turquia… Curiosamente, o que não foi tão procurado foram os destinos nacionais.
A vossa presença na BTL foi uma aposta ganha e é para continuar nos próximos anos?
Nós ainda vamos apurar os resultados, nomeadamente em termos da rentabilidade e tudo dependerá dessa análise e de tudo o que a feira nos possa oferecer no próximo ano, daquilo em que os operadores nos possam apoiar, ou seja, há um conjunto de fatores que poderão dar-nos, ou não, condições para nos mantermos como participantes na BTL.