Viagens no outono/inverno vão continuar acima dos níveis da pré-pandemia, segundo a Virtuoso
Tal como aconteceu no verão, também na época do outono-inverno se espera que o número de viagens continue a ultrapassar os níveis de 2019. Esta é uma das conclusões do estudo realizado pela maior rede global de viagens de luxo, a Virtuoso, divulgado em Las Vegas durante a 34ª Virtuoso Travel Week, realizada de 14 a 19 de agosto e onde se analisaram as tendências de viagem.
Aeroportos sobrecarregados e algumas restrições de viagens que se têm ainda feito sentir em alguns destinos durante este ano e que são ainda reflexo da pandemia, não têm afetado as viagens de luxo que, segundo a Virtuoso (rede global de viagens de luxo) têm sido líderes na recuperação do setor.
A procura reprimida durante os últimos dois anos teve como resultado um forte aumento – em alguns casos, inesperado – na procura de “viagens de vingança”, levando a que se ultrapassem os níveis da pré-pandemia e, segundo a Virtuoso, se a recuperação é uma realidade já este ano, para 2023 há já boas notícias no horizonte, uma vez que as vendas de viagens futuras para o próximo ano estão 47% acima de 2019.
O preço das viagens, que já é mais elevado e deverá continuar a subir não é obstáculo e 74% dos viajantes Virtuoso dizem que “criar uma experiência de viagem que melhor corresponda às minhas expectativas é mais importante que o preço”, por isso fazem já planos para aumentar os gastos em 34% para 27.800 dólares por pessoa, no próximo ano.
Quem viaja, para onde e porquê?
Segundo o estudo divulgado em Las Vegas este mês de agosto, durante a 34ª Virtuoso Travel Week, mesmo ao nível das viagens de luxo a forma mais popular de viajar é fazê-lo com o cônjuge (ou similar) seguindo-se as viagens com amigos e viagens em família com filhos menores de 18 anos.
As viagens individuais estão em alta, mas entre os clientes Virtuoso, o maior nível de interesse pelas viagens “a solo” vem da faixa etária de mais de 65 anos, que subiram de 4% em 2019 para 18% em 2022. Já o interesse pelas viagens individuais entre os viajantes dos 18 aos 34 anos caiu de 12% em 2019 para 6% em 2022.
Ainda assim os viajantes entre os 18 e os 34 anos realizaram, em média, 2,2 viagens internacionais a mais no ano passado do que a faixa etária de 65+ e 1,3 viagens domésticas a mais, sendo que os viajantes aconselhados pela Virtuoso fizeram viagens mais longas, passaram mais noites em nos hotéis e cruzeiros e, sobretudo, preferiram viagens internacionais.
Com 78% dos viajantes a afirmarem que estão preparados para viajar, 45% das pessoas afirmam mesmo estar pronta para o fazer agora ou nos próximos três meses, enquanto 38% dizem que demorarão ainda entre seis a 12 meses para o fazerem. Sair da rotina e do stress de casa e relacionar-se com novas pessoas, culturas e ideias são os principais motivos para viajar, segundo revelaram os inquiridos.
Para 87% dos entrevistados, a paridade do dólar com o euro desempenha um papel importante e apenas 35% dizem que as complicações das viagens aéreas deste verão os fizeram cancelar ou adiar os planos.
De sublinhar é o facto de as reservas de hotéis para viagens de outono e festivas (1 de setembro a 15 de janeiro) feitas até julho deste ano estarem em 173% de onde estavam no mesmo período de 2019.
O estudo revela ainda que as viagens com um objetivo determinado continuam a ser fundamentais. Filosofias e práticas ecológicas e a preservação do património natural e cultural são preocupações prioritárias, especialmente entre as gerações Z e Y e muitos estão dispostos a pagar mais. Por exemplo, 56% da Geração Z e 46% dos Millennials estão dispostos a pagar mais por práticas de turismo ecologicamente corretas, ao mesmo tempo que 58% da Geração Z e 52% dos Millennials também não se importam de pagar mais por viagens que preservam o património natural e cultural.
Viagens de outono e inverno
Entre os inquiridos, 28% afirmou estar a fazer planos para viajar na época baixa e quadras festivas, e não se importam de, se necessário, fazer ajustes posteriores. Quanto ao motivo das viagens, 71% vão tirar férias, enquanto 21% vão viajar para ver a família e amigos.
Ilhas e praias estão no topo das listas de viajantes para viagens de férias, seguidas por viagens com componente de bem-estar e cruzeiros, mas 62% dos inquiridos pretendem viajar para vários destinos, enquanto 38% viajarão para um único destino.
No que toca aos destinos escolhidos, as ilhas das Caraíbas, que tiveram grande popularidade este verão, continuarão a tê-la no próximo inverno – 48% dos inquiridos que vão de férias neste período assume escolher “uma praia numa ilha” -, com o estudo da Virtuoso a indicar que o mesmo irá acontecer em 2023, já que
Ainda assim, entre os 10 destinos mais procurados este verão apenas um, o México, preenche o requisito ‘Caraíbas’ e ficou em oitavo lugar, depois de Estados Unidos, Itália, França, Canadá, Grécia, Reino Unido e Espanha, mas antes da Irlanda e da Suíça.
Já para o período de setembro a Dezembro, o estudo estima que os principais destinos sejam os Estados Unidos, Itália, França, México e Canadá. Quando se fala do período de outono e das festividades, 83% dos britânicos no segmento de luxo afirma que viajará para fora da Europa e com a família mais próxima.
Entre a faixa etária dos 18 aos 34 anos, os viajantes de alto padrão procuram (e estão dispostos a pagar mais por) marcas/experiências de viagem que se concentrem em filosofias ecológicas, que contribuam para a população local e que também preservem o património natural e cultural.
De acordo com as conclusões do estudo da Virtuoso, as tendências de reservas são indicativas de uma forte época de outono/inverno, durante a qual o volume permanecerá acima dos níveis de 2019.