Viagens de longo curso em franca recuperação nos mercados europeus

Uma análise aos mercados emissores de Itália, Espanha, Inglaterra, França e Alemanha indica que a procura por voos de longo curso está a recuperar, registando um aumento considerável face ao ano passado. Ainda assim, o longo curso permanece entre 7% e 11% abaixo dos níveis de 2019.
A Mabrian, fornecedora de informações turísticas, realizou um estudo sobre a recuperação das viagens de longo curso, centrando-se em mercados europeus, nomeadamente Itália, Espanha, Inglaterra, França e Alemanha. As conclusões apontam, que, apesar de a recuperação estar a ser forte, o número de viagens está ainda entre 7% (caso da Inglaterra) e 11% (caso da Alemanha) abaixo dos níveis de 2019. Ainda assim comparativamente a 2022 há recuperação dado que no passo passado a queda face a 2019 era ainda de 30% a 60%.
Outra conclusão do estudo aponta que a distribuição geográfica das rotas de longo curso mudou significativamente, tendo surgido novas rotas para destinos remotos, algumas delas a partir de aeroportos secundários.
Na Inglaterra, as viagens de longa distância estão 7% abaixo dos níveis de 2019. A recuperação não é uniforme nos aeroportos. Por exemplo, enquanto Gatwick está abaixo de 37%, em Heathrow e Stansted aumentou 3% e 30%, respectivamente.
De acordo com o estudo, este ano, os viajantes britânicos que procuram destinos exóticos e distantes vão poder desfrutar de destinos como Maldivas e Trinidad e Tobago, entre outros. No entanto, quem prefere a Ásia, principalmente Filipinas e Indonésia, terá que fazer uma escala para chegar aos destinos desejados.
No caso da Alemanha, as viagens de longa distância estão 11% abaixo dos níveis de 2019 e há uma queda (-24%) significativa nas ligações diretas para países distantes. Entre os principais aeroportos que operam voos de longa distância, o Aeroporto de Düsseldorf mostra sinais de recuperação mais lenta, apresentando uma capacidade 64% menor do que em 2019.
Quanto às novas rotas, passou a haver voos diretos para destinos como Sri Lanka e Bahamas, enquanto Malásia, Gâmbia e Trinidad e Tobago são alguns dos destinos mais populares.

Na Itália, o número de assentos para voos de longa distância está 11% abaixo dos níveis de 2019. No entanto, foram estabelecidas novas ligações com o país a partir de destinos como Austrália, Bahamas e Maurício. Nápoles aumentou sua conectividade em 121% graças ao aumento da sua capacidade com os Estados Unidos, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Outra novidade são os voos diretos do aeroporto de Bergamo para os Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Cabo Verde.
No entanto, a Itália este ano não tem voos diretos para destinos como Tailândia, Chile e África do Sul, entre outros, que tinha em 2019.
A conectividade de longa distância a partir de Espanha é 8% menor do que em 2019. O número de países com ligações diretas diminuiu apenas 3%, com destaque para as novas rotas para Angola e El Salvador, enquanto entre as não renovadas estão Japão, África do Sul e Etiópia.
Os aeroportos de Gran Canaria e Tenerife Norte foram os que mais dificultaram a renovação dos voos de longo curso, com uma redução de 52% e 70%, respectivamente, em relação a 2019. No entanto, Málaga melhorou sua conectividade direta, introduzindo novas rotas diretas para o Egito, Emirados Árabes Unidos e Catar, entre outros destinos. Outra nova conexão aérea importante foi um voo direto ligando Palma de Mallorca a Nova York.
França apresenta uma redução de 8% na conectividade aérea de longa distância, enquanto o número total de países com ligações diretas diminui 9% em relação a 2019. Entre as novidades, destaca-se que os franceses podem desfrutar de ligações diretas para países como a Tanzânia, Ruanda e Sri Lanka embora para chegar a destinos como Equador, Venezuela e Seychelles os franceses tenham que que procurar ligações adicionais.
O aeroporto de Toulouse foi o que mais aumentou a sua capacidade de longo curso, com a introdução de novas rotas que ligam o destino ao Qatar, Senegal e Canadá. Além disso, o aeroporto de Bordeaux adicionou novas rotas diretas para o Senegal e Guadalupe.