Turismo quer menos burocracia e mais celeridade na imigração laboral

Porque “atualmente o turismo não pode viver sem mão de obra estrangeira”, a Confederação do Turismo de Portugal afirma esperar que as medidas do Governo sobre imigração venham agilizar e desburocratizar os processos de contratação laboral “e não o contrário”.
Reagindo às medidas sobre imigração anunciadas na segunda-feira pelo Governo, e que deverão ser enviadas ainda esta semana ao Parlamento, a Confederação do Turismo de Portugal, que afirma não as conhecer ainda em concreto, lembra que “atualmente o Turismo não pode viver sem mão de obra estrangeira”, pelo que diz esperar que tais medidas “não sejam impeditivas de um maior equilíbrio e celeridade nas respostas por parte da Administração Pública à imigração laboral”.
“O Turismo necessita de mão de obra estrangeira para assegurar os seus serviços, continuar a crescer e afirmar-se como a principal atividade económica do país”, sustenta a CTP que, em comunicado divulgado esta terça-feira, 24 de junho, diz ter sempre defendido “processos transparentes, dignos e legais de migração laboral”.
Por isso, o presidente da CTP, Francisco Calheiros declara que a Confederação aguarda para “conhecer especificamente novas medidas anunciadas pelo Governo, esperando que estas tragam mais equilíbrio e celeridade aos processos de imigração laboral, e não o contrário”.
“As necessidades do Turismo e do País têm de caminhar em paralelo pelo que, segundo a CTP, cabe ao Governo encetar as melhores políticas públicas que possam assegurar esses equilíbrios”, lê-se no comunicado.
Francisco Calheiros aproveita para recordar que “da parte que lhe cabe, a Confederação do Turismo de Portugal, já está a colocar em prática soluções necessárias”, lembrando, também, que “numa parceria entre a CTP, o Turismo de Portugal e a Agência de Integração de Migrações e Asilo (AIMA), foi lançado o programa “Integrar para o Turismo”, uma iniciativa que visa a formação e integração profissional de migrantes e beneficiários de proteção internacional no setor do turismo em Portugal. Um programa que oferece aos migrantes, formação técnica e especializada em empresas de hotelaria e restauração, além de estágios práticos em empresas da atividade turística, com o objetivo de qualificar trabalhadores imigrantes para o mercado de trabalho na área do Turismo”, explica.
Para a CTP, a questão da migração laboral “não deve ser penalizada por processos burocráticos desnecessários, que impeçam os vários ramos do Turismo de sobreviver e de crescer”. Isto porque, alerta a CTP, “com requisitos mais rígidos para residência e nacionalidade, o número de pessoas a entrar oficialmente para trabalhar em Portugal pode diminuir e as empresas do Turismo poderem ter maior dificuldade em recrutar estrangeiros, especialmente em regiões do país mais dependentes deste tipo de contratação”.