Turismo no Top 5 dos setores mais atrativos para trabalhar
A conclusão é do estudo da Randstat que analisa anualmente as principais tendências do mercado de trabalho e dá a conhecer as empresas e setores mais atrativos para trabalhar em 31 países, incluindo Portugal.
De acordo com as conclusões do estudo Randstad Employer Brand Research 2022,o Turismo integra o Top 5 dos sectores mais atrativos para trabalhar, surgindo (agregado ao Desporto e Entretenimento) em quarto lugar do ranking, atrás das áreas da Saúde (1º), IT, Consultoria e Telecomunicações (2º) e do setor automóvel (3º). No ranking, a área da aviação aparece em 8º lugar e os Serviços em 10º.
Já no ranking das 20 melhores empresas parta trabalhar, que é liderado pela Delta, só aparece uma empresa da área do Turismo, concretamente o Pestana Hotel Group, que ocupa a 20ª posição.
Escassez de talentos e falta de mão-de-obra são problemas que estão a afetar muito o Turismo. A pandemia fez com que muito profissionais do setor procurassem outras áreas e o seu regresso parece estar a tornar-se cada vez mais difícil. Nas conclusões do estudo da Randstat sobre aquilo que quem procura emprego valoriza mais numa empresa estará a resposta para essa “fuga” ao sector do turismo.
Salário, benefícios, progressão na carreira
Entre os fatores mais valorizados numa empresa, por quem procura emprego, estão, de acordo com o estudo, o salário e os benefícios (72%), mas também, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal (67%) e o bom ambiente de trabalho (67%). De destacar que, em 2022, estes fatores assumem maior preponderância do que em anos anteriores (resultados do estudo 2021: salário e benefícios (71%), equilíbrio vida profissional e pessoal (66%) e bom ambiente de trabalho (65%)).
Os benefícios que os portugueses mais gostariam que o seu empregador lhes oferecesse, para valorizar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, são acordos de trabalho flexíveis (48%) e oportunidades de progressão na carreira (47%). Apesar da progressão na carreira ser um fator importante para 81% dos portugueses, este critério assume uma maior relevância para a geração mais nova (18-34 anos: 85%) e com maiores habilitações literárias (84%).
A forma como as diferentes gerações olham para o emprego muda, o que traz desafios acrescidos para as empresas. Em todas as gerações temos um empate entre os critérios da conciliação vida profissional-vida pessoal e do ambiente de trabalho, com a Geração Z e Geração X a valorizarem mais a conciliação vida profissional-vida pessoal, enquanto que os Millennials apostam mais no ambiente de trabalho. Curioso é como o critério da possibilidade de trabalhar remotamente é menos valorizado para as faixas etárias mais jovens, abaixo dos 25 anos, e a progressão de carreira muito mais valorizada nas gerações abaixo dos 35 anos.
Para 89% dos inquiridos, é também considerado muito importante que a empresa onde trabalham lhes ofereça oportunidades de upskilling e reskilling. “A verdade é que a rápida transformação digital acelerou o risco das competências atuais se tornarem obsoletas. Os profissionais têm o desafio de se reinventarem num mercado de trabalho em constante mudança e as empresas devem ter isto em consideração”, considera o CEO da Randstad Portugal.
O estudo revela também que um em cada cinco portugueses (26%) pretende mudar de emprego este ano, uma tendência crescente em relação a 2021 (20%). São principalmente as mulheres (28%), os menores de 35 anos (31%) e os inquiridos com maiores habilitações literárias (28%) que demonstram esta intenção.
Em Portugal, o inquérito foi realizado online em janeiro deste ano, a 4.997 indivíduos (profissionais ativos, desempregados e estudantes), com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. A maioria dos participantes é residente em Lisboa (38%), seguindo-se a região Norte (34%) e o Centro (18%) do país.