Turismo motor da recuperação económica é regresso à tendência de 2019, diz Bernardo Trindade
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Portugal vai crescer acima da média da União Europeia em 2022, com esse crescimento a ser sustentado pela atividade turística, como foi frisado pela Comissão Europeia. Uma notícia que Bernardo Trindade, presidente da AHP, vê com muito agrado e sem grande surpresa.
Em declarações ao Turisver.pt à margem do almoço da AHP que teve como convidado o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, Bernardo Trindade, mostrou-se satisfeito com a notícia e nada surpreendido pelo facto de, apesar de todas as dificuldades vividas nos últimos dois anos, ser o turismo, uma vez mais, a levar a economia “às costas”.
“A Comissão Europeia, na previsão para 2022 em termos de crescimento da riqueza, aponta Portugal como o país líder, ancorado na atividade turística o que, obviamente, nos deixa satisfeitos mas não é propriamente uma surpresa porque estamos a regressar a uma tendência que já se verificava em 2019”, afirmou Bernardo Trindade ao Turisver.
Ainda assim, o presidente da AHP não deixou de alertar que “nós, o turismo e a hotelaria, vimos de dois anos encerrados, estamos numa situação em que se passa do oito para o 88 muito rapidamente, pelo que estamos a preparar-nos, temos vários desafios pela frente, que temos que ultrapassar para podermos dar continuidade a esse crescimento”.
Essa continuidade, frisou, “passa por obtermos respostas em relação a um conjunto de dossiers que são temas que vão ter que ter resposta para que os anos futuros possam ser também de crescimento”.
Na intervenção proferida na sua tomada de posse, dia 24 de abril, elencou uma série de preocupações dos hoteleiros e deixou mesmo um alerta ao afirmar que “precisamos de ser ajudados (…) para que os nossos balanços, a qualidade da nossa produtividade possa prosseguir”. Neste sentido, o Turisver perguntou a Bernardo Trindade se, depois de se saber que o turismo vai “empurrar para cima” o crescimento económico do país neste ano de 2022, o setor em geral e a hotelaria em particular, ganham maior poder reivindicativo.
“Sou suspeito, mas acho que sim”, respondeu, acrescentando que “aquilo que estamos a propor não é propriamente novo e, sobretudo, é o que é necessário para regressarmos a uma trajetória que colocou a atividade turística e a hotelaria num patamar cimeiro de recuperação que todos os portugueses anseiam”.
Precisou ainda que, depois do encerramento da atividade durante praticamente dois anos “estamos a regressar e entendemos que, do ponto de vista do interesse por Portugal as características estão intactas. Por isso, temos que criar condições, a vários níveis de poder e de exercício, para que isso possa ser uma realidade”. Para já, disse, “os indicadores que estamos a receber, um pouco de todo o país, são positivos”.
No dia em que o Turisver.pt falou com o presidente da AHP, estava em cima da mesa o tema da sexta vaga da Covid, uma situação que Bernardo Trindade espera que não impacte de forma negativa o andamento das reservas e as perspetivas de crescimento do turismo. E justifica: “O que podemos dizer para já é que hoje sabemos mais do que sabíamos aquando das anteriores vagas, temos um plano de vacinação diferente, há hoje segmentos da população que estão de novo a ser vacinadas e o que temos que continuar a fazer é ir acompanhando a situação, na certeza de que, com mais informação e um melhor plano de vacinação podemos dar uma melhor resposta”.
Os almoços mensais da AHP são uma tradição que a pandemia interrompeu. No regresso desta iniciativa, a primeira do mandato de Bernardo Trindade como presidente da Associação, o convidado foi o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, tendo ficado a ideia que Câmara de Lisboa e AHP vão manter um diálogo que se pretende profícuo. “Tivemos um compromisso e acho que, quer numa dimensão mais estratégica relativamente aos temas que se relacionam com o turismo mas também no que se liga mais aos temas de intendência, termos a AHP e a Câmara Municipal de Lisboa como parceiros a tratarem de forma periódica – eu sugeri que fosse trimestral – um conjunto de problemas, ganha a cidade e ganha o turismo”.