Turismo internacional recuperou 96% dos níveis da pré-pandemia até julho
Até julho, o turismo internacional já tinha recuperado 96% dos níveis pré-pandemia, segundo dados do Turismo da ONU, organização que sublinha que esta recuperação foi, impulsionada “pela forte procura na Europa e pela reabertura dos mercados na Ásia e no Pacífico”.
De acordo com o último Barómetro Mundial do Turismo da ONU Turismo, cerca de 790 milhões de turistas viajaram internacionalmente nos primeiros sete meses de 2024, cerca de 11% mais do que em 2023 e apenas 4% menos do que em 2019. Os dados mostram um forte início de ano, seguido de um segundo trimestre mais modesto. Os resultados estão em linha com a projeção da ONU Turismo de uma recuperação total nas chegadas internacionais em 2024, apesar dos riscos económicos e geopolíticos em curso.
Citado na nota divulgada pela organização, o secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, frisou que “o turismo internacional está no bom caminho para consolidar a sua recuperação total da maior crise da história do sector”.
Referiu, igualmente, que “a recuperação em curso ocorre apesar de uma série de desafios económicos e geopolíticos, realçando a forte procura de viagens internacionais, bem como a eficácia do reforço das ligações aéreas e da flexibilização das restrições de vistos. Esta recuperação realça também a necessidade crescente de planear e gerir o turismo para atender aos seus impactos nas comunidades, para que os imensos benefícios socioeconómicos sejam combinados com políticas inclusivas e sustentáveis”.
Médio Oriente continua a liderar a recuperação em termos relativos
Com o aumento da conectividade aérea e a facilitação dos vistos a apoiar a recuperação das viagens internacionais, os dados mostram que todas as regiões do mundo registaram um ano forte até ao momento.
No entendo, de acordo com os dados do Barómetro, o Médio Oriente continuou a ser a região com maior crescimento em termos relativos, com as chegadas internacionais a subirem 26% acima dos níveis de 2019 nos primeiros sete meses de 2024.
África recebeu mais 7% de turistas do que nos mesmos meses de 2019, enquanto a Ásia e o Pacífico registaram 82% do seu número de turistas pré-pandemia (-18% face a 2019), atingindo 85% em Junho e 86% em Julho.
Já a Europa e as Américas recuperaram 99% e 97% das suas chegadas pré-pandemia, respetivamente, durante estes sete meses.
Portugal entre os países onde as receitas do turismo mais aumentaram
No que diz respeito às receitas do turismo internacional, 47 dos 63 países com dados disponíveis recuperaram os valores pré-pandemia nos primeiros seis meses de 2024, muitos reportando um forte crescimento de dois dígitos em comparação com 2019 (em moedas locais e preços correntes). Portugal integra o grupo dos países com melhor desempenho, com um aumento de 57% nas receitas do turismo, face ao ano de 2019.
Os dados sobre as despesas com turismo internacional revelam uma forte procura de viagens para o estrangeiro em Janeiro-Julho de 2024, especialmente de grandes mercados emissores, como os Estados Unidos (+32%), a Alemanha (+38%) e o Reino Unido (+40% até Março), em comparação com o período homólogo de 2019.
Perspetivas positivas até ao final do ano
O Índice de Confiança do Turismo da ONU apresenta expetativas positivas para a última parte do ano, nos 120 pontos para setembro-dezembro de 2024, embora abaixo das perspetivas para maio-agosto, que se situavam nos 130 (numa escala de 0 a 200, em que 100 reflete igual desempenho esperado).
Cerca de 47% dos especialistas em turismo participantes no inquérito Confiança esperam um melhor desempenho do sector nos últimos quatro meses de 2024, enquanto 41% projetam um desempenho semelhante e 11% pior, o que reflete uma normalização gradual do desempenho do turismo após um forte ano de 2023.
Os especialistas apontaram a inflação nas viagens e no turismo, nomeadamente os elevados preços dos transportes e do alojamento, como o principal desafio que o sector do turismo enfrenta atualmente, bem como a situação da economia global, a escassez demão de obra e os eventos climáticos extremos