Turismo espera novos recordes para 2025 com proveitos de 6,5 MM€ e 33 milhões de hóspedes

As expectativas do setor do turismo para 2025 são otimistas, como revelam as conclusões do Barómetro do Turismo do IPDT, divulgadas esta quinta-feira, que apontam para que os proveitos atinjam os 6,5 mil milhões de euros e o número de hóspedes possa aumentar para cerca de 33 milhões.

Os resultados do Barómetro do Turismo do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) que tem por base as respostas de um painel de consulta constituído por gestores, profissionais e especialistas em turismo, apontam para “um crescimento sustentado nos principais indicadores, mas destacam adicionalmente desafios que exigem respostas estratégicas”.

“No que diz respeito ao número de hóspedes, 56% dos respondentes antecipam para 2025 um crescimento para valores entre 30,1 e 33 milhões”, número que se compara com os 30 milhões alcançados em 2023, dado não existirem ainda números finais relativos ao ano passado. O cenário é também “promissor” para o indicador das dormidas, com 78% dos participantes a projetarem que estas possam ficar entre os 75,1 e 81 milhões”, face aos 77,2 milhões de dormidas registadas em 2023.

Referindo-se às perspetivas de aumento do número de hóspede e de dormidas, o IPDT faz notar que “este contexto sugere não apenas uma maior procura, mas também uma possível extensão na duração média das estadias”.

No que se refere aos proveitos “80% dos especialistas do barómetro do IPDT esperam para este ano números entre os 5,6 e 6,5 mil milhões de euros”, em comparação com os 5,7 mil milhões alcançados em 2023.

Entre os fatores que terão um impacto mais positivo no desenvolvimento do turismo nacional em 2025, a melhoria contínua da oferta e dos serviços foi apontado como sendo o mais relevante, com 44% das respostas. Seguem-se a segurança e a estabilidade política e social, referidas por 42% dos respondentes e as infraestruturas, acessibilidades e a mobilidade aérea citadas por 36% dos membros do painel que responderam ao inquérito.

Para Jorge Costa, presidente do IPDT, “a previsão do aumento do número de hóspedes, dormidas e proveitos globais para 2025 reflete o potencial de crescimento sustentado do turismo nacional. Para concretizar este potencial, será fundamental continuar a investir na qualidade das experiências turísticas, adaptando-as às atuais exigências dos viajantes”. E acrescenta: “Num contexto global marcado por incertezas económicas e geopolíticas, Portugal continua a beneficiar da perceção de ser um destino seguro e acolhedor, o que se traduz num ativo estratégico para atrair turistas internacionais”.

No que se refere aos principais desafios a enfrentar pelo setor em 2025, a “escassez de recursos humanos qualificados” foi  referida por “51% dos participantes”, enquanto “o aumento dos preços e a inflação” foi apontada por 40% dos respondentes.

 “A recessão económica e a conjuntura internacional, identificadas por 33% do painel, e os conflitos internacionais e a instabilidade geopolítica, mencionados por 29% dos respondentes, evidenciam o impacto de fatores externos no desempenho do setor”, sublinha o IPDT.

Os membros do Barómetro do Turismo do IPDT apontaram ainda as principais tendências para 2025, destacando que “as viagens personalizadas e feitas à medida surgem como a principal tendência (63%), seguidas pela procura de experiências culturais autênticas nas cidades (60%)”.

O painel defende ainda que “para reforçar a competitividade de Portugal enquanto destino turístico” há “duas ações de igual relevância”: a “promoção turística segmentada e a consolidação da imagem de Portugal como destino de excelência, além da diversificação e requalificação da oferta turística, com foco na sustentabilidade – ambas referidas por 19% dos respondentes”.

A 72.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT teve lugar entre 04 e 18 de outubro de 2024, reunindo 45 respostas válidas, de um painel de 175 profissionais em funções de direção e administração em várias áreas que integram o setor do turismo.