Turismo é “um exemplo” para as atividades económicas, considera o ministro da Economia
O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, defendeu sexta-feira que o turismo tem que ser visto como um exemplo pelas outras atividades económicas e que a sua recuperação, ultrapassando este ano os indicadores de 2019, aconteceu porque o setor soube “reinventar-se”.
Atividade económica das mais penalizadas pela pandemia, o turismo não apenas recuperou a sua pujança este ano como vai mesmo ultrapassar os resultados de 2019, até agora considerado o melhor ano do setor em Portugal. Uma recuperação que coloca o setor, de novo, como motor da economia ou seja, uma vez mais, este ano o turismo volta a levar a “economia às costas”.
O ministro da Economia e do Mar reconhece esta condição e na sexta feira, não só considerou o turismo como “um dos grandes motores da nossa economia, representando cerca de 20% das exportações” mas também considerou que o modelo de organização do turismo deve ser replicado noutros setores de atividade para criar “diferentes motores de desenvolvimento” em Portugal.
Falando na Batalha, onde participou na Academia Socialista iniciativa destinada a jovens do PS, o ministro deixou bem clara a importância do turismo para a economia, afirmando mesmo que o turismo soube “reinventar-se” de forma exemplar.
“O turismo vai neste ano bater o recorde em termos de receitas que atingimos em 2019. Muita gente pensava que só em 2023 – 24 chegaríamos lá, mas o turismo não só se reinventou em função da qualidade dos operadores, da dinâmica do mercado, das políticas públicas que foram desenhadas, do apoio muito constante que existe entre as autoridades, as empresas, o Ministério da Economia e as campanhas de promoção”, afirmou.
Este modelo de organização, disse, contribuiu para o crescimento, “de forma significativa”, de mercados como “os EUA, o Canadá, a Alemanha, o Reino Unido”, com números que fazem do turismo um exemplo. “O turismo é um dos grandes motores da economia”, representa cerca de 20% das exportações, em 2019 representou 14% do PIB.
“Não podemos aceitar” que haja “algum preconceito contra o turismo”
O governante fez, no entanto, notar que, apesar dos números do turismo e da sua contribuição para a economia “existe no país algum preconceito contra o turismo”, algo que, afirmou perentório, “não podemos aceitar” até porque “o que nós precisamos de fazer é reproduzir a excelência dos operadores, das empresas, das políticas públicas, noutras áreas para criar diferentes motores de desenvolvimento e de crescimento da economia portuguesa” – e isso “é possível”, notou.
“Infelizmente vivemos num país que exponencia todos os dias, na galáxia mediática, aquilo que são problemas e dá pouca atenção ao que são as respostas da sociedade em múltiplos setores de atividade”, afirmou, dando como exemplo o crescimento económico em 2022, com “números que podem surpreender muitas pessoas” e que, sobretudo no segundo trimestre do ano, em que a economia cresceu 7,1% esse crescimento foi alavancado “no consumo interno e na procura externa líquida”, ou seja, “os serviços e sobretudo o turismo”
Ainda assim, Costa Silva considerou que iremos assistir, no próximo ano, “provavelmente, algum abrandamento, em função das tensões inflacionistas e do [conflito] que está a acontecer na Europa”.
Numa intervenção que se subordinou ao tema “Economia e Crescimento: desafios e oportunidades”, o ministro abordou a questão da guerra na Ucrânia mas também a dos recursos naturais. A propósito advertiu: “não podemos subestimar a amplitude da estupidez humana. Quando a humanidade se devia unir para fazer face à maior ameaça existencial que temos à nossa frente, há uma guerra que deflagra na Europa. Esta guerra mudou muitas coisas, e arrisca-se a por as questões ambientais e de sustentabilidade em segunda ou terceira prioridade. O que será um erro fatal”, alertou.
Confessando-se um “apaixonado pelo planeta” o ministro defendeu que o crescimento económico “não pode transigir na proteção dos ecossistemas”. Apontando “a questão da água como decisiva” afirmou que o mar pode ser o elemento de resposta “a uma futura crise alimentar que pode surgir no mundo”.