Tráfego aéreo de passageiros acelerou em fevereiro
Fevereiro trouxe consigo uma “forte recuperação” nas viagens aéreas, afirma a IATA, que considera que o deflagrar na guerra da Ucrânia não teve grande impacto. No entanto, os números continuam aquém de 2019.
Dados divulgados esta quarta feira pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) revelam que as viagens aéreas registaram uma forte recuperação em fevereiro de 2022 em comparação com o que tinha acontecido no primeiro mês do ano “com a moderação dos impactos relacionados à Ómicron fora da Ásia”. A IATA considera, também, que “a guerra na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro, não teve grande impacto nos níveis de tráfego”.
A procura global por viagens aéreas em todo o mundo durante o mês de fevereiro (medido em receita por passageiro por quilómetro, ou RPK) apresentou um aumento de 115,9% face ao mesmo mês de 2021. Este indicador mostra uma melhoria na comparação com os números de janeiro, em que a subida tinha sido de 83,1% face a igual mês de 2021.
No entanto, comparativamente a 2019, o tráfego aéreo do mês de fevereiro apresenta ainda uma quebra de 45,5%, melhor do que a queda de 49,6% registada em janeiro em igual base, reforçando a continuidade da recuperação do setor
De acordo com os dados da IATA, o tráfego doméstico de fevereiro aumentou 60,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, depois de em janeiro ter aumento de 42,6%. Face a fevereiro de 2019, o tráfego doméstico apresenta ainda uma quebra de 21,8%.
Já o tráfego aéreo internacional apresentou uma subida de 256,8% em fevereiro, face ao mesmo mês de 2021, embora este indicador revele ainda uma perda de 59,6% na comparação com o mesmo mês de 2019.
No que toca à oferta de lugares (em ASK), registou-se uma subida de de 68,4% comparativamente com fevereiro de 2021.
Comentando os resultados, Willie Walsh, diretor-geral da IATA, sublinhou que “a recuperação das viagens aéreas está a ganhar força à medida que governos em muitas partes do mundo levantam às restrições de viagens”. O responsável apontou ainda que “os Estados que persistem em tentar bloquear a doença, em vez de a gerirem, como fazemos com outras doenças, correm o risco de perder os enormes benefícios económicos e sociais que a restauração da conectividade internacional trará”.
Dados por região do mundo
Por regiões do mundo, foram as companhias aéreas europeias que apresentaram os melhores resultados, com um aumento de tráfego na ordem dos 380,6% em relação a fevereiro de 2021, (+ 224,3% em Janeiro). A capacidade aumentou 174,8% e o load factor subiu 30,3 pontos percentuais para 70,9%.
As companhias aéreas da Ásia-Pacífico tiveram um aumento de 144,4% no tráfego de fevereiro, um pouco acima do ganho de 125,8% registado em janeiro. A capacidade aumentou 60,8% e a taxa de ocupação aumentou 16,1 pontos percentuais, para 47,0% (o menor entre as várias regiões do mundo).
No Oriente Médio o tráfego aéreo aumentou 215,3% (+145,0% em Janeiro). A capacidade cresceu 89,5% e o load factor aumentou 25,8 pontos percentuais para 64,7%.
As companhias aéreas norte-americanas experimentaram um aumento de tráfego de 236,7% em fevereiro (+ 149,0% em Janeiro), e a capacidade subiu para 91,7% gerando um load factor de 63,6% (+27,4 pontos percentuais em termos homólogos)
Na América Latina o tráfego cresceu 242,7% em relação a fevereiro de 2021, bem acima do aumento de 155,2% em janeiro. A capacidade aumentou 146,3% e a taxa de ocupação subiu 21,7 pontos percentuais para 77,0%, com a IATA a fazer notar que esta foi “a maior taxa de ocupação entre as regiões pelo 17º mês consecutivo”.
Por último, as companhias africanas viram o tráfego subir 69,5% em fevereiro após um aumento de 20,5% em janeiro. A capacidade cresceu 34,7% e o load factor aumentou 12,9 pontos percentuais para 63,0%.