“Ter “amanhã” mais um hotel” é o desejo expresso por Paulo Amorim, administrador do Arribas Sintra Hotel
Em plena Praia Grande, a 12 Km do centro histórico de Sintra, o Arribas Sintra Hotel é uma unidade privilegiada pelo encontro entre as paisagens da serra e o oceano Atlântico que quase parece entrar pelo hotel dentro. A sua localização e o microclima que dela nasce, bem como o facto de ser ainda um hotel de cariz familiar, têm contribuído para atrair novos clientes e novos mercados, como nos conta o administrador da unidade, Paulo Amorim.
Que balanço é que já se pode fazer da vossa operação durante este ano?
Este ano de 2024 correu muito bem, no seguimento dos anos pós-Covid, que têm vindo num crescendo de taxa de ocupação, de preço médio, e até, diria, da qualidade dos clientes.
E não houve alterações substanciais de mercados no pós-covid?
Os mercados tradicionais continuaram fiéis, nomeadamente o mercado nacional que continua a ser um mercado importante para nós, tendo em atenção que o hotel tem 58 anos.
O norte da Europa é um mercado também tradicional deste hotel, pelo microclima que nós temos, mas temos mercados mais recentes que têm crescido imenso, nomeadamente o americano e o canadiano, que têm crescido muito no pós-Covid, e este ano de 2024 cresceram bastante.
Vocês têm uma unidade hoteleira que se posiciona quase num “limbo” porque com 60 quartos nem é um grande hotel, mas também não é um hotel pequeno. O que é que isso tem de positivo e de negativo?
O Arribas Sintra Hotel é um grande hotel. Eu penso que os aspetos são mais positivos do que negativos porque hoje em dia, e isso tem-se sentido muito no pós-Covid, cada vez mais as pessoas gostam de estar em hotéis mais exclusivos, com um número de hóspedes menor, onde não têm que estar em filas para o pequeno almoço, não têm que estar com uma pessoa a 10 centímetros na espreguiçadeira ao lado na piscina. E, portanto, eu penso que hoje em dia os hotéis de menor dimensão têm um nicho de clientes significativo que cada vez nos procuram mais.
Obviamente que para determinadas operações falta-nos alguma escala, nomeadamente no mercado MICE, de que temos muitas solicitações que às vezes não podemos aceitar porque para isso fazia-nos falta ter mais de 60 quartos.
Como é que vocês viram o “chip” de hotel do verão, porque estão cima da praia, em cima do mar, para a época de inverno?
Sendo o Arribas Sintra Hotel uma unidade que está construída “dentro” do Oceano Atlântico, pelo que não pode ser mais praia do que isto, obviamente que existe sempre alguma sazonalidade. Mas já desde há anos, nomeadamente nos últimos 10 anos, a sazonalidade ficou muito esbatida, após termos feito uma aposta grande, quer na restauração, quer na remodelação total do hotel, acrescendo que todos os anos, até pela proximidade do mar, temos uma manutenção muito efetiva e apostamos muito num restyling permanente do hotel.
Mas penso que isso não é exclusivo do Arribas, Lisboa também era sazonal e não tinha clientes em agosto e hoje em dia deixou de ser sazonal. Nós, aqui, também temos esse mesmo fenómeno positivo, que é o de não se sentir tanto a sazonalidade.
Quais as principais iniciativas que tomaram para cativar clientes na época baixa?
Criamos alguns atrativos, nomeadamente para pequenas estadias de fim de semana, temos os “domingos de preguiça” em que o cliente pode fazer check-out sem custos até às 4 horas da tarde, temos o programa “Mitos e Lendas”, em que o cliente vem passar o fim de semana e já tem incluído um bilhete com visita a um monumento…, portanto acabamos por ter alguns programas, para além do Turismo Natureza. Dado estarmos entre o Oceano Atlântico e a Serra de Sintra, temos um microclima que faz com que de verão as temperaturas não sejam tão elevadas quando comparadas com as de Lisboa e de inverno temos um tempo ameno que para o Turismo Natureza das caminhadas, dos passeios de bicicleta, para além do surf, nos torna muito procurados.
Reparei que para o vosso bar e restaurante têm uma entrada à parte da unidade hoteleira. Isso também é uma aposta no passante para almoços ou serviços de bar?
Isso é algo que existe desde a origem do hotel, mas nestes últimos anos apostámos muito forte na nossa área de restauração, com uma área da restauração com três espaços distintos.
Temos uma parte de snack bar com comida mais ligeira ou para tomar uma bebida ao final do dia e apreciar as ondas e esta piscina que parece quase um oceano. Temos o nosso restaurante que é o Signature Cuisine, que é um restaurante que proporciona ao cliente experiência gastronómica e depois temos um conjunto de salas privadas, para grupos de 10 até 180 pessoas, que permite fazer refeições num ambiente privado, seja numa festa de anjos, seja numa comemoração, seja no próprio segmento de pequenas reuniões até 150 pessoas. Tendo estes três espaços é uma vantagem haver uma entrada direta para o restaurante, sem necessidade de passar pelo lobby do hotel.
“Este hotel é claramente um hotel familiar, pretende continuar a ter um carisma familiar, nomeadamente no bem receber do cliente, mas agora sentimos a necessidade, até pelo crescimento dos últimos anos, de contratar alguém que tivesse já uma experiência acumulada em hotéis de quatro estrelas e nomeadamente em hotéis de cadeia”
Até agora o Paulo Amorim, além de parte da administração, acumulava a direção do hotel. O que é que levou a que dessem o passo de contratarem um diretor para o hotel?
Este hotel é claramente um hotel familiar, pretende continuar a ter um carisma familiar, nomeadamente no bem receber do cliente, mas agora sentimos a necessidade, até pelo crescimento dos últimos anos, de contratar alguém que tivesse já uma experiência acumulada em hotéis de quatro estrelas e nomeadamente em hotéis de cadeia.
Tenho acompanhado a carreira do Nuno Leandro, e houve agora a possibilidade de o convidar, para fazermos um upgrade na gestão operacional do hotel e podermos desenvolver algumas estratégias, conjuntamente comigo. Além disso, fico mais liberto para outras áreas de negócio que o hotel tem, para fazermos uma expansão e podermos ter amanhã mais um hotel.
No hotel, eu percebi que vão continuar a fazer alguns investimentos e melhorias na unidade. Em que áreas?
Neste momento, contra a contratação do Nuno Leandro para diretor-geral do hotel e a entrada de um dos meus filhos, que se juntou a nós também agora aqui no hotel, um jovem que tirou o curso em Glion, na Suíça, estamos a avaliar todas as áreas do hotel para garantir um futuro risonho e de crescimento, e definir um caminho estratégico que fique muito bem definido para percorremos em conjunto. E é isso que neste momento está a ser feito e em breve haverá seguramente uma série de novidades para que o Arriba Sintra Hotel seja cada vez mais uma referência de hotelaria, nomeadamente em Sintra, mas na própria costa de Lisboa, e que seja distinto na qualidade que oferecemos aos clientes.