TAP lucra 117,8 M€ no terceiro trimestre com queda de 62,8 M€ face a 2023
De julho a setembro deste ano, a TAP obteve um resultado líquido positivo de 117,8 milhões de euros, menos 62,8 milhões do que no mesmo período de 2023. Nos primeiros nove meses do ano, o resultado líquido acumulado foi positivo em 116,6 milhões de euros diminuindo em 85,3 milhões em relação a 2023.
“A TAP alcançou no terceiro trimestre de 2024 um resultado líquido de 117,8 milhões de euros, valor que reflete uma diminuição de 62,8 milhões face ao mesmo período do ano passado devido ao impacto de perdas cambiais” que se cifrou em 40 milhões de euros anunciou esta segunda-feira a empresa, em comunicado.
Ainda assim, refere a companhia, os resultados o 3º trimestre deste ano, quando comparados com o mesmo período de 2019 (antes da pandemia), reflectem uma melhoria de 116,6 milhões.
No período em análise, o número de passageiros transportados aumentou em 1,3% face ao 3º trimestre de 2023, enquanto o número de voos operados diminuiu em 1,9%. Comparando com os níveis pré-crise de 2019 (3T19), o número de passageiros atingiu 91% e os voos operados atingiram 84%.
A capacidade (medida em ASK) aumentou em 1,2% em comparação com o 3T23, representando 97% dos níveis pré-crise do 3T19. O Load Factor atingiu 86,2%, melhorando em 1,4 p.p., quando comparado com o ano anterior, e em 3,3 p.p. quando comparado com os níveis pré-crise.
De acordo com a empresa, as receitas operacionais totalizaram 1.284,1 milhões de euros, +2% do que no 3T23, “ultrapassando e representando 123% das receitas operacionais do 3T19”. As receitas de passagens registaram um aumento de 6,2 milhões de euros (+0,5%) face ao 3T23, totalizando 1.187,5 milhões. Já as receitas de manutenção aumentaram 15,8 milhões (+48,0%) face ao 3T23, para 48,7 milhões de euros.
Os custos operacionais recorrentes totalizaram 1.045,5 milhões de euros, + 6,4% ou 63,3 milhões em termos homólogos, uma variação que, segundo a TAP, resultou “principalmente do aumento dos custos com o pessoal (+ 44,9 milhões de euros ou 26,3%)” e do “aumento das depreciações e amortizações (+19,0 milhões ou 16,6%)”. Já os custos operacionais de tráfego diminuíram em 19,7 milhões de euros ou 7,4% “devido à redução de contratação de ACMI”.
Luís Rodrigues, presidente executivo da TAP, afirma que “estamos satisfeitos com a nossa performance no terceiro trimestre de 2024, apesar dos dois grandes desafios enfrentados: a situação difícil de gestão do espaço aéreo europeu, e as desvalorizações cambiais significativas. A melhoria da pontualidade e do NPS (Índice de Satisfação do Cliente) e a estabilização da regularidade, confirmam uma operação mais robusta e com um melhor serviço para os nossos clientes, que se traduz em aumentos de receitas e consolidação de resultados operacionais”.
“Adicionalmente” , acrescenta, “o sucesso na emissão de obrigações, com uma clara criação de valor para a TAP, dado a redução significativa do spread implícito, resultou de uma resposta positiva por parte dos investidores à performance financeira da empresa”.
“Apesar do atual contexto desafiante do setor, mantemo-nos focados na transformação da TAP, com o apoio das nossas pessoas e dos nossos stakeholders, numa companhia sustentadamente rentável e numa das mais atrativas da indústria”, conclui Luís Rodrigues.
Resultados acumulados até 30 de setembro
De Janeiro a setembro, a TAP transportou 12,3 milhões de passageiros, + 1,5% em relação ao ano anterior, com o número de voos operados a diminuir 1,1%, com o Load Factor a aumentar 1 p.p. em termos homólogos.
As receitas operacionais totalizaram 3.252,6 milhões de euros, + 2,8% em termos homólogos, mas os custos aumentaram 4,0%, para 2.874,9 milhões de euros.
O resultado líquido acumulado totalizou 118,2 milhões de euros, diminuindo em 85,3 milhões face ao mesmo período do ano passado “tendo sido impactado por perdas cambiais”, segundo justifica a empresa.
Segundo informa a TAP em comunicado, para o 4º trimestre “as reservas encontram-se ligeiramente acima do ano anterior, sendo expectável que compensem alguma pressão sobre as yields”.
O investimento no mercado brasileiro vai manter-se no último trimestre deste ano, com a abertura da nova rota para Manaus, bem como, o investimento na modernização da frota, com a entrega de duas novas aeronaves A320 NEO, em substituição de duas aeronaves da família A320 CEO.