TAP lucra 111M€ no 3º trimestre mas mantém prejuízos até setembro
A TAP registou um lucro de 111,3 milhões de euros nos três meses de verão, o que não impediu um acumulado, de Janeiro a setembro, de 91 milhões de euros de prejuízos. Ainda assim, e face às incertezas de 2023, a CEO defende que o plano estratégico “tem provado ser eficaz”.
No comunicado divulgado pela empresa, é realçado o facto de a companhia ter registado no terceiro trimestre deste ano, “um recorde histórico” em termos de receitas operacionais, as quais ascenderam a 1,1 mil milhões de euros, uma verba que ultrapassa os níveis pré-crise em 7,5%. Esta situação permitiu que a companhia alcançasse “um desempenho financeiro sem precedentes, com um EBITDA recorrente de 280,1 milhões de euros e um EBIT recorrente de 152,7 milhões, ambos acima dos níveis pré-crise, apesar do aumento dos custos com combustível”, sublinha o documento.
Com estes indicadores, a TAP teve um resultado líquido positivo de 111,3 milhões, “impulsionado por fortes resultados operacionais e efeitos positivos da implementação da política de cobertura cambial”, lê-se na mesma nota em que é frisado que a companhia aérea possui uma “posição de liquidez sólida”.
Citada no documento, a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, afirma que “a TAP está a confirmar a solidez do seu desempenho no terceiro trimestre, com todas as métricas financeiras acima dos níveis pré-crise, apesar do aumento dos custos de combustível”.
A responsável antecipa que os níveis de procura para o último trimestre do ano estão “bastante fortes”, pelo que existem “expectativas de um bom resultado acumulado até final do ano”. Já no que toca ao próximo ano, a CEO não arrisca perspectivas: “a visibilidade para o próximo ano é, no entanto, ainda limitada e, atendendo às incertezas da atual conjuntura, é cada vez mais crucial que mantenhamos o foco no nosso plano estratégico, o qual tem, até agora, provado ser eficaz”.
Num período (3º trimestre do ano) em que registou 85% dos passageiros transportados no terceiro trimestre de 2019 em 81% de partidas, as receitas operacionais, que totalizaram 1.118,9 milhões de euros, representaram 107% das receitas operacionais do terceiro trimestre de 2019, situação que foi impulsionada “pelo aumento das tarifas e maior capacidade”.
Já os custos operacionais recorrentes ascenderam a 966,2 milhões, +6% do que no mesmo período de 2019 “essencialmente em resultado do custo mais elevado com combustível, que aumentou 137,7 milhões de euros no período”.
O comunicado da empresa faz notar que os gastos com o combustível mais do que triplicaram no período em análise “aumentando 269,9 milhões numa base anual para 371,9 milhões”.
O EBITDA recorrente alcançou um valor recorde de 280,1 milhões de euros, e o EBIT recorrente atingiu os 152,7 milhões.
Acumulado dos primeiros nove meses
No acumulado dos primeiros nove meses de 2022, as receitas operacionais atingiram 2.440,1 milhões de euros, com os custos operacionais recorrentes a situarem-se nos 2.286,0 milhões, resultando num EBIT Recorrente positivo de 154,1 milhões. O EBIT, incluindo itens não recorrentes no valor de 8,6 milhões de euros, foi positivo em 145,5 milhões.
No acumulado de janeiro a setembro, o Resultado Líquido foi negativo em -90,8 milhões de euros, indicador que, ainda assim, revela uma melhoria face aos -202,1 milhões no final do primeiro semestre de 2022 e aos EUR -627,6 milhões nos primeiros nove meses de 2021.