Solução aeroportuária para Lisboa pode depender do “sim” do novo líder do PSD

A solução aeroportuária para a região de Lisboa conhecida, através de despacho do Ministério das Infraestruturas, na tarde de quarta feira, 29 de junho, já não o é, revogada que foi pelo primeiro ministro que quer negociar com o novo líder do PSD, que inicia funções este fim de semana.
Os portugueses, em particular todos aqueles que estão ligados ao setor das viagens e turismo, tiveram um final de quarta feira feliz: finalmente, havia uma solução para o enorme problema aeroportuário de Lisboa. O Montijo ia avançar como aeroporto complementar e até lá a Portela beneficiaria de algumas obras e iria começar-se a trabalhar na solução Alcochete que deveria substituir a Portela e funcionar como aeroporto único, talvez lá mais para o final da próxima década.
Menos de 24 horas depois, tudo mudou. Na manhã desta quinta feira, o primeiro-ministro, que se encontrava em Madrid, determinava a revogação do despacho sobre o Plano de Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa porque, como já anteriormente tinha afirmado, quer ouvir o novo líder do PSD que vai entrar em funções este fim de semana, antes de ser tomada qualquer decisão.
“O primeiro-ministro determinou ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação a revogação do despacho ontem [quarta-feira] publicado sobre o novo aeroporto da região de Lisboa”, lia-se no comunicado divulgado pelo gabinete de António Costa e onde se lia, também, que o primeiro-ministro “reafirma que a solução tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, em particular com o principal partido da oposição e, em circunstância alguma, sem a devida informação prévia ao Presidente da República”.
O mesmo documento adiantava que “o primeiro-ministro procederá, assim que seja possível, à audição do líder do PSD que iniciará funções este fim de semana para definir o procedimento adequado a uma decisão nacional, política, técnica, ambiental e economicamente sustentada”.
Aventou-se a demissão do ministro das Infraestruturas mas Pedro Nuno Santos, em conferência de imprensa depois de reunir com o primeiro-ministro, admitiu falhas de comunicação justificou os erros com “a vontade de querer concretizar e realizar”, a qual tinha atrapalhado a “procura de consenso” que é preconizada por António Costa. Ainda assim, mantém-se no Governo.
Cerca de meia hora depois, perto das 18h00, Costa fala à imprensa sobre o tema: reconhece que houve erros – deixa a pergunta “que Governo não comete erros?” – mas também reconhece que estes foram “prontamente” admitidos por Pedro Nuno Santos e que, por isso, estão sanados. Também por isso, afirma que “a orientação do Governo está restabelecida” e no que toca diretamente ao aeroporto, essa orientação “é, em primeiro lugar, que o país precisa urgentemente de aumentar a capacidade aeroportuária na região de Lisboa, que esta é uma decisão que se arrasta há décadas e que exige um amplo consenso nacional e exige diálogo e acordo, pelo menos, com o PSD”. Quanto ao despacho “foi revogado, já não existe”.
A questão que agora se coloca é se a “bola” está agora apenas no campo de PSD e, acima de tudo, quanto tempo mais terá que esperar-se por uma solução aeroportuária para Lisboa quando a Portela está já a “rebentar pelas costuras” e a muito breve prazo irá impedir o normal crescimento da região de Lisboa em termos turísticos e portanto, também, em termos económicos.