Setor da distribuição é responsável por 2,6% do PIB, diz estudo apresentado no congresso da APAVT
O setor da distribuição terá contribuído, em 2023, com 2,6% para PIB nacional [Produto Interno Bruto] e originado um VAB [Valor Acrescentado Bruto] de 6 mil milhões de euros. Os dados são do estudo “A Distribuição Turística no Pós-Pandemia” realizado pela EY Parthenon para a APAVT.
No painel “Virtudes, fragilidades e desafios do setor da distribuição”, no segundo dia do congresso da APAVT que terminou este sábado, em Huelva, Sandra Primitivo, diretora executiva na EY-Parthenon, fez um retrato do setor das agências de viagens e operadores turísticos em Portugal, de acordo com as conclusões do estudo realizado.
Em Portugal, o setor da distribuição não só recuperou totalmente da pandemia como já em 2022 ultrapassou os valores de 2019 – e continua em crescendo. Em 2019, este setor contribuía com 2% para o PIB, um valor que aumentou para 2,4% em 2022 e que terá subido para 2,6% o ano passado. “Em 2023, temos uma previsão de 2,6% do PIB, com 6 mil milhões de euros de VAB e de contributo das agências de viagens para a economia”, ou seja, “o valor das agências aumentou mais do que o PIB”, disse a especialista.
E para quem não consiga quantificar o que são 6 mil milhões de euros, Sandra Primitivo avançou que se trata de um valor que “equivale ao PIB do Montenegro e é quase o PIB do Mónaco”.
Sem surpresas, o perfil do setor apresentado no painel do congresso da APAVT, aponta para um claro predomínio das pequenas e médias empresas, com alta rotatividade –“em linha com a Europa”, vincou Sandra Primitivo – em que predominam as empresas familiares mas com recursos humanos de elevada qualificação.
Após quase 2 anos de pandemia, em que muitas empresas fecharam portas e em que praticamente não houve novas aberturas, o panorama das agências de viagens mudou em 2022, ano em que havia já mais empresas do que no ano da pré-pandemia, que continua a ser a referência. Daí que, segundo o estudo, 40% das empresas do setor tenha hoje “menos de 5 anos”. Ainda assim, “as empresas mais antigas representam uma parte significativa dos negócios, quase 60%”, enquanto “as 10 maiores representam 40% dos negócios”.
Num mercado muito segmentado, frisou a diretora executiva da EY “os bons negócios são das empresas mais antigas, são aquelas que são mais resilientes, têm maior contato com o mercado”.
A gerar maior volume de negócios continua a estar o outgoing, tendo mesmo reforçado o seu peso, de 50% em 2019 para 61% em 2022, graças ao denominado turismo de vingança e à vontade que os portugueses têm cada vez mais de fazer férias lá fora.
Já no polo oposto fica o segmento do corporate que tinha um peso de 20% no volume de negócios do setor e em 2022 passou para 17%.
O que também tem crescido é a faturação dos canais online, que representa agora 37%, de onde se conclui que as lojas físicas continuam a ser a grande aposta do setor
De acordo com o estudo, um maior foco na prestação de um serviço personalizado e a aposta em trabalhadores qualificados, foram as principais iniciativas adotadas pelo setor da distribuição em 2022 e 2023, seguindo-se a diversificação de mercados-alvo, o aumento da presença online e a aposta em nichos de mercado especializados.
Identificadas como prioritárias são iniciativas como a expansão do portefólio, a aposta em nichos especializados, o investimento em marketing e comunicação, o estabelecimento de parcerias como fornecedores e o aumento da presença online.
Turisver em Huelva, a convite da APAVT



